sexta-feira, 13 de junho de 2008

Por que fazemos isso?

Ao ver vídeos assim me faz lembrar uma história, em meados de 1993 ou 1994. Quando eu estava no meu colégio e um amigo meu, praticante de Kung-Fu Shaolin-style, ía fazer uma demonstração-aposta.

Se não me falha a memória, foi assim:

Numa das quadras de lá, havia um muro com uns combogós (sim, é assim que se escreve) bem altos e discorreu um animado diálogo entre eu, Jesus e Gékson (nomes não-fictícios, por incrível que pareça).

Jesus - Vocês duvidam que eu encoste lá nos combogós?

J.R. - Duvido!

Gékson - Duvidar, eu não duvido, até eu consigo. Quero ver é você ficar segurando num deles.

Jesus - Fácil! Vai você primeiro!

O negócio era alto com força, Gékson estava no auge do voley, o cara que tinha a maior impulsão que já vi, os braços eram dignos de um gorila das montanhas moçambicanas e a força dele era fora do comum, sempre foi acavalado em relação a nós franzinos e magros (saudades desse tempo). E Jesus era um autêntico lutador de Kung-fu, corpo do Bruce Lee, magro, leve e rasgado. Os tais combogós (não me canso de escrever essa palavra que aprendi agora, dizem também que se pode escrever, cobogó) ficavam numa altura de mais ou menos 3m e para conseguir segurar lá tinha-se duas opções. Ou você seria alto e teria uma boa impulsão pra alcançar, ou você seria um ninja, e no melhor estilo Jackie Chan praticante de Le Parkour, correria em direção ao muro e daria uns 2 a 3 passos no muro, tipo escalando, e alcançava lá, o que seria muito mais foda de fazer.

Pois bem, Gékson (o único que cortava antes da linha dos 3m) tentou ir pela opção 1, porém, ele detia um exclente salto, algo digno de 90cm (com as pernas esticadas), mas não tinha muita altura, devia ter uns 1,73m e por isso, não obteve êxito em sua tentaiva. Oportunidade perfeita para Jesus vencer Gékson em alguma habilidade física, pois era impossível vencê-lo em qualquer tipo de jogo (futebol, basquete, voley, boliche, porrinha...). Foi aí que Jesus, inspirou forte, partiu pra cima do muro, saltou (na minha mente, tá em câmera lenta), CONSEGUIU DAS OS 2 PASSOS FODAS NO MURO E SEGUROU COM O BRAÇO DIREITO. Um feito inédito, Roberto Bonfim foi testemunha ocular, eu só falava palavrões, a galera urrava um JESUS, JESUS, JESUS... e ele, ainda dependurado com um braço, dá um outro urro. De dor, extrema dor e quando vimos, uma deformação horrível em seu ombro, totalmente luxado e travado, ele cai ao chão com aquele braço rígido e deformado e nosso amigo acavalado, bruto como um lutador de vale-tudo, puxa o braço de Jesus, numa tentativa totalmente cega de recolocar o ombro no lugar.

A dor foi muito maior ao colocar e com um plus, o ombro direito de meu amigo Jesus nunca mais foi o mesmo, jogar voley, impossível, bater continência, jamais, cobrar lateral numa partida de futebol, nem a pau, o ombro se deslocava com o mínimo esforço possível. Certa vez, eu vi esse mesmo ombro sair com um espirro. Ele estava sentado no sofá com os braços abertos pelo encosto, quando no movimento brusco do espirro ele re-luxou pela "enésima" vez.

O que esse vídeo tem a ver?

Uma lição, de que nunca somos idiotas o suficiente para mostrar do que somos capaz fisicamente, nunca.

Pelo chute, acredito que esse seja uma vertente chinesa da arte-marcial Paonocu Jitsu, que se chama Tomônoku Jitsu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola, J.R.

Bem lembrado, ainda bem que nesses últimos tempos o ombro não deslocou mais.
Se você estivesse já com seus conhecimentos de fisioterapia na época eu teria evitado a ajuda de Gékson.. heheheh. kkkk

Na época eu estava no auge da minha forma física, então eu cai na besteira de fazer isso.

Aquele pulo também está em câmera lenta na minha cabeça, e a dor não quero nem pensar.

Acho que o pessoal já deve ter percebido que eu fujo das cobranças de lateral nas poucas peladas que fui.

Mas com o tempo eu aprendi a colocar o ombro no lugar, e ele já não doi como antigamente. Incluisive já faz muito tempo que ele não desloca devido a musculação e a fisioterapia que eu fiz no começo.

Sempre somos inteligentes o suficiente para não mostrar do que somos capaz fisicamente, sempre.

Abraços,

ROJesus

J.R. disse...

ou não!

 
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