domingo, 3 de maio de 2009

Heroes um total fracasso?

Yabu

Heroes estreou na TV com a promessa de ser o novo LOST. Admito com a maior cara lavada do mundo, eu fui um dos que se deixaram levar pelas frases de efeito como “Save the Cheerleader, Save the World“. Entretanto, a série tinha muitas fragilidades em sua fundação. O que pareciam mistérios insolúveis ou mensagens escondidas eram simples buracos no roteiro. O misterioso passado de alguns personagens sequer existia, e todas as conexões implícitas entre eles eram apenas remendos mal-feitos. Faltou planejamento, sobrou ambição e deu no que deu: hoje a série é sinônimo de roteiros ruins.

Mas vocês me conhecem, né? Eu sou um BELIEVER e, mesmo quando a série é ruim, gosto de ver até o fim. Talvez, no fundo eu tenha uma pequena esperança de que a antiga empolgação retorne. Talvez eu seja maluco, mesmo. No caso de Heroes, parecia que a esperança era vã - a cada novo volume, novos derrapes, novos remendos porcos e tudo parecia ficar cada vez pior.

Vol. 3 - Villains

O volume 3 - Villains (não se esqueça de que a terceira temporada foi dividida em 2 partes) tinha uma premissa interessante. Dentro de cada herói, há um vilão, e vice-versa. Vimos Sylar ficar bonzinho, Peter virar o vilão e Mohinder o Brundle Mosca. Mas, conforme os episódios foram passando, nenhuma das pontas soltas parecia se resolver. Pelo contrário, a história virou um balaio de gato onde nem mesmo os roteiristas pareciam saber o que estava acontecendo. Primeiro, Sylar também era um Petrelli. Depois, não era mais. Um futuro maluco onde todos tinham poderes nunca chegou perto de acontecer, novos personagens surgiram a torto e a direito sem ninguém entender o motivo. E quando tudo parecia perdido, surge um novo e poderoso vilão: o pai dos Petrelli, Arthur. Aí, fedeu!

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Arthur  e Linderman nos quadrinhos…

Segundo a própria mitologia da série, criada nos quadrinhos on-line, Arthur Petrelli havia fundado a Companhia junto com Linderman. O primeiro não tinha poderes, o segundo, podia curar as pessoas. A terceira temporada simplesmente ignorou isso, e estabeleceu que Arthur não só tinha poderes, mas era quase um semi-deus, com os poderes de todos aqueles que tocava. Foi uma confusão só, o vilão morreu no final e a série estava mais desacreditada do que nunca.

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… Linderman e Arthur na série. Origem nadaver.

Vol. 4 - Fugitives

Com a demissão de Jeph Loeb e a volta de Bryan Fuller, criador de Pushing Daisies, parecia que as coisas finalmente voltariam pros eixos. Fuller produziu boa parte dos episódios da primeira temporada e também escreveu alguns, não por acaso, os melhores, como Company Man. Mas ele sabia do tamanho da cagada deixada por Loeb, e prometeu que as coisas melhorariam - com o tempo.

E foi o que aconteceu. Tudo começou meio maluco, com os poderosos sendo capturados pelo governo enquanto Sylar saiu numa caçada sem pé nem cabeça em busca do pai. O fato de Peter não ter mais todos os seus poderes, somente os da última pessoa com que teve contato, e Hiro não viajar mais no tempo, deixou as coisas um pouco mais palpáveis. Já Matt Parkman podia pintar o futuro, Mohinder tinha super-força e Nathan era o grande vilão por trás do governo.

Demorou, demorou, mas aos poucos pudemos ver uma melhora. Personagens inúteis morreram ou deixaram de aparecer, como Daphne, Tracy e Mohinder. Muitas concessões foram feitas, e a origem da Companhia foi novamente alterada: agora ela havia sido fundada por Angela Petrelli, Charles Deveaux e Linderman. Ok, a essa altura do campeonato, o que vier é lucro. E Sylar finalmente voltou a ser um vilão badass.

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Sylar salvou a temporada

Foi graças ao vilão que os últimos episódios foram tão empolgantes. Sem Peter Petrelli para fazer frente aos seus poderes, ele roubou a cena no final da temporada, e os heróis finalmente tiveram que se unir para derrotá-lo. Mas é claro que nem tudo foi perfeito. No último episódio fica clara a falta de grana para fazer os efeitos especiais da luta entre Nathan, Peter e Sylar, que ocorre vergonhosamente por trás de uma porta. Mas para uma série que estava tão desacreditada, até que o final foi bonito. Nathan finalmente morre de verdade (acho), e, para substituí-lo, Matt Parkman faz uma lavagem cerebral em Sylar, que assume a identidade do irmão de Peter. Achei isso bem bacana, finalmente uma mudança (aparentemente) permanente no status de um personagem. E agora não temos mais ninguém capaz de viajar no tempo e desfazer o que foi feito.

Parece que as coisas agora têm tudo para melhorar. Existe uma nova Companhia, formada por HRG, Mamma Petrelli, os filhos e a neta. Peter tem menos poderes, Nathan/Sylar é uma bomba relógio e Tracy virou vilã. Será que o próximo volume Rendemption, fará jus ao nome? Aguardemos!

Déééééu

Ah, isso é mentira vai. Fala que é fake, que foi feito por alguma pessoa pra tirar uma onda. A Dell não fez isso. Claro que não, nunca faria. Tenho certeza.

Fez mesmo? Conseguiu ser pior do que aqueles infomerciais terríveis que passam na TV? A Microsoft se mata para dizer que PC é cool, gasta milhões para mostrar que PC é melhor que os Macs da Apple, e a Dell faz isso?

Prepare-se para níveis de vergonha alheia nunca antes atingidos na história da propaganda brasileira, quiçá, mundial.

| UPDATE 20h26: É real. Criação da Wunderman.

 

Desabafo sobre a declaração do imposto de renda

Trouxa Inagaki

"Neste momento, agora, empresários, lojistas, operários, trouxas, TROUXAS estão pagando o imposto de renda. Estão pagando imposto de renda para gente que não tem vergonha na cara mandar amigos sirigaitear em Miami, Paris, Roma, aonde quer que seja. E não vai lhes acontecer nada, porque este é um povo estúpido que não reage."

Hoje (30/04) é o último dia de entrega da declaração de imposto de renda. E eu, um brasileiro que não desiste nunca de deixar tudo para a última hora, cá estou correndo para finalizá-la e enviá-la para a Receita Federal aos 44 minutos do segundo tempo. A todos que estão passando pelo mesmo perrengue, recomendo fortemente que assistam ao vídeo abaixo, que encontrei no blog do Marcelo Tas. Trata-se do desabafo de Luiz Carlos Prates, comentarista do Jornal do Almoço, exibido na RBS de Santa Catarina, que fala sobre o recente escândalo no Congresso Nacional referente ao abuso no uso das cotas de passagens aéreas para os parlamentares.

Confesso que nunca havia ouvido falar no nome de Luiz Carlos Prates antes de assistir a esse vídeo. Mas, após ver o seu catártico comentário, quis saber mais a seu respeito. Prates mantém um blog no site do Diário Catarinense e tem dedicado a ele um verbete na Wikipedia que parece descrevê-lo com precisão: "É famoso por em alguns comentários dar fortes socos na mesa ou erguer o tom de voz. Segundo ele mesmo, já quebrou uma mesa durante um de seus ataques. Também mantém uma concorrida agenda de palestras motivacionais, principalmente para estudantes."

Deixo aqui um agradecimento público a Prates, porque ele expressou, com contundência alborghettiana, o sentimento idiotizante de se trabalhar feito jegue o ano inteiro para depois dispender um tempo precioso preenchendo a modorrenta declaração do IR. Com gosto amargo na alma, por saber de antemão que todo esse trabalho é devido a impostos que jamais nos darão um justo e efetivo retorno.

Visto a carapuça: sim, eu sou um trouxa.

* * * * *

P.S.: No vídeo, Luiz Carlos Prates cita um deputado que usou a desculpa de que "a família é sagrada" para justificar o uso indiscriminado de sua cota de passagens aéreas. Importante saber: o nobre parlamentar que soltou essa tirada é ninguém menos que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Inocêncio Oliveira (PR-PE), que usou recursos públicos para financiar a viagem da esposa, das filhas e da neta para a Europa e Nova Iorque entre agosto e dezembro de 2007. Mais informações sobre esse escândalo das passagens aéreas estão disponíveis no excelente site Congresso em Foco.

 
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