quinta-feira, 3 de julho de 2008

Control+Esporte - Edição especial

Um mix de apoio e cobranças
Seguranças para todos os lados, jogadores cabisbaixos, poucos aplausos e mais críticas de alguns torcedores mais exaltados e outros sem forças para sequer dirigir uma palavra. A saída dos jogadores do Fluminense do Maracanã após a perda do título da Taça Libertadores para a LDU foi uma mistura de emoção, apoio e pesadas críticas. Um dos primeiros jogadores a sair foi o lateral Gabriel. Com três seguranças, passou pelo meio dos torcedores. Recebeu abraços e palavras de carinho de alguns torcedores. Mas foi bastante incomodado por outro, que parecia alcoolizado e acabou detido por policiais. - Vocês só querem dinheiro - gritava o torcedor. Renato Gaúcho procurou evitar o contato com os torcedores. O carro do presidente do patrocinador do clube, Celso Barros, parou em frente ao vestiário. O técnico entrou rapidamente e não escutou as reclamações. Sobrou para o coordenador de futebol Branco. - Ô Branco, tem que contratar um treinador. Temos um treinador de m... Com o Renato não dá - gritava. Outro aproveitava também para criticar o volante Ygor:
- Ele cismou com o Ygor, p... Não dá mais!
Luiz Alberto saiu ao lado da esposa. Decepcionado, tinha dificuldade de andar. Conca também foi até o estacionamento com seguranças. Escutou aplausos. Já Washington não teve a mesma sorte. Caminhou até a rua para entrar em um mini-ônibus e se encontrar com familiares e amigos.
- Grande desse jeito você não pode ficar caindo toda hora - gritou um torcedor, que ainda deu um soco no ônibus.
Por fim, veio a cobrança pela recuperação no Campeonato Brasileiro. Atualmente, o time é o lanterna da competição.
- Ô, ô, ô... o Brasileiro agora é obrigação!
Cevallos e sua santa
Uma cena chamou a atenção da torcida no Maracanã nas cobranças de pênaltis que decidiram o título para a LDU: antes dos jogadores do Fluminense baterem na bola, o goleiro equatoriano Cevallos rezava agarrado às redes. Perguntado na entrevista coletiva sobre o costume, o camisa 1 campeão da Libertadores respondeu:

- Eu pedia proteção, ajuda. Rezava para a Virgem Milagrosa, da qual sou devoto fervoroso. E pedia proteção ao meu pai - explica.

Cevallos pegou três pênaltis após a derrota da LDU por 3 a 1, que levou o jogo para prorrogação e cobranças: Conca, Thiago Neves e Washington.

Torcedor rubro-negro provoca

Em suas últimas horas no Rio de Janeiro, a delegação da LDU atraiu dezenas de torcedores do Flamengo, tanto no hotel, onde alguns rubro-negros esperaram até que os jogadores fossem embora, já às 5h da manhã, quanto no aeroporto. Eles corriam atrás de autógrafos e fotos e tentavam conseguir, na base da troca, alguma peça do vestuário da campeã da Taça Libertadores.

Um momento de celebração para os secadores flamenguistas - embora não tão grande quanto para os torcedores da Liga - aconteceu quando o capitão Vera carregou o troféu ao deixar a sala de refeitório, onde os jogadores se reuniram após o jogo no hotel onde estavam hospedados.

André Durão /GLOBOESPORTE.COM

Rubro-negro presta sua homenagem ao título da LDU colocando a camisa do Flamengo na taça

Um rubro-negro, mais empolgado, tentou envolver a taça com a camisa do Flamengo e foi repreendido por torcedores e dirigentes da LDU - na provável primeira vez em que o apoio carioca foi visto com antipatia pelos equatorianos.

- Esse título foi maravilhoso. Quero ver o Renato Gaúcho tirar onda agora. Foi mais por causa dele que eu fui ao Maracanã para secar. Vamos ver agora se o Fluminense vai brincar no Campeonato Brasileiro, como ele disse que ia fazer - disse Douglas Oliveira, de 28 anos, autor da tentativa de vestir o troféu com a camisa rubro-negra.

Renato sente golpe


Muito abatido, o técnico Renato Gaúcho disse que a perda do título da Libertadores um dos piores 'nocautes' que ele já sofreu na vida (assista ao lado).

- Na vida, os vencedores também são golpeados. E me considero um vencedor, meu currículo fala por mim. Mas foi um nocaute. Talvez tenha sido o pior deles depois da perda do meu pai. Mas quem está no futebol sabe que isso pode acontecer em qualquer momento Eu e o grupo somos vencedores, e o Fluminense vai brigar por uma das quatro vagas na Libertadores do ano que vem - disse.

Único a dar entrevistas após a partida, o comandante negou uma grave crise no Tricolor, uma vez que o burburinho na sala de imprensa dava conta de uma tentativa de agressão dos companheiros a Dodô, que estaria deixando o clube, a saída de Fábio Mahseredjian rumo ao Inter, motivada por desentendimentos com ele, Renato, além da insatisfação de parte dos jogadores com as últimas declarações do técnico.

- O que eu posso dizer é que as três coisas são mentiras. Isso é bafafá de quem não gosta do Fluminense. É só perguntar para os envolvidos, que eles darão a resposta. Nosso grupo é unido, do presidente ao roupeiro – garante Renato.

Ao falar sobre o jogo, Renato deu os parabéns à LDU pela vitória e lamentou a imperícia dos atacantes nas cobranças de pênaltis.

- Fica difícil explicar uma derrota dessas. Buscamos, tivemos algumas oportunidades, mas a bola não entrou. Fomos para os pênaltis, tínhamos os melhores batedores, mas eles não estiveram numa noite feliz. Faz parte.

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