sexta-feira, 24 de abril de 2009

Você twitta no meu twitter?

Por: Walter Carrilho

A humanidade está mudando. Bons tempos aqueles em que uma coisa só virava onda quando tinha alguma utilidade. Foi o caso do fogo, descoberto por um homem das cavernas que espalhou logo a notícia e criou uma novidade que todo mundo adotou. Agora alguém inventa um troço inútil, mas, tipo assim, muito “interativo, manja?”, e todo mundo adere só para não ficar de fora, mesmo com a escassez de virtudes no quesito “utilidade”. É o que acontece com o Twitter. Está todo mundo aderindo, mas sem saber o porquê. É como festa de nerd: pinta um monte de gente, mas ninguém tem idéia de como se divertir de verdade.
Criaram uma conta no Twitter para mim (obra do André Pudiesi, o dono do blog com o nome mais legal do mundo), antes que algum picareta criasse. Ok, aderi, mas estou como a velhinha que ganha um videocassete: sei apertar o play e olhe lá. Se você quiser perder o seu tempo ver as merdas que eu escrevo na bagaça, fique à vontade e clique aqui. Vamos ver até quando vou insistir nessa bobagem.
Pois é, os blogs nasceram assim: era uma coisa inocente, para o povo tascar fotinhos e poemas de quinta. Aí virou coisa séria. Agora neguinho se mata para ganhar visitação, fazem palestras sobre monetização e muitos blogueiros acreditam seriamente que estão cumprindo algum papel na sociedade (pausa para os risos da platéia). Mas os blogs continuam como um cacoete tecnológico. E a qualidade dos poemas não mudou. O Twitter está um passo à frente: é mais inútil do que um blog, mas virou hype logo de cara. Sinal de que a humanidade está mesmo evoluindo em marcha ré.
São 140 palavras, no máximo, para cada post no Twitter. Para essa geração meio acéfala do “de onde tc?” acho que é até demais...

Copa de 2014 - Minhas razões

Não vendemos Fialho

Uma das coisas que eu menos gosto nessa vida é a crítica parnasiana, sem embasamento, aquela que existe pelo simples motivo de falar mal dos outros, configurando-se, portanto, como injusta. Acredito que seja preciso mostrar um certo embasamento para alicerçar as palavars com argumentos concretos que justifiquem uma posição contrária ao objeto da crítica.

Para não incorrer neste equívoco, tão comum entre os meus colegas blogueiros locais, faço uso da coluna de hoje para expor alguns argumentos referentes à candidatura de Natal a uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014. Para pautar o texto segundo os interesses do público, utilizarei algumas perguntas e provocações recebidas nos comentários desta coluna ou no meu blogue (blogdofialho.wordpress.com). Dessa forma, a crônica de hoje será como uma daquelas seções de sítios de empresas, onde se lê “Perguntas Mais Frequentes”.

“Se a Copa já vai ser no Brasil, por que Natal não merece ser uma sede?” O leitor tem razão. O que é um peido pra quem está todo cagado?

É claro que, uma vez que o Brasil será sede de uma Copa do Mundo, Natal na condição de um dos principais destinos turísticos do país, merece receber alguns jogos, nem que seja entre Coreia do Sul e Togo, ou Costa Rica e Ucrânia. Eu torço para que Natal seja escolhida e também acho que o Brasil, por méritos futebolísticos absolutos, merece receber a mais popular competição esportiva do mundo. No entanto, isso não me impede de alertar os meus leitores para tudo de errado que acontece no processo pelo qual passamos e que culminará com a realização da Copa no Brasil.

Sou amante do futebol, fanático pelo esporte, curioso do assunto e frequentador do Machadão. E é exatamente por gostar demais de bola que levanto minha voz indignada ante os que fazem uso do nobre esporte bretão para fins escusos. A verdade é a seguinte: o futebol no Brasil existe para atender os interesses de uma única pessoa, o presidente da CBF, Ricardo Texeira. Este senhor utilizou a confederação para enriquecer e engendrou um esquema para perpetuar-se no poder, envolvendo todos os presidente de federações estaduais.

Com isso, não existe punição para qualquer ato de corrupção do dono da nossa paixão. Todos os anos ele aprova as contas deficitárias da entidade com prejuízos vultosos, mesmo contando com fontes de renda milionárias como contratos de patrocínio, licenciamento de produtos e cotas altíssimas para realizar amistosos com a seleção. Como um conselho fiscal pode aprovar as contas deficitárias mesmo com tantas e ótimas receitas? Simples: a votação é feita pelos presidentes de federações estaduais. Em troca da aprovação, eles mantém campeonatos estaduais deficitários, preservando o seu poder local e embolsando dinheiro de rendas de jogos, conseguindo eles próprios aumentar seu patrimônio pessoal em cumplicidade dos cartolas de clubes que, por sua vez, votam para que eles se mantenham no comando.

Aqui no Rio Grande do Norte, ganhou espaço até na mídia nacional o célebre caso dos R$ 200 mil que sumiram da renda do jogo entre Baraúnas e Vasco pela Copa do Brasil.
Um outro comentário que foi feito dizia: “As obras no Machadão e no Centro Administrativo vão permanecer como legado para a cidade.” ou “A maior parte do dinheiro virá de investidores privados”. Isso é ótimo. O que os políticos estão prometendo é muito bom mesmo. Eu concordo com tudo que possa melhorar a vida dos cidadãos. Se é para Natal ganhar um estádio moderno, com amplo estacionamento e onde eu não precise embeber meus pés em urina a cada ida ao banheiro, sendo parte de uma estrutura maior, que inclui centro de compras, restaurantes, cinemas, edifícios comerciais e ainda o centro administrativo e ainda por cima que tudo isso seja financiado por uma parceria público-privada, eu sou inteiramente a favor!

A questão é que gato escaldado tem medo de água fria e no país do PAN 2007, em que um estádio foi orçado em R$ 300 mil e custou quase R$ 1 bilhão pagos com o dinheiro do Governo Federal, a gente não pode esperar boa coisa desses estádios todos que vão construir em todo o país. Isso sem falar que o Rio Grande do Norte é o Estado da Ponte de Todos, superfaturada até o talo e do Foliaduto que desviou mais dinheiro público do que você pode imaginar e deixou a Fundação José Augusto tão desorientada que ela perdeu o prumo de vez. Esses exemplos tão vivos e pulsantes em nossa memória depõem contra os políticos e não me permitem ter muita fé na lisura com que será erguido o nosso Estádio das Dunas.

Por fim, menciono também o estatuto paralelo do torcedor em vigor em todo o Brasil que permite uma ação desenfreada de cambistas, muitas vezes patrocinadas por dirigentes de clubes, e dá o direito de sofrer bordoadas da cavalaria da Polícia Militar cada vez que é preciso organizar uma fila.

Essas são as minhas razões para me posicionar, não contra a vida da Copa para Natal, mas a favor de que tudo ocorra com honestidade e transparência. O problema é que os nossos políticos, apesar de não gostarem muito de futebol, adoram levar uma bola pra casa. Com trocadilho, faz favor.

OmeleTV 26.1 com Juliano Zappia

Juliano Zappia, colunista da extinta London Arena, veio de Londres especialmente para participar deste novo episódio do OmeleTV. Tá bom, vai, não foi só para isso, mas já que ele estava de bobeira, o convidamos para puxar uma cadeira e falar sobre o que está rolando de bacana lá do outro lado do Atlântico.

O papo rendeu: passando pelo filme Jean Charles (que lá fora vai se chamar Brazuca), com Selton Melllo no papel do brasileiro assassinado pela polícia londrina, festivais culturais na terra da rainha e aqui em São Paulo, games e muito mais!

Vocês achavam que só Julio Iglesias gostava de tirar foto em perfil único?

Danilo Gentilli e suas “assistentes” de platéia

 
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