segunda-feira, 29 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON, APENAS MAIS UM BRASILEIRO

Tuca Hernandes

Era uma noite de quinta-feira bem atípica: Michael Jackson tinha acabado de falecer. Apesar de não ter ficado surpreso com a notícia, por achar que o cantor já estava numa espécie de sobrevida pela aparência cada vez mais fragilizada, eu me comportei como boa parte da população mundial, ao não tirar os olhos da televisão e do computador. Cada fato que surgia funcionava como uma pitada de fermento que só ia aumentando a minha curiosidade sobre o episódio.

Quase perto das nove da noite, recebi um e-mail que me deixou intrigado. Era de um homem que se apresentava como Marcos, dizendo que gostaria de falar comigo a respeito das manchetes do momento. Explicava que pretendia desabafar, uma vez que era um leitor antigo do meu blog, apesar de nunca ter comentado nele. Para demonstrar que falava sério, deu o número de telefone de sua casa. "Pode ligar a cobrar", destacou na mensagem, sinalizando mais ainda a necessidade de falar comigo. Apesar de desconfiado, resolvi entrar em contato, enquanto a televisão continuava sintonizada no canal de notícias.

Ele atendeu já no primeiro toque. Depois de me agradecer pelo retorno, parecendo bem ansioso, o cara pediu para que eu fosse até o apartamento dele, no bairro de Pinheiros. De imediato, recusei o convite. Como que um estranho vem me fazer um convite desse nível, naquele horário? Ele me assegurou que não iria tentar nada contra mim. Queria apenas fazer revelações que tinham a ver com o Michael Jackson. Para tanto, preferiu a mim ao invés de falar com alguém da imprensa, pelo tempo que lia o meu blog. "Pode acreditar, você é como um amigo para mim, é sério." Movido pela curiosidade, eu disse que iria encontrá-lo, mas com uma condição: que alguém de minha confiança fosse junto comigo. Apesar de contrariado, ele concordou. Chamei o Oliveira, vizinho e amigo meu que era investigador da polícia civil. De folga e devendo alguns favores pra mim, ele topou me acompanhar, resmungando um pouco por causa das últimas novidades que ele iria perder sobre o Michael Jackson. Paciência.

Com o endereço em mãos, fomos andando para o local do encontro, que ficava a algumas quadras do nosso prédio. O próprio Marcos nos recepcionou no apartamento dele, que ficava em um desses típicos prédios para famílias da classe média. Ele era um mulato meio gordo e simpático, dessas pessoas que vivem rindo. Para quebrar o gelo, o homem começou o papo comentando sobre alguns posts meus. "Rapaz, aquele que você fez sobre o Zé Pamonha... Que doideira, hein? Gostei bastante! E o das dicas pra mulherada arranjar namorado? Curti também!" Após minutos de conversas sobre posts e outras amenidades, ele me perguntou se era possível conversar a sós comigo, no quarto que servia como escritório. Olhei para o Oliveira, que imediatamente fez um sinal de positivo, enquanto afastava de leve a jaqueta, deixando a arma na cintura em evidência, indicando que, sim, tudo bem. Ele ficaria ali na sala, assistindo o canal de notícias. Qualquer coisa, já sabe.

Aquele homem tinha um leve sotaque, cuja origem não consegui reconhecer, de tão sutil que era. Por certamente perceber a minha curiosidade sobre isso, ele iniciou o nosso papo particular dizendo que era americano. "Mas e o nome?", perguntei. "Marcos? Bem, aqui no Brasil, resolvi me tornar Marcos Gerson. Entendeu aonde quero chegar?" Não, não tinha entendido. Ele continuou. "Foi o nome que julguei ter mais a ver com o que eu tinha lá nos Estados Unidos. Entendeu agora?" Eu ainda continuava a não entender. Ele suspirou fundo e disse, com um ar solene: "Marcos Gerson, Michael Jackson... Prazer, Michael Jackson." Como assim? "Não vejo nada de mais em alguém ter o mesmo o nome do astro que acabou de morrer", comentei. Rindo alto, ele finalmente foi direto ao que interessava: "Meu amigo, eu sou o Michael Jackson. Aquele mesmo, que começou a carreira no Jackson Five. That's me, man!" Não era possível, e aquele cara que agora devia estar num necrotério de Los Angeles? Com um gesto que pedia um pouco de paciência minha, ele começou a explicar toda a história.

"Era agosto de 1983, quando o Thriller ainda liderava as paradas de quase todo o mundo. Numa bela tarde, enquanto uma multidão de fãs surtadas chacoalhava a minha limusine, eu comecei a achar tudo aquilo um enorme pé no saco. Essas paradas estavam me sufocando, do you know what I mean, man? Naquele momento, me dei conta que eu já vinha pirando há algum tempo já. Acredita que, naquele ano, eu fiz cirurgia plástica no nariz só pra que ele ficasse idêntico ao da Diana Ross? Fininho, sabe? Nessa época, eu já vinha considerando a possibilidade de jogar óleo quente nos meus olhos, só pra ficar cego que nem o Stevie Wonder. Cheguei muito perto de fazer isso, acredita? Além dessas doideiras, tinha o bando de sanguessugas que ficava puxando o meu saco o tempo todo. Você não faz idéia como eu odiava tudo isso, man! Eu não estava nada bem. Tinha chegado no meu limite. Foi aí que resolvi cair fora dessa palhaçada de show business, pra sempre. Chega! Game over!"

Mas... e quanto ao Michael que morreu hoje?

"Eu gostava muito de Beatles e me lembrei daquela lenda de que o Paul McCartney tinha morrido em 1966. Que, no lugar dele, colocaram um impostor perfeito, que era praticamente uma espécie de irmão-gêmeo do cara, tanto no físico quanto no talento. Taí, vou fazer isso também, pensei. Como eu estava vivo, resolvi que fugiria para um lugar isolado, deixando um sósia no meu lugar. Alguém que realmente acreditasse que fosse o Michael Jackson. Meses depois, já no começo de 1984, conseguiram encontrar esse sósia, um rapaz idêntico a mim e que estava num hospício do Mississipi, dizendo para todos que ele era eu. E o figura cantava e dançava feito eu, impressionante. Figuraça! O melhor cover que poderia existir. Perfeito, pensei. O cara tem todas as habilidades e já pensa que sou eu, então vai esse mesmo. Daí, caí fora de vez, não sem antes fazer uma plástica que deixou o meu nariz do jeito que era, mais achatado. Peguei uma grana, coloquei pra render num banco da Suíça e deixei o figura lá me representando para sempre. Fui viver numa ilha do Pacífico, junto com uns nativos bem primitivos que não tinham a menor idéia de quem eu era. Maravilha. Cinco anos depois, ao ver umas fotos atuais do outro Michael Jackson, numa revista que apareceu na praia, percebi que eu já poderia voltar para a civilização. O rosto e o corpo daquele cara já não tinha mais nada a ver com o meu. Daí, decidi vir morar aqui, em São Paulo. Vida nova, man! Marcos Gerson! Pra provar que eu sou o Michael original, dê uma olhada nas coisas que estão nesta caixa..."

Ele ficou durante quase uma hora me mostrando vários documentos, como passagens de avião, fotos da família Jackson, agendas, filmagens particulares dele na privacidade de sua mansão, essas coisas. Comecei a olhar para ele com mais atenção. De fato, apesar de meio gordinho, aquele homem tinha feições que lembravam bastante as daquele rapaz do início da década de 80, responsável por uma série de sucessos que marcariam gerações. Era ele mesmo, concluí. Michael Jackson não estava morto. Levava uma vida de cidadão classe média em São Paulo, no bairro de Pinheiros, sobrevivendo com a grana que pegara anos antes. Divorciado duas vezes, ele saía atualmente com uma morena que, segundo ele, "tem uma bunda que faria o Obama renunciar à presidência". Não teve filhos por não suportar crianças, razão pela qual se submeteu a uma vasectomia, pouco antes de abandonar os EUA. E quanto à série de esquisitices e escândalos que o Michael morto havia protagonizado? O que o Michael vivo achava disso tudo?

"Rapaz, aquele ali forçou a barra. Pirou mais do que eu poderia imaginar. Aquelas mudanças no rosto, man, achei assustadoras. Tudo bem que me ajudaram a ficar mais anônimo ainda por aqui. Mas, putz... O figura exagerou na dose, foi demais. Quanto ao comportamento dele com a criançada, sei lá se ele fez tudo aquilo mesmo. Quer saber a minha opinião? Eu acho que não. O doidinho era gente boa, todo inocentão, sabe? Delicado e confuso, tadinho. Fiquei triste pelo que aconteceu com ele. Esse fim, man... Muito triste. Por isso que eu precisava desabafar com alguém, entendeu? No fim das contas, se não fosse por mim, o branquelinho não teria vivido nada disso. O rapaz sofreu muito. Muito mesmo. Tô péssimo com tudo isso, man!"

O Michael Jackson começou a chorar na minha frente, atormentado por uma culpa que o vinha atingindo há tempos, toda vez que tinha conhecimento de mais uma notícia sobre a decadência do Michael que ficara nos EUA. Portanto, era mais do que compreensível aquele choro, considerei. O consolei dizendo que a vida é assim mesmo, impossível de se prever o que virá pela frente e que, naquele momento, o mais certo seria agir como o cara que negava a paternidade do filho da Billie Jean. Aquele problema não era dele e ponto final. Aos poucos, ele foi se recompondo, tanto que, em questão de minutos, o assunto era novamente um de meus posts. "Você quase me pegou com aquela história da Geléia de Banana Santa Gertrudes. Tomei um susto, rapaz! Você, fazendo esse tipo de coisa? hahahaha"

Ao nos despedirmos, combinamos de marcar alguns chopps para os dias seguintes. Percebendo que o Michael ainda continuava um pouco chateado com os acontecimentos daquela noite, coloquei as mãos nos ombros dele, olhei nos olhos, e disse, emocionado: "Marcão, bola pra frente, cara! Você criou o passo Moonwalk! Você é o cara, Marcão! Não se esqueça disso. Você é o CARA!"

No elevador, o Oliveira perguntou o que tinha sido aquilo. "Bobagem, cara... Bobagem, liga não. Deixa pra lá", respondi, encerrando o assunto ali mesmo. E fomos embora, vez ou outra arriscando uns passos moonwalk na calçada, enquanto continuávamos assoviando o refrão de Billie Jean. Grande Marcão!

Especial: Michael Jackson 1958-2009

Michael Joseph Jackson (Gary , 29 de agosto de 1958 – Los Angeles, 25 de Junho de 2009) foi um cantor, compositor, ator, dançarino, publicitário, escritor, produtor, diretor, poeta, instrumentista, estilista, ilusionista e empresário.

Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Apelidado nos anos seguintes de "King of Pop" ("Rei da música Popular"), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory: Past, Present and Future – Book I (1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos. Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido da história, Thriller.

No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música rock e música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do vídeo musical em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White" e "Scream" mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot e o Moonwalk. Seu estilo diferente e único de cantar, bem como a sonoridade de suas músicas influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, dance e R&B.

Jackson doou milhões de dólares durante toda sua carreira à causas beneficentes através da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele devido ao Vitiligo e geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar sua imagem pública. Em 1993 foi acusado de abuso de crianças, mas a investigação foi arquivada devido a falta de provas e Jackson não foi a tribunal. Depois, casou-se e foi pai de três filhos, todos os quais geraram controvérsia do público. O cantor teve experiências com crises de saúde desde o início dos anos 90 e sofreu também comentários sobre sua situação financeira. Em 2005, Jackson foi julgado e absolvido das alegações de abuso infantil.

Um dos poucos artistas a entrarem duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, seus outros prêmios incluem uma série de recordes certificados pelo Guinness World Records - um deles para Thriller como o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos - dezenove Grammys em carreira solo e seis Grammys com The Jacksons e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo - e vendas que superam as 750 milhões de unidades mundialmente, sendo que alguns empresários da Sony já registram a incrível marca de mais de 1 bilhão. Sua vida, constantemente nos jornais, somada a sua carreira de sucesso como rock superstar fez dele parte da história da música rock e cultura popular por mais de quatro décadas. Nos últimos anos, foi citado como a segunda personalidade mais conhecida mundialmente.

Michael era o sétimo de nove filhos de Joseph e Katherine Jackson. A família inteira – incluindo os irmãos mais velhos, Rebbie, Jackie, Tito, Jermaine, LaToya e Marlon, e os mais novos, Randy e Janet – viveram juntos em uma pequena casa de dois quartos, e o pai sustentava a casa a duras penas trabalhando em uma usina siderúrgica. Por vontade da mãe, mas contra o desejo do pai, as crianças tornaram-se Testemunhas de Jeová e passaram a praticar a evangelização de porta em porta.

De acordo com as regras rígidas do pai, as crianças eram mantidas trancadas em casa enquanto ele trabalhava até tarde da noite. Entretanto, as crianças escapavam freqüentemente para as casas dos vizinhos, onde cantavam e faziam música. Os irmãos mais velhos mexiam na guitarra do pai Joseph sem sua permissão enquanto ele estava no trabalho. Até que um dia Joseph tomou consciência do talento de seus filhos e resolveu ganhar dinheiro com isso, e assim sair de Gary e ir para a Califórnia, para mais tarde serem contratados pela Motown.

Na Motown, Michael junto a seus irmãos gravou vários álbuns, o que lhes rendeu fama mundial. Com apenas 13 anos Michael através dos Jackson Five havia colocado quatro músicas no topo das paradas, I Want You Back, ABC, I’ll Be There, The Love You Save.

Michael iniciou sua carreira solo quando ainda estava na Motown ele lançou os álbuns, Got To Be There, Ben, Music & Me e Forever, Michael. Todos com pelo menos um hit mundial.

A partir de 1973 a popularidade do grupo começou a cair, embora eles tivessem hits razoáveis como, I Am Love e Dancing Machine. Nesse último, durante as apresentações, Jackson simulava um robô dançando. A dança tornou-se bastante popular no mundo todo.

Durante sua infância Michael e seus irmãos sofreram constante abuso de seu pai. Que batia freqüentemente nas crianças, e as aterrorizava psicologicamente. Os ensaios eram supervisionados pelo pai com um cinto na mão. Certa vez Michael e seus irmãos foram dormir no quarto de um hotel e deixaram à janela aberta. Joseph escalou a janela com uma máscara no rosto e fez um susto aos irmãos, somente para ensiná-los a não deixar a janela aberta quando fossem dormir. Anos depois, Jackson sofreu pesadelos sobre ser seqüestrado do seu quarto e chorava com isso até os últimos dias. Durante sua entrevista a apresentadora Oprah Winfrey, em 1993, Michael disse que durante sua infância chorou várias vezes por solidão e que muitas vezes vomitava só de ver seu pai.

Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5, Parte 6, Parte 7, Parte 8.

No documentário de 2003, “Living with Michael Jackson” o cantor chorou ao relembrar de sua infância.

Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5, Parte 6, Parte 7, Parte 8, Parte 9, Parte 10.

Em 1975, os Jackson Five saíram da Motown e assinaram contrato com a Epic em busca de mais liberdade para produzir suas músicas. Como resultado do processo judicial, tiveram que mudar o nome para The Jacksons. Michael foi o principal compositor do grupo, escrevendo hits como, Shake Your Body (Down To The Ground) , This Place Hotel, Can You Feel It?

Durante a sua adolescência Michael sofreu depressão por não aceitar estar crescendo, sua pele também passou por um período de alto grau de acne.

Em 1978, Michael co-estrelou The Wiz no papel do espantalho com sua companheira de gravadora, Diana Ross, como Dorothy. As canções do filme foram arranjadas e produzidas por Quincy Jones, que tinha simpatia por Michael. Após assinar o contrato com a Epic em 1978, Michael trabalhou com Quincy em muitos álbuns.

Michael começou a gravar Off the Wall durante a primavera norte-americana de 1979. Com a produção de Quincy Jones, Jackson selecionou dez canções que deram forma ao primeiro álbum solo lançado por ele em idade adulta. Off The Wall causou furor entre o público e a mídia especializada. A mistura de black music e disco do álbum tornou-se referência nos anos que se seguiram. Michael ganhou seu primeiro Grammy com o compacto de "Don't Stop 'Til You Get Enough", uma canção escrita e produzida por ele. Foram dois anos de constante exposição no rádio e na televisão. Foi a primeira vez que um artista colocou quatro músicas de um mesmo álbum entre as dez mais tocadas tanto no Reino Unido quando nos Estados Unidos. Em 1980, Off The Wall já era o álbum de black music mais vendido da história. Os números chegam, atualmente, a 25 milhões de cópias.

Apesar de ter vendido com um único álbum solo mais do que os Jacksons haviam conseguido na carreira de 11 anos, Michael resolveu continuar com os irmãos, atendendo a pedidos da mãe.

Em 1979 durante um ensaio, Jackson caiu e quebrou o nariz, sendo obrigado a operar o nariz. Sua primeira rinoplastia não foi um completo sucesso, e Jackson reclamou de dificuldades respiratórias que afetavam sua carreira. Ele foi submetido ao Dr. Steven Hoefflin, que realizou a segunda rinoplastia de Jackson e outras subseqüentes operações.

Depois de lançar mais um disco com os Jacksons em setembro de 1980 e cumprir uma apertada agenda de divulgação que incluía especiais no rádio e uma seqüência de 39 espetáculos pelos Estados Unidos, Michael tinha pouco tempo para gravar o álbum que sucederia Off The Wall. Ainda assim, aceitou um convite do cineasta Steven Spielberg para narrar a história do filme E.T., O Extraterrestre (1982) em um disco que ainda incluiria a canção inédita "Someone In The Dark".

Jackson resolveu trabalhar nos dois projetos simultaneamente, o que gerou desconforto na Sony Music. O disco narrado por Michael seria distribuído pela MCA Records no mesmo mês em que a gravadora tinha agendado o lançamento de Thriller. A Sony Music entrou na justiça e conseguiu cancelar o projeto. Enquanto isso, Jackson concluiu as gravações de Thriller. O álbum foi finalizado em seis meses e lançado em novembro de 1982, depois de vários adiamentos.

Thriller é atualmente o álbum mais vendido da história, com mais de 106 milhões de cópias vendidas no mundo. Nos dois anos que se seguiram ao lançamento, o álbum foi a maior sensação da América, influenciando não somente a música, como também a dança, a moda e a televisão. Thriller chegou à primeira posição entre os mais vendidos dos Estados Unidos no dia 21 de fevereiro de 1983 e permaneceu lá por 37 semanas, um recorde. Sete compactos foram lançados e dois conquistaram o primeiro lugar, "Billie Jean" e "Beat It".

Thriller foi também um marco na luta contra a discriminação racial na indústria fonográfica. Jackson tornou-se o primeiro artista negro cuja música estava no ar na MTV, com o videoclipe de "Billie Jean", dirigido por Steve Baron. A canção "Beat It", que tinha participação do guitarrista Eddie Van Halen, fez rádios de rock, na época orientadas a um público essencialmente branco, tocarem a canção de um negro; e fez rádios de black music tocarem rock. Um feito inédito até então.

Durante a divulgação de Thriller na noite de 16 de maio de 1983, 3 mil celebridades norte-americanas lotaram um teatro em Los Angeles para assistir a uma apresentação comemorativa dos 25 anos da gravadora Motown. De suas casas, 50 Milhões de norte-americanos acompanharam pela TV a apresentação dos vários artistas negros, até que os Irmãos Jacksons entram e dão um show a parte que encantou a todos, mas eles vão embora, até que Michael Jackson se viu sozinho no palco. Ele começou a cantar "Billie Jean" , sucesso do álbum que havia lançado seis meses antes. De repente, Michael parou de cantar, andou até o canto esquerdo do palco e voltou... deslizando de costas. A cena, que ficou gravada para a posteridade, é impressionante: são 3 mil queixos caídos. Naquela noite, mais do que popularizar o passo de dança que batizou como "Moonwalk" (algo como "passo da lua"), Michael Jackson foi dormir consagrado como nada menos que o Rei do Pop. "Foi aquele momento que cristalizou o status de celebridade de Michael Jackson", cravou a prestigiada revista americana Rolling Stone. "Moonwalk, no mundo do entretenimento, só é comparável ao andar de vagabundo de Chaplin, à sequência de Gene Kelly em Dançando na Chuva e aos passos de Fred Astaire no filme Núpcias Reais". Pois depois daquela apresentação, tanto Fred Astaire quanto Gene Kelly foram atrás de Jackson para parabenizá-lo. Foi quando o astro estreou o chapéu e jaqueta pretos e a famosa luva de lantejoulas. Em dezembro daquele ano, Michael e o diretor John Landis estabeleceram também novos horizontes para a produção de videoclipes, quando um curta-metragem de 14 minutos foi lançado para promover a canção "Thriller" ao custo de 600 mil dólares, elevado para os padrões da época.

Também em tempo para o Natal de 1983, um segundo dueto entre Jackson e Paul McCartney chegou às lojas. "Say Say Say" tornou-se o sexto número um de Jackson na América e o nono do ex-Beatle.

Em 27 de Janeiro de 1984, Michael Jackson sofreu um acidente enquanto gravava o segundo comercial para a televisão do contrato de 5 milhões de dólares que havia assinado para ser garoto-propaganda da Pepsi. O cabelo do astro foi incendiado por fogos de artifício. Ele teve queimaduras de segundo grau no couro cabeludo. Michael foi liberado do hospital um dia depois da internação.

Em março de 1984, Jackson lançou em VHS o videoclipe de "Thriller" acompanhado por um documentário sobre os bastidores da produção. A fita, intitulada Making Michael Jackson's Thriller, vendeu 14 milhões de unidade e tornou-se a mais vendida de todos os tempos, até ser superada pela do filme Titanic, de James Cameron, em 1997. Em maio seguinte, Thriller entrou para o livro dos recordes e Michael ganhou uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood. Ao final de 1984, Jackson já havia conquistado 94 prêmios por Thriller. Na cerimônia do Grammy Awards daquele ano, o astro estabeleceu um novo recorde conquistando oito prêmios. A marca foi igualada pelo guitarrista mexicano Carlos Santana com o álbum Supernatural, em 2000.

Com o sucesso de Thriller, o interesse do público e da imprensa por Jackson era crescente. Tornaram-se notórios não somente os hábitos pouco usuais do astro, mas também os trabalhos humanitários de Michael, especialmente em prol de crianças e adolescentes. Em maio de 1984, Jackson participou do lançamento de uma campanha contra as drogas na Casa Branca como convidado do presidente americano Ronald Reagan. Em julho, Michael gerou manchetes quando anunciou que reverteria todos os lucros da turnê do álbum Thriller para caridade. A Victory Tour, com 55 concertos em cidades dos Estados Unidos e Canadá, arrecadou 75 milhões de dólares. A turnê quebrou o recorde de maior público, antes pertencido a Elvis Presley.

Michael levava para todo lugar seus animais de estimação exóticos. Um chimpanzé chamado Bubbles e uma cobra chamada Muscles.

Em 1985, Michael Jackson se uniu a Lionel Richie e Quincy Jones na missão de arrecadar fundos para a campanha USA for Africa. A idéia era gravar uma canção cujos lucros seriam revertidos para reduzir os índices de mortalidade pela fome no continente africano. Lionel compôs, no piano, a melodia. Michael escreveu a letra em um único dia. O resultado eles chamaram de "We Are The World". Para gravar a canção, Quincy Jones convidou 44 celebridades da música e televisão, incluindo Cyndi Lauper, Diana Ross, Ray Charles e Stevie Wonder. O projeto arrecadou 200 milhões de dólares para a luta contra a fome na Etiópia.

Michael ganhou dois Grammys por "We Are The World": "Canção do Ano" (com Lionel Richie) e "Gravação do Ano" (com Quincy Jones). A canção recebeu também outros dois prêmios na cerimônia.

Jackson começou uma carreira empresarial. Ele comprou direitos autorais do catálogo Northern Song, que continha músicas dos Beatles, Elvis Presley entre outros. McCartney ficou chateado com Jackson e desde então a amizade dos dois parece ter acabado.

Depois de Thriller, Jackson adiou o lançamento de um novo disco por várias vezes. Somente em 1986 o público conheceu uma das canções selecionadas para fazer parte do que seria o álbum Bad. A canção "Another Part Of Me" fazia parte da trilha-sonora do filme Captain EO, produzido por George Lucas e Francis Ford Coppola. Michael estrelava o curta-metragem filmado todo em 3D para a Disney ao custou de um milhão de dólares por minuto. Até 1998, o filme ainda era exibido em parques temáticos da companhia.

Jackson lançou Bad em agosto de 1987, com dois anos de atraso. Para a mídia especializada, o álbum era pouco ousado e uma decepção na comparação com Thriller (1982) ou Off The Wall (1979). Em contrapartida, o público respondeu bem e fez de Bad um grande sucesso. Não tão grandioso quanto Thriller, mas um grande sucesso. O álbum vendeu 32 milhões de cópias em todo o mundo e permaneceu durante algum tempo como o segundo mais vendido da história.

Bad ainda teve um recorde de nove canções lançadas como compacto. Cinco delas chegaram à primeira posição nos Estados Unidos: "I Just Can't Stop Loving You" (com a estreante Siedah Garrett), "Bad", "The Way You Make Me Feel", "Man in the Mirror" e "Dirty Diana". Foi a primeira vez que um artista colocou cinco canções de um mesmo álbum em primeiro lugar.

Durante a divulgação de Bad, a publicação de excentricidades sobre a vida de Michael adquiriu contornos enfáticos. Verdades ou mentiras, tornaram-se parte da imagem que se criou em torno de Jackson. Foi noticiado, por exemplo, que o astro tentou comprar os ossos e roupas de John Merrick, o Homem Elefante. Que ele teria uma parte do próprio nariz, retirada em cirurgia plástica, conservada em uma jarra dentro de casa. Que dormia em uma câmara hiperbárica para retardar o envelhecimento. Mais tarde essas notícias foram desmentidas pelo próprio.

Na época, as alterações na aparência de Michael eram visíveis e geravam muita polêmica. Os jornais especulavam sobre dezenas cirurgias plásticas, apesar do astro confirmar apenas duas, e possíveis razões para a mudança na cor da pele dele, que estava branca. Especialistas acreditavam que Michael teria se submetido a um tratamento intensivo com hidroquinona, uma substância capaz de clarear a pele. Em 1993, durante entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, Jackson afirmou sofrer de vitiligo, uma doença autoimune não contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação.

Devido as suas supostas excentricidades, Michael ganhou o apelido ‘Wacko Jacko’, do tablóide The Sun.

Bad foi indicado ao Grammy, Michael inclusive fez uma performace lendária no ano de 1988, onde cantou The Way You Make Me Feel & Man In The Mirror. Ele não ganhou nenhum prêmio, o que gerou revolta no cantor. “Eles julgaram minha aparência, não minha música.”.

Em setembro de 1987, Michael deu início à Bad World Tour, a primeira turnê mundial dele como artista solo, que passou em 15 países e atraiu 4.4 milhões de pessoas aos estádios - um recorde de público que seria superado pelo próprio Michael duas vezes, em 1992 e 1997.

Em 1988, o astro lançou a autobiografia Moonwalk e o filme Moonwalker, dirigido essencialmente por Jerry Kramer, que continha os videoclipes de "Smooth Criminal" e "Leave Me Alone". O longa-metragem ainda deu origem a um jogo de videogame de mesmo nome para fliperamas, Sega Mega Drive e Sega Master System. Jackson ganhou um Grammy pelo videoclipe de "Leave Me Alone" em 1989.

Bad foi a última colaboração de Jackson com o produtor Quincy Jones.

Em maio de 1988, Michael Jackson se mudou da residência da família, Hayvenhurst, em Encino, para um rancho recém-adquirido no vale de Santa Ynez, ao norte de Los Angeles, também na Califórnia. A propriedade, de 2.7 mil acres, (10,93 km²) foi batizada de Neverland (Terra do Nunca, em português) - uma referência ao livro Peter Pan (1906), de J. M. Barrie. O astro morou sozinho no rancho por 17 anos em busca de privacidade. Não funcionou. Pelo contrário, o isolamento só fez com que aumentasse o interesse do público e, consequentemente, da imprensa sobre a vida dele.

Em março de 1990, Michael Jackson assinou um contrato recorde de 1.089 milhões de dólares segundo a revista Forbes, com a Sony Music que asseguraria a permanência dele na gravadora por mais 15 anos . Nesse período, ele deveria lançar seis álbuns e receberia 180 milhões em antecipação por cada um deles. No livro dos recordes, Jackson passou a ser citado como o artista mais bem pago da indústria da música.

Em 1990, durante o American Music Awards, Elizabeth Taylor discursava sobre a vida musical de Jackson quando finalizou: Em minha estima, ele (Michael Jackson) é o único que pode receber o título de Rei da música Popular, Rock e Soul.

A platéia, manifestou-se a favor com Liz e, desde então, o público e a imprensa se refere a rock superstar Michael Jackson como "King of Pop" ("Rei da música Popular").

Depois de um ano longe das paradas de sucesso, Michael pôde ser ouvido novamente nas rádios em novembro de 1991 com a canção "Black Or White", o primeiro compacto que seria lançado do álbum Dangerous. Jackson convidou o diretor John Landis (de "Thriller") para gravar o videoclipe da canção. Quando foi transmitido, o curta-metragem, que tinha 10 minutos de duração, gerou controvérsia, mostrando o astro quebrando vitrines de lojas e destruindo um carro com um pé-de-cabra.

O videoclipe foi transmitido simultaneamente para 27 países perante uma audiência estimada em 500 milhões de pessoas, um novo recorde. A reação foi imediata. O segmento considerado violento foi retirado do curta-metragem. Michael se retratou em um comunicado dizendo que o comportamento simulava o instinto de uma pantera, animal em que se transforma durante a história. O vídeo também ficou famoso por mostrar na televisão uma das primeiras metamorfoses geradas em computador. O videoclipe contava com a participação de Macaulay Culkin.

Duas semanas depois, Dangerous foi lançado. O álbum reunia 14 canções inéditas - 12 delas escritas e compostas por Jackson. A produção era, essencialmente, de Teddy Riley, considerado um dos criadores de um novo tipo de som chamado 'new jack swing'. Dangerous gerou outros nove compactos, incluindo três números um: "Black Or White", "Remember The Time" e "In The Closet". O álbum ficou mais de dois anos entre os mais vendidos e foi adquirido por 34 milhões de pessoas no mundo, superando Bad como o segundo melhor desempenho da carreira do astro.

Jackson fundou a "Heal the World Fundation" em 1992. A fundação ajudava milhões de crianças ao redor do mundo. Também enviou milhões de dólares para todo o mundo para ajudar as crianças ameaçadas pela guerra e por doenças.

Em junho de 1992, Michael saiu em turnê para divulgar o álbum e quebrou recordes de público firmados anteriormente por ele mesmo durante a Bad World Tour, em 1987 e 1988. A turnê foi interrompida em 1993 depois que o astro foi acusado de abusar sexualmente de um menor. Apesar disso, a investida levou para os estádios 3.5 milhões de pessoas em 69 concertos - uma média maior do que qualquer outra turnê até então. Todos os lucros da Dangerous World Tour foram revertidos para caridade. A Dangerous World Tour foi a turnê que utilizou mais equipamento do mundo.O palco demorava 3 dias para ser montado e era necessário mais de 60 carretas, 20 caminhões e 2 jumbos 747 para transportar o equipamento de 2 toneladas e meia que eram:168 homens trabalhando, 2 telões de cristal líquido, 1000 luzes e mais de 10 mil cabos elétricos. A Dangerous World Tour foi transmitida ao vivo pela HBO e foi a turnê de maior audiência da TV.

Para retomar a divulgação do álbum Dangerous nos Estados Unidos, interrompida desde que saiu em turnê, Michael programou dois grandes eventos televisivos em 1993. No dia 31 de janeiro, ele se apresentou no intervalo do Super Bowl XXVII, a famosa final do campeonato de futebol americano organizado pela NFL e exibido, nesse ano, pela rede de televisão norte-americana NBC diante de uma audiência de 133,4 milhões de pessoas, se tornando o evento de maior audiência na história da América. Ao contrário de anos anteriores, ele foi a única atração do tradicional "show do intervalo". Devido ao status de superstar de Michael, a rede de televisão norte-americana FOX (concorrente da NBC) deixou de exibir, pela primeira vez, um compacto com os melhores momentos do Super Bowl disputado no ano anterior (Super Bowl XXVI); esse compacto era tradicionalmente exibido quando a emissora não detinha os direitos de transmissão da partida. A performance de Michael foi impressionante. Houve uma explosão e o "Rei da música Popular" saiu pulando do chão acompanhado de fogos. Ele pousou e ficou imóvel em sua famosa postura de estátua por vários minutos (metade do tempo do show), enquanto a multidão ia ao delírio. Uma chuva de fogos caia sobre o astro, que estava com seu tradicional óculos de sol, bracelete, roupa de militar com detalhes em ouro. Ele virou o rosto e lentamente começou a tirar os óculos, jogou-os e começou a cantar e dançar. Michael cantou 3 músicas: “Jam”, “Billie Jean” e “Black or White”. O Gran Finale aconteceu após a exibição de uma video-montagem de Michael participando de várias campanhas humanitárias por todo o mundo e, em seguida, 3.500 crianças da região de Los Angeles se juntam a Michael para cantar “Heal the World”. Foi o primeiro Super Bowl em que o número do público aumentou durante meia hora de show. Dangerous subiu 90 posições depois da apresentação. Dez dias depois, concedeu uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey que foi assistida por 100 milhões de telespectadores. Foi a primeira vez em dez anos que Jackson aceitou falar com a imprensa. A entrevista também se tornou um dos eventos mais assistidos de todos os tempos. E o álbum Dangerous voltou ao top 10 após um ano de seu lançamento original.

Depois da morte Ryan White, vítima de HIV, Michael lançou o single Gone Too Soon, e chamou atenção do mundo para pesquisas sobre a cura da AIDS, que na época havia um grande preconceito por parte das pessoas.

Durante a era Dangerous, Jackson visitou vários lugares do mundo, incluindo Iraque e Egito. Na África quando desembarcou em Gabão, foi recebido por mais de 100 mil pessoas, com um enorme cartaz dizendo “Bem-vindo a casa Michael!”. Em sua viagem á Costa do Marfim, Jackson foi coroado "Rei Sani" pelo chefe da tribo.

Em 1993 recebeu o “Grammy Legend Award”, por ser uma lenda viva e por sua contribuição ao mundo da música.

Fãs demontrando seu apoio a Jackson após ele ser acusado de molestar crianças em 2003.

Em agosto de 1993, o jovem Jordan Chandler, de 13 anos de idade, representado pelo advogado civil Larry Feldman, acusou Michael Jackson de abuso sexual. As declarações, feitas à imprensa, nunca foram entregues à Justiça e, por conseqüência, o astro não chegou a ser indiciado pelo crime. Apesar disso, o promotor distrital Tom Sneddon deu início a investigações paralelas no final do mês pelo condado de Santa Ynez, residência oficial de Jackson.

As acusações geraram frenesi em todo o mundo. Michael cancelou o último seguimento da turnê do álbum Dangerous em outubro, pouco antes de deixar o México a caminho dos Estados Unidos. Durante uma semana daquele mês não se soube o paradeiro do astro. Ele reapareceu internado aos cuidados do terapeuta Beauchamp Colclough, na Irlanda do Norte, em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos alegando a necessidade de se restabelecer de um vício em analgésicos.

Michael Jackson se pronunciou sobre as alegações pela primeira vez em dezembro de 1993, durante um comunicado transmitido simultaneamente pelas redes CNN, CBS, NBC e ABC, ao vivo do rancho Neverland. Ele se defendeu, afirmando ser incapaz de "causar mal a uma criança".

Depois de seis meses de negociações, o astro fechou um acordo de confidencial com o dentista Evan Chandler, pai do adolescente que o acusava. Especula-se que a família tenha embolsado quase 15 milhões de dólares. As investigações paralelas da Justiça foram arquivadas em 1994 por falta de provas. Com o acordo, o único reclamante se recusava a colaborar.

No mesmo ano, em maio, Jackson casou-se com a filha de Elvis Presley, Lisa Marie Presley. A união foi amplamente divulgada e criticada pela imprensa, que especulava sobre a conveniência do casamento, realizado meses depois do término das investigações criminais contra o astro. A primeira aparição pública do casal foi em setembro durante o MTV Video Music Awards do ano. Eles entraram no palco, seguiram por uma passarela e se beijaram. O matrimônio durou dois anos.

Em junho de 1995 chegou às lojas o álbum duplo HIStory: Past, Present and Future – Book I. No primeiro disco, uma seleção de quinze sucessos remasterizados. No segundo, a primeira coleção de canções inéditas lançada pelo cantor desde que acusado de abuso sexual. Foram gastos 30 milhões de dólares em publicidade e propaganda para o lançamento do álbum e divulgação de cinco compactos. Foi a maior campanha de marketing já montada para promover um disco. HIStory vendeu quase 30 milhões de cópias.

O videoclipe do primeiro compacto do álbum, Scream, um duelo musical com a irmã Janet, estreou durante uma entrevista concedida por Michael e Lisa Marie à apresentadora Diane Sawyer no programa Primetime, da ABC, um dia antes do lançamento de HIStory. O videoclipe de Scream é o segundo vídeo musical mais caro da história: custou cerca de sete milhões de dólares, perdendo o primeiro lugar apenas para o videoclipe From Yesterday, do grupo 30 Seconds To Mars . Também durante a divulgação do álbum, Jackson esteve no Brasil para gravar cenas do videoclipe da canção "They Don't Care About Us" na favela Santa Marta no Rio de Janeiro e também na Bahia, com o grupo de percussão Olodum.

Em setembro de 1996, Michael Jackson deu início à HIStory World Tour com um show de lotação esgotada na cidade de Praga, na República Checa. Ao término dos concertos, mais de um ano depois, Jackson tinha levado 4.5 milhões de pessoas aos estádios de 56 cidades, em 35 países diferentes. Com isso, a turnê estabelecia um novo recorde mundial de público.

Em novembro de 1996, o astro se casou com a enfermeira dermatologista Deborah Rowe, com quem teve dois filhos. O primeiro, Michael Joseph Jackson Jr., nasceu naquele ano. No ano seguinte, Rowe deu à luz a Paris Katherine Jackson. A enfermeira abriu a mão de todos os direitos maternos e entregou a guarda das crianças a Jackson, gerando grande polêmica. Em 2002, Rowe afirmou, em entrevista à rede americana de televisão FOX, que os filhos foram "presentes" dados por ela ao astro.

Em 1997, oito canções inéditas de HIStory foram remixadas e lançadas na semi-coletânea Blood on the Dance Floor que vendeu 10 milhões de cópias, se tornando o álbum remix mais vendido da história. Entre os produtores responsáveis pelas versões estão Wyclef Jean ("2 Bad"), David Morales ("This Time Around") e Tony Moran ("HIStory"). Um curta-metragem de 35 minutos intitulado Ghosts e estrelado por Jackson estreou nos cinemas europeus na mesma época. O filme, escrito por Stephen King ("Carrie, A Estranha") e dirigido por Stan Winston ("O Predador"), foi concebido como uma releitura do clássico videoclipe produzido para a canção "Thiller" em 1984.

Em maio de 1997, o grupo Jackson 5 foi incluído ao Hall da Fama do Rock and Roll. Quatro anos mais tarde, em 2001, Jackson receberia a condecoração como artista solo.

Em 1999, Jackson realizou vários concertos beneficentes chamado, “Michael Jackson & Friends”, que contava com participação de Slash, The Scorpions, Boyz II Men, Mariah Carey, Pavarotti e outros.

No ano 2000 Jackson entrou no Guinness World Record, como o artista que mais ajudou pessoas no mundo, por ter ajudado a mais de 39 organizações. No mesmo ano Michael recebeu o título de "Cantor do Milênio" durante o XI World Music Awards, realizado em Mônaco. A cerimônia foi transmitida para mais de 160 países perante uma audiência de quase um bilhão de pessoas. Mariah Carey recebeu prêmio similar, na categoria feminina. Na ocasião foram exaltadas vendas de mais de 200 milhões de álbuns durante a carreira de 29 anos.

Em setembro de 2001, Michael Jackson promoveu dois concertos com lotação esgotada no Madison Square Garden, em Nova York, para celebrar 30 anos de carreira solo. Foi a primeira vez, em 20 anos, que o grupo The Jacksons voltou a se reunir no palco. Cantaram grandes sucessos, como "I'll Be There", "Can You Feel It" e "I Want You Back". Celebridades como Whitney Houston, Britney Spears, Liza Minelli, *NSYNC, Nick Carter, Aaron Carter, Usher e Gloria Stefan prestaram homenagens a Jackson cantando alguns dos maiores sucessos da carreira dele. Na platéia, mais personalidades. Assistiram às apresentações Elizabeth Taylor, Macaulay Culkin, Marlon Brando, Ray Charles, Chris Tucker, Nelly Furtado, Will Smith e Quincy Jones.

Para comemorar a data, foram prensadas edições especiais dos álbuns Off The Wall, Thriller, Bad e Dangerous - todos remasterizados, com novos encartes, incluindo canções raras e inéditas, e também entrevistas com o produtor Quincy Jones e o compositor Rod Temperton.

No mês seguinte, outubro, Jackson lançou Invincible, a primeira coleção de novas canções lançada pelo astro em dez anos, desde HIStory, em 1995. Produzido essencialmente por Rodney Jerkins ("If You Had My Love", Jennifer Lopez) e Teddy Riley ("In The Closet"), inclui como convidado o guitarrista Carlos Santana e contém ainda um rap póstumo de Notorious B.I.G.

Durante a rápida divulgação do álbum ficaram explícitas as divergências entre Michael e o então-chefe da Sony Music, Tommy Mottola. Os problemas começaram em 2000, quando Jackson tentou retirar a licença das gravações originais do catálogo dele da gravadora para lançamento independente. Assim Michael não precisaria dividir os lucros com a Sony. Entretanto, os advogados de Jackson encontraram cláusulas no contrato dele com a gravadora que impediam a transação.

Para evitar uma disputa judicial, Michael e a Sony fecharam um acordo que permitiria que ele abandonasse a gravadora depois do lançamento de Invincible, mas não antes de um pacote de coletâneas que reuniriam os maiores sucessos dele. A crise se acentuou quando a canção "You Rock My World" vazou para as rádios ilegalmente e teve que ser lançada como primeiro compacto do álbum. Michael queria "Unbreakable" e se negou a colaborar com a divulgação de Invincible.

A Sony boicotou o álbum de Jackson, retirando das lojas após três meses de lançamento. Ainda assim, Invincible vendeu 11 milhões de cópias no mundo todo, algo difícil até para os artistas que estavam no auge na época.

Uma semana após os atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, Michael Jackson anunciou a gravação de uma canção beneficente para arrecadar fundos a familiares das vítimas. Mais de 35 cantores contribuíram, como Shakira, Celine Dion, Ricky Martin, Luther Vandross, Justin Timberlake, Carlos Santana, Beyoncé, Laura Pausini e Mariah Carey. O compacto nunca foi lançado devido aos desentendimentos do astro com a Sony Music. Além disso, especula-se que o envolvimento de um dos produtores do projeto com a indústria do cinema pornográfico estadunidense teria afastado patrocinadores.

Jackson ajudou a formar o “United We Stand: What More Can I Give”, concerto beneficiário realizado no RFK Stadium em Washington. Onde cantou What More Can I Give junto com outros cantores e Man In The Mirror sozinho, porém essa última não foi exibida na televisão.

Jackson teve seu terceiro filho, Prince Michael Jackson II (Blanket) em 2002. A mãe da criança se mantém anônima, Jackson revelou que a criança era resultado de inseminação artificial. Em novembro do mesmo ano, durante sua estadia em Berlim, Jackson apareceu na janela da varanda do quarto de hotel com seu filho recém-nascido. O cantor surpreendeu a todos quando pôs seu filho com um pano no rosto para fora da janela durante 3 segundos, causando severas críticas. Supostamente era para mostrar aos fãs que se encontravam á entrada do hotel.

Em 2003 a Sony lançou a coletânea Number Ones que vendeu 6 milhões no mundo todo. No mesmo ano foi exibido o documentário “Living with Michael Jackson”, que mostrava o dia-a-dia do cantor. O documentário mostrou a vida de Jackson, a sua infância difícil e seus 3 filhos, a sua casa e o seu isolamento no seu mundo particular.

O cantor foi acusado de pedofilia pelo garoto Gavin Arvizo. Jackson negou as alegações de abuso sexual. Elizabeth Taylor defendeu o cantor em um programa de televisão dizendo que ela tinha estado lá, quando eles estavam na cama, assistindo televisão. “Não houve nada anormal nisso. Nós rimos como crianças, assistimos um monte de filmes da Disney. Não havia nada de estranho nisso.” Durante a investigação, o perfil de Jackson foi examinado por um profissional da saúde mental chamado Dr. Stan Katz; o médico passou várias horas com o acusador também. A avaliação feita por Katz, dizia que Jackson tinha a mente de um garoto e não se encaixava no perfil de um pedófilo.

O julgamento durou cinco meses, até o final de maio de 2005. Durante o julgamento, o cantor novamente sofreu de estresse e grave perda de peso, que viria alterar sua aparência. Em junho, Jackson foi absolvido de todas as acusações, por falta de provas. Depois do julgamento Michael abandonou Neverland e se mudou para o Bahrain. O cantor disse que apesar de amar Neverland, ela tinha trazido coisas ruins (como as acusações) para sua vida e que nunca mais andaria com crianças novamente.

Outra coletânea foi lançada em 2004, The Ultimate Collection, uma caixa com quatro CDs e um DVD. Em março de 2006, a Sony Music lançou nova coletânea, o álbum duplo The Essential Michael Jackson.

Em 2006, Jackson saiu do período de reclusão que estava passando em Bahrain desde que fora inocentado em 2005, e compareceu a diversas premiações e homenagens. A primeira delas foi a homenagem realizada em maio de 2006 na MTV japonesa, durante a premiação da Video Music Awards Japan '06. Nessa premiação, Jackson recebeu a Legend Award - raramente concebida a alguém -, devido a ele ser o artista masculino internacional que mais vendeu no Japão, uma lenda viva da música. A imprensa em geral fez um enorme destaque para esse evento, devido ao fato de que foi a primeira aparição pública que Jackson fez desde sua absolvição saindo de sua reclusão no Bahrain.

Michael recebeu em 2006, oito Guinness World Records, entre os registros estavam, “Primeiro artista a ganhar mais de 100 milhões de dólares em um ano”, “Primeiro artista a vender mais de 100 milhões de álbuns fora dos Estados Unidos”, “ Artista mais bem sucedido no mundo da música” entre outros, sendo ainda cogitado como o artista mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em mais de 8 bilhões de dólares.

Também no ano de 2006, em novembro, Michael compareceu ao World Music Awards. Recebeu o Diamond Award, dado a artistas que venderam mais de 100 milhões de discos. Durante a premiação, Jackson também recebeu o 9º certificado do Guinness da semana, dado em razão das 104 (na época) milhões de cópias vendidas do álbum Thriller.

Em Maio de 2006, Michael se mudou do Bahrain para a cidade de Dublin, na Irlanda, onde continuou a gravar o que será o décimo-terceiro álbum solo da carreira - o primeiro desde Invincible, lançado em 2001. A previsão era que o álbum chegasse às lojas até o verão de 2007 e seria distribuído pela gravadora independente 2 Seas Records, propriedade do sheik do Bahrain Abdulla bin Hamad Al Khalifa. Mas a distribuição por conta da 2 Seas Records já foi descartada. O selo de gravação agora é a Michael Jackson Company Inc., criada há pouco tempo.

Em Outubro do mesmo ano, o programa de televisão Access Hollywood teve acesso ao estúdio enquanto Michael trabalhava com o produtor e rapper Will.i.am, membro-líder do grupo Black Eyed Peas. O estúdio que Michael trabalhava em Dublin era a Grouse Lodge Residential Studios.

Michael e a Sony compraram em 2007 o Famous Music LLC da Viacom. Que lhe concedeu o direito sobre canções de Eminem, Shakira entre outros.

O tão esperado novo álbum, tem previsão para o segundo semestre de 2009. Até o momento, os produtores anunciados são Will I am, Akon e T-Pain.

Fotografia aérea do rancho "Neverland", residência fixa do cantor entre os anos de 1988 e 2005.

Numa tentativa de resgatar a visibilidade musical de Jackson, em 11 de fevereiro de 2008, a SonyBMG lançou Thriller 25th, uma edição comemorativa dos 25 anos do lançamento de Thriller, o seu mais conhecido álbum. Foram confeccionados remixes com a participação de artistas da época para compor a lista das faixas. Dentre os convidados estão Will.I.Am, Akon, Fergie e Kanye West

A Edição Especial é composta pelo CD - contendo as faixas convencionais e os remixes, adicionado o verso solo de Vincent Price e a música inédita For All Time - e um DVD, contendo os clipes do álbum e a performance de Billie Jean no 25º Aniversário da Motown, em 1983.

Thriller 25 pode ser considerado sucesso comercial: Chegou à posição #2 nos Estados Unidos, #3 no Reino Unido, e no TOP#10 em mais de trinta países. Atingiu três semanas em primeiro lugar na França, e duas semanas, em primeiro da Argentina, Bélgica, e no Reino Unido. Foi certificado "Disco de Ouro" em 11 países.

Nos Estados Unidos, Thriller 25th foi o segundo álbum mais vendido na sua semana de estreia, passando dos 166.000 exemplares. Foi inelegivel para o chart Billboard 200 por ser relançamento, mas entrou no Pop Catalog no número um, onde permaneceu durante nove semanas consecutivas. Este foi o melhor lançamento Jackson desde Invincible em 2001, com um valor estimado de 500.000 exemplares e 2 milhões de cópias vendidas em 12 semanas.

Atualmente está entre os 10 álbuns mais vendidos do ano de 2008.

Para comemorar o aniversário de 50 anos de Michael Jackson a SonyBMG lançou “King of Pop” a primeira coletânea interativa de Michael Jackson que contou com seu público para seleção das faixas.

O cantor vendeu seu rancho Neverland, depois de três anos sem morar no lugar. No entanto gerou controvérsia da imprensa, já que ele vendeu a propriedade para uma companhia que ele mesmo era um dos donos.

This Is It seria uma série de 50 concertos que teria início em 13 de Julho de 2009, na O2 Arena, em Londres. Os shows seriam suas primeiras aparições significantes desde a bem-sucedida HIStory World Tour de 1996/1997, já que em 2001, ano de lançamento de seu mais recente álbum de inéditas, não foi realizada uma turnê para a promoção deste álbum, apenas 2 concertos foram realizados na cidade de Nova Iorque para a comemoração de seus 30 anos de carreira. Os ingressos deste concertos foram vendidos em poucos minutos quando anunciados.

Mídia e uma multidão de fãs na parte de fora do Ronald Reagan UCLA Medical Center após o anúncio da morte do cantor.

Em 25 de junho de 2009, foi noticiado que Michael Jackson sofreu uma parada cardíaca em sua casa, na vizinhança de Holmby Hills, Los Angeles, CA, Estados Unidos. Os serviços de emergência médica socorreram o cantor em sua casa, na tentativa de reanimá-lo. Porém, como Jackson se encontrava em estado de coma profundo, ele foi levado às pressas para o hospital universitário da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Desde sua internação, rumores haviam se espalhado pela imprensa confirmando seu falecimento. Às 14h06min (horário local) de 25 de junho de 2009. Seu falecimento teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de preocupação por parte dos fãs em muitas partes do mundo. Defronte ao hospital da UCLA, muitos fãs do cantor cercaram o prédio à procura de informações sobre a suposta 'morte' de Jackson. Porém, pouco tempo depois da internação de Jackson, sua morte foi confirmada às 14h26min (horário local) do mesmo dia. Michael receberá homenagens em vários países. No Brasil, o Governo do Estado do Rio de Janeiro prometeu erguer uma estátua do astro na favela Santa Marta, local onde ele gravou um videoclipe. Inglaterra, local onde ele iria fazer os concertos, ganhará uma estátua de cera no famoso museu Madame Tussauds.

A morte de Jackson foi confirmada pelo porta-voz do Instituto Médico Legal de Los Angeles, Fred Corral. Contudo a parada cardíaca noticiada não foi confirmada pelo porta-voz do hospital.

Na sexta-feira, dia 26 de junho de 2009, após três horas de necrópsia, o corpo do astro pop foi liberado com laudo prévio que descartava indícios de violência como causa mortis. Entretanto, resultados toxicológicos podem levar de 4 a 6 semanas para serem obtidos e divulgados.

 
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