Ramones
No início dos anos 1970 surgiam várias vertentes do rock nos Estados Unidos e no Reino Unido; o punk rock foi uma delas. Em 30 de março de 1974 os Ramones tocaram pela primeira vez, como um trio (Joey, Dee Dee e Johnny). Em 16 de abril do mesmo ano, a banda realizou sua primeira apresentação no bar CBGB, que se tornava o refúgio do rock underground nova-iorquino da época. Ao longo de seus 22 anos de existência, os Ramones totalizaram 2.263 apresentações ao redor do mundo[2]. O último show foi realizado em Los Angeles, Califórnia, em 6 de agosto de 1996.
Em 2 de março de 2002 a banda foi incluída no Salão da Fama do Rock and Roll, e em 2004 a revista Rolling Stone elegeu as cem maiores personalidades do primeiros cinqüenta anos do rock, ficando os Ramones em 26º lugar.
71-80'sA pré-história da banda está centrada no Queens, um dos cinco distritos de Nova York — mais especificamente no bairro de Forest Hills. Os integrantes se conheciam desde a adolescência, quando figuravam entre os poucos jovens da vizinhança, fãs de bandas como The Doors, The Who, The Beatles, The Rolling Stones, New York Dolls, Stooges e MC5, e já haviam tocado em bandas de garagem durante o colégio.
Quando Douglas Colvin e John Cummings decidiram montar uma banda, chamaram para a bateria um conhecido de Douglas, Jeffrey Hyman. Nos primeiros ensaios John tocava a guitarra e Douglas tocava o baixo e cantava. Para homenagear o produtor Phil Ramone, batizaram a banda de Ramones e todos usaram "Ramone" como sobrenome, como se fizessem parte de uma família. A história, porém, gera controvérsias, uma vez que alguns afirmam que, na verdade, eles apenas fizeram uma brincadeira com fato de Paul McCartney se registrar em hotéis sob o pseudônimo de "Paul Ramon".
Nos primeiros ensaios os Ramones tentaram tocar músicas de outras bandas, mas não conseguiram. Então decidiram escrever suas próprias músicas. I Don't Wanna Walk Around With You foi escrita no primeiro ensaio. Depois eles escreveriam I Don't Wanna Get Involved With You, I Don't Wanna Be Learned, I Don't Wanna Be Tamed (o título era a letra inteira, mas Joey cantava "Timed" no lugar de "Tamed") e I Don't Wanna Go Down To The Basement. Eles não haviam escrito nenhuma música "positiva" (isto é, sem as palavras "I Don't") até surgir a música Now I Wanna Sniff Some Glue. Logo após, It's A Long Way Back To Germany, Blitzkrieg Bop, I Don't Care e Babysitter foram adicionadas ao repertório.
O conhecimento musical dos Ramones era limitado. Dee Dee tinha dificuldade para tocar baixo e cantar ao mesmo tempo, assim como Joey não conseguia cantar e tocar bateria ao mesmo tempo. A banda decidiu, então, que os vocais ficariam com Joey, e que iriam procurar um novo baterista. Foram feitos diversos testes no pequeno estúdio Performance Studio, onde trabalhava um velho amigo dos integrantes da banda, Thomas Erdelyi. Antes de cada teste, Erdelyi pegava as baquetas para mostrar aos candidatos como era o estilo da banda, e como Johnny, Joey e Dee Dee não gostaram dos candidatos que se apresentaram, logo ficou evidente que o melhor baterista para os Ramones seria o próprio Erdelyi. Ele adotou o nome Tommy Ramone e entrou na banda.
O primeiro show dos Ramones foi feito no Performance Studios, em 30 de março de 1974. Logo a banda passaria a fazer shows na casa noturna CBGB's, integrando uma cena "underground" composta por bandas como Blondie, Television, The Cramps, Talking Heads, The Voidoids e The Patti Smith Group.
Em 1975 conseguiram um contrato de cinco anos com a gravadora Sire Records. Seu primeiro LP, Ramones, lançado em 1976, tinha 14 músicas rápidas e curtas — a duração do álbum é de pouco mais de 29 minutos. A banda começou a fazer shows nos Estados Unidos para divulgar o álbum, mas fora de Nova York a recepção do público não foi calorosa. A exceção foi a Inglaterra: um show realizado em Londres em 4 de julho de 1976 foi um grande sucesso. Entre os presentes no show estavam os integrantes de bandas que ainda estavam dando seus primeiros passos, como The Clash e Sex Pistols, que compartilhavam com os Ramones as influências musicais de Stooges, MC5 e New York Dolls.
O ano de 1977 foi intenso para os Ramones. Lançaram Leave Home e Rocket to Russia, excursionaram por toda a América do Norte, tocaram com o ídolo Iggy Pop e visitaram a Europa no meio e no final do ano. Nesta tour britânica de final de ano, registraram quatro shows para lançar um futuro álbum ao vivo. O melhor show foi justamente o show da virada de ano, quando tocaram no Rainbow Theatre juntamente com os Rezillos e Generation X. Gravado no dia 31 de dezembro de 1977, It's Alive — que só seria lançado em 1979 — foi considerado por muitos como um dos cinco álbuns ao vivo mais importantes da história do rock, com 28 faixas englobando os três primeiros discos. Foi o último registro do baterista Tommy na banda.
No começo de 1978 o punk rock estava de ressaca. Os Ramones lançaram três álbuns maravilhosos e não estavam colhendo os frutos que mereciam. Os Sex Pistols instalaram o caos e acabaram após uma desastrosa turnê norte americana. Tocar punk rock em Londres não era mais cool. Várias bandas pioneiras desfizeram-se ou migraram para outros estilos musicais como o new wave e o pós-punk.
Mesmo lotando todos os lugares em que tocavam, o excesso de shows estava exigindo muito dos Ramones. A primeira baixa veio com a saída do baterista Tommy, que tinha verdadeiro pavor das longas turnês que a banda vinha fazendo. No seu lugar chamaram o ex-baterista do The Voidoids, Marc Bell.
Bell, agora Marky Ramone, entrou na banda no começo de maio e em algumas semanas já estava gravando o álbum Road to Ruin com o grupo. Seu primeiro show, em 29 de junho, foi após a gravação do disco. O estilo e a competência de Marky se encaixaram perfeitamente na nova proposta da banda. Queriam fazer um disco mais comercial, mas sem deixar de lado as características iniciais dos Ramones. Contendo músicas mais longas que os discos anteriores, lançaram um disco com apenas doze faixas. Se em 1978 o punk apontava para novas direções, o Ramones fez o caminho inverso: flertou com raízes ainda mais seminais do rock, e mostrou que sabia e podia fazer um rock acessível e de qualidade. A produção resolveu "amaciar" Road To Ruin com guitarras acústicas, com a balada Questioningly, o cover de Needles and Pins, o solo de uma nota só em I Wanna Be Sedated e com guitarras limpas na quase country Don't Come Close.
Os Ramones fizeram 154 shows para divulgar seu quarto álbum, Road to Ruin, em 1978. Nesse ano o novo baterista Marky se firmaria no quarteto. Em dezembro começaram as filmagens de Rock 'n' Roll High School, uma película dirigida por um clássico diretor de filmes de classe B. A trilha sonora do filme foi lançada em 1979, assim como o disco ao vivo It's Alive. Como recebiam muito pouco dinheiro durante a gravação do filme em Los Angeles, tinham que fazer shows nas cidades próximas para pagar a conta do hotel. Mas no meio dessa correria, conheceram o homem que remixou duas músicas dos Ramones para o filme e que viria a produzir o próximo álbum da banda.
A trilha sonora desta típica comédia adolescente norte-americana tinha vários artistas, entre eles MC5, Devo, Eddie and the Hot Rods, Chuck Berry e, é claro, os Ramones, que apareciam com duas versões de Rock 'n' Roll High School. Trazia ainda músicas ao vivo da banda, de um show de sete músicas dos álbuns anteriores e outra música inédita chamada I Want You Around, que aparece tanto na trilha sonora do filme como na coletânea All The Stuff (And More!) Volume 2.
80-90's
No início da década de 1980, conflitos começaram a provocar tensão na banda. Até então Johnny tinha pouca participação na composição das músicas — que ficavam praticamente a cargo de Joey e Dee Dee — mas nessa época ele passaria a ter um papel mais importante nos bastidores.
Em uma tentativa quase desesperada de alcançar o sucesso comercial, a gravadora e os Ramones havia chamado o produtor Phil Spector para produzir o próximo disco da banda. Spector se tornou famoso na década de 60 produzindo discos de bandas como The Ronettes e Crystals, e na década de 70 produziu diversos discos da carreira solo dos ex-Beatles John Lennon e George Harrison.
Se antes os Ramones gravavam sete músicas no primeiro dia de estúdio, com Spector foi muito diferente. Sendo extremamente excêntrico e perfeccionista, Spector infernizou Johnny e Dee Dee. Johnny chegava a ficar diversas horas gravando e repetindo acordes simples, até que Spector achasse que estava bom. Com Dee Dee, a relação dentro do estúdio foi pior e mais doentia. Os dois confrontavam-se por tudo, inclusive para ver quem tinha a maior e mais bizarra coleção de armas.
Quem lembrava de End of the Century e Phil Spector com saudades era Joey Ramone. Ambos se davam muito bem. Além de Spector ter sido um ídolo de longa data do vocalista, ele ajudou Joey a trabalhar novas melodias de voz e também a esmeirar-se na composição de músicas realmente inspiradas, consideradas as melhores canções do disco, como: Danny Says, Do You Remember Rock 'n' roll Radio, Rock 'n' roll High School e I'm Affected.
O disco teve a melhor recepção comercial da carreira dos Ramones, mas foi mal recebido pela crítica especializada e pelos fãs antigos, o que resultou em uma queda-de-braço entre Joey, que queria um som mais pop, e Johnny, que desejava manter o estilo inicial da banda.
As coisas estavam difíceis para os Ramones. O relacionamento entre os integrantes tornara-se bastante tenso e já não se falavam direito, mas como eram extremamente profissionais os conflitos não tornaram-se públicos. Desde a saída de Tommy a banda estava sem um líder. Marky, Joey e Dee Dee estavam numa fase regada a muita festa e álcool. Então Johnny se tornou o líder dos Ramones, pelo menos na questão dos negócios e da administração do dinheiro. Em relação às músicas, Joey e Dee Dee ainda eram os principais compositores.
Em Pleasant Dreams, continuaram a difícil e infrutífera tentativa de emplacar um hit radiofônico, injetando, para isto, uma boa dose de teclados nas 12 faixas do álbum.
Pleasant Dreams foi o primeiro disco em que os Ramones não apresentavam uma versão cover. Também foi o primeiro no qual não apareciam na capa. E foi a partir deste álbum que os créditos das músicas vieram assinadas pelos verdadeiros autores e não por toda a banda. Pleasant Dreams apresentava sete canções de Joey e cinco de Dee Dee. Esse album é considerado por Marky e por muitos, como melhor album dele nos Ramones.O resultado do álbum Pleasant Dreams deixou os Ramones infelizes. O álbum seguinte, Subterranean Jungle, teria de ser diferente. E foi — mas não muito. Johnny Ramone, que chefiava a parte burocrática da banda, não compunha nada. Johnny recebeu os créditos como co-autor de Psycho Therapy mas na verdade foi Dee Dee quem escreveu aquela música inteira. Se no disco anterior não gravaram nenhum cover, desta vez abriram o álbum com duas versões e no lado B ainda tinha mais uma.
Já o problema do baterista Marky com o álcool tinha ficado intolerável a ponto de ele faltar a shows, sendo que em Cleveland faltou duas vezes, até acabar por sair dos Ramones no final das gravações de Subterranean Jungle. Durante a conclusão do álbum estavam à procura de um novo baterista. Tentaram com Billy Rogers, que tocou com os Heartbreakers. Foi Billy quem gravou a bateria de Time Has Come Today. Mas Billy acabou não ficando na banda. O escolhido foi Richard Reinhardt que se tornou Richie Ramone no dia 13 de fevereiro de 1983. Além de cantar o refrão de Outsider — semelhante ao que tinha feito em 53rd & 3rd, do primeiro álbun da banda —, foi neste disco que Dee Dee começou a cantar algumas música de sua autoria. Time Bomb foi a primeira música com Dee Dee como vocalista principal.
Na época dos álbuns Subterranean Jungle, Too Tough to Die e Animal Boy, os Ramones contavam com um segundo guitarrista convidado e de muito talento, chamado Walter Lure, que duelava com Johnny Thunders na banda The Heartbreakers. Johnny Ramone era muito experiente quando o assunto era três acordes. Gravava a base de quase dez músicas em uma tarde de estúdio com impressionante facilidade. Mas Johnny era limitado quando a sonoridade pedia solos de guitarra. Nesta hora entrava a mão de um produtor ou de algum guitarrista convidado. E nesta época o segundo guitarrista oficial dos Ramones era Walter Lure.
De agosto a dezembro de 1983 os Ramones ficaram sem tocar ao vivo. Foi o período mais longo em que a banda ficou sem fazer shows, devido a um episódio sinistro que sofreu Johnny Ramone. Na noite do dia 15 de agosto o guitarrista estava num bar e viu uma garota bêbada. Johnny ofereceu assistência à garota, mas em troca recebeu socos, chutes e ponta-pés na cabeça pelo suposto namorado da bêbada. Acordou no hospital, após uma complicada cirurgia no cérebro, pois seu crânio havia sido fraturado.
Johnny esteve entre a vida e a morte. Mas o ocorrido serviu para unir a banda. Após a recuperação do guitarrista, os Ramones começaram a sair juntos novamente, e também resolveram sair em turnê sem namoradas ou esposas. Além disso, o ambiente estava mais amigável e resolveram fazer um álbum mais pesado e sem a preocupação de emplacar um hit. Chamaram Ed Stasium e Tommy para a produção. O primeiro álbum com o baterista Richie se chamaria Too Tough to Die, nome da terceira música do álbum. Too Tough To Die ("Muito duro para morrer", em português) foi uma homenagem que Dee Dee fez a Johnny.
Too Tough To Die foi o primeiro dos três álbuns que o baterista Richie gravou. Richie trouxe uma pegada diferente aos Ramones. Sua escola de bateria era mais requintada e, assim, ele floreou um pouco a sonoridade básica da banda. Mas Too Tough To Die também mostrava o quanto Dee Dee era fundamental nas composições. Nas doze faixas do álbum, uma tinha sido composta por Richie e duas por Joey — uma delas, Dangers Of Love, foi a primeira co-autoria de Daniel Ray. No restante Dee Dee era autor ou co-autor, juntamente com Johnny, mas é sabido que a participação de Johnny era menor.
Na verdade, Dee Dee estava tentando estimular o lado compositor do guitarrista, pois estava ficando estranho Johnny mandar nos negócios da banda e não contribuir em quase nada no lado musical. Três músicas escritas por Dee Dee e Johnny destoavam de tudo o que os Ramones já tinham feito. Wart Hog e Endless Vacation foi uma aproximação e saudação "ramônica" ao hard core, gênero do punk em voga na época. E Durango 95 foi o primeiro (e único) tema instrumental da banda, música que a partir de 1984 abriria todos os shows da banda. Durango 95 foi assim chamada em homenagem ao automóvel que Malcolm McDowell dirigia no filme Laranja Mecânica.
No meio de 1985, Joey e Dee Dee se juntam ao ex-baixista dos Plasmatics, Jean Beauvoir, no intuito de escrever e gravar uma música chamada Bonzo Goes To Bitburg, um protesto contra a visita do então presidente Ronald Reagan ao cemitério de guerra localizado em Bitburg, Alemanha, onde se encontravam sepultados vários corpos de altos cargos da SS Nazista.
A música foi lançada apenas no Reino Unido, no formato doze polegadas, tendo Dangers Of Love e a até então inédita Go Home Ann no lado B. O protesto em Bonzo Goes To Bitburg mostrava o amadurecimento de uma banda que admitia piadas com referência nazista no começo da carreira. Mas Johnny Ramone (um conservador e ardoroso fã da política de Ronald Reagan) não gostou do nome da música. Joey e Dee Dee queriam que o nome da música permanecesse como era, mas só conseguiram manter o nome no single inglês de doze polegadas. A música foi re-intitulada My Brain Is Hanging Upside Down quando apareceu no álbum Animal Boy, de 1986.
Animal Boy foi o nono álbum de estúdio dos Ramones e foi lançado em maio de 1986. O disco abria com a segunda composição de Richie para os Ramones: Somebody Put Something In My Drink, que foi inspirada em um incidente verdadeiro, quando alguém "deixou cair" um ácido na gim tônica do baterista. O hard core de Dee Dee e Johnny estavam presentes em Freak Of Nature, Eat The Rat e na faixa que dava nome ao disco. Joey Ramone contribuiu em apenas duas faixas além de Bonzo Goes To Bitburg. Foi a fase negra de um vocalista afundado em álcool e cocaína e que preferia berrar nos microfones para afastar os sentimentos ruins.
Assim como a faixa 9, (Eat The Rat), a faixa 3, Love Kills, era cantada por Dee Dee. Love Kills foi um tributo a Sid Vicious e foi escrita para o filme Sid and Nancy, mas acabou não sendo incluída na trilha sonora da película. No último show dos Ramones, em 1996, Dee Dee (já fora da banda) foi convidado para cantar Love Kills, e o fez à sua maneira.
Halfway to Sanity foi mais um típico álbum ramone dos anos 1980. Lançado em 1987 e ainda com Richie empunhando as baquetas, não apresentava (assim como os dois álbuns antecessores) nenhum cover. Dee Dee foi quem escreveu a maioria das faixas, algumas (I Wanna Live e Garden Of Serenity) co-escritas com o produtor Daniel Rey. Rey era guitarrista do Shrapnel, uma pequena banda punk de New Jersey que abriu vários shows dos Ramones. Daniel Rey também trabalhava como produtor e tornou-se amigo de Joey.
A primeira parceria de ambos surgiu no álbum Too Tough To Die. Em Halfway To Sanity, os Ramones queriam se auto-produzir e chamaram Daniel Rey para comandar a empreitada. O som ficou do jeito que eles queriam. Dee Dee continuou compondo seus hardcores como I Lost My Mind e Weasel Face, mas só fez as vozes principais em I Lost My Mind. Johnny e Dee Dee escreveram Bop 'Til You Drop. Richie, sempre ativo, desta vez veio com duas (I'm Not Jesus e I Know Better Now). Joey continuava contribuindo com poucas, mas boas: A Real Cool Time e Bye Bye Baby, esta última com toques de Phil Spector. Foi a música mais longa da banda, com 4 minutos e 33 segundos.
Halfway to Sanity trazia uma convidada especial: Deborah Harry, do Blondie, fez backing vocals em Go Lil' Camaro Go.
Richie foi baterista dos Ramones durante quatro anos e meio e fez cerca de quatrocentos shows. Tocando inclusive em São Paulo e no Rio de Janeiro, quando a banda visitou o Brasil pela primeira vez no começo de 1987. Enquanto ramone, Richie compôs quatro músicas, uma delas chamada Somebody Put Something In My Drink, que se tornou uma das mais clássicas do quarteto. Richie também fazia backing vocals em shows e nos álbuns. Muitos dizem que o estilo dele tocar bateria não combinava com o básico três acordes da banda. Mesmo assim, Richie foi importantíssimo para os Ramones, não só por ser um excelente compositor mas também pela sua "pegada diferente" e mais elaborada, e por estar na banda durante uma fase turbulenta e pouco amigável.
Richie gravou Halfway to Sanity, mas um pouco antes do lançamento do álbum deixou a banda, sem aviso prévio. Mais desagradável foi a maneira pela qual o baterista saiu do grupo. As coisas estavam indo relativamente bem, até que de uma hora para outra Richie terminou com sua antiga namorada, encontrou outra e repentinamente se casou com a nova garota, uma milionária. Richie achava que os Ramones queriam expulsá-lo da banda, o que não era verdade. A esposa do baterista apareceu em uma limosine, na saída de um show dos Ramones, e ela mesma disse ao empresário da banda que Richie estava deixando o grupo. Richie entrou na limosine e nunca mais seria visto por nenhum ramone ou outra pessoa ligada à banda, mesmo tendo sido procurado diversas vezes. O pouco que se soube é que o ex-baterista trabalhou de golf caddie em Los Angeles, no começo dos anos 90, e como recepcionista de um hotel em alguma cidade dos Estados Unidos. Hoje em dia é um empresário bem sucedido e toca com uma orquestra nos Estados Unidos e na Europa. Recentemente, em setembro de 2007, entrou com um processo contra a Apple e a Walmarck por venderem músicas suas (tocadas pelos Ramones) sem autorização prévia ou direitos autorais.
Richie compôs duas faixas em Halfway to Sanity. O hardcore I'm Not Jesus e I Know Better Now.
Richie deixou a banda no dia 14 de agosto. Cinco shows foram cancelados às pressas. Pressionados por perder um baterista nas vésperas de lançar um novo álbum, em menos de 24 horas a banda chamou o fã da banda Clem Burke, baterista do Blondie e Chequered Past. Clem receberia o nome artístico de Elvis Ramone e fez algumas fotos promocionais para o novo álbum — inclusive uma dessas fotos é uma das mais publicadas em toda história do quarteto — e no dia 28 de agosto fez seu primeiro show com os Ramones.
No dia seguinte, Burke fazia o segundo e último show como baterista da banda. Os dois shows com ele foram um desastre; mesmo interessado, o estilo com que ele tocava bateria não tinha nada a ver com os Ramones. O tempo dobrado nos chimbais era algo totalmente estranho para alguém acostumado com a batida bem menos rígida do Blondie.
Mesmo custando a acreditar na recuperação do ex-alcoólatra Marky, a banda resolveu marcar um ensaio para ver como o ex-baterista se sairia. Uma música bastou para Johnny e Joey ouvirem o que achavam que os Ramones deveriam soar sempre. Uma semana após a tentativa com Burke, Marky estava de volta aos Ramones. Cinco dias depois (no dia 4 de setembro) ele faria seu retorno e nenhum show teve que ser cancelado.
O retorno triunfal de Marky, em 1987, foi marcado por uma agenda cheia de shows pelos Estados Unidos e pela Europa — também pela gravação de uma música nova de Joey chamada Merry Christmas (I Don't Wanna Fight Tonight), que foi lançada na Inglaterra como lado B do single de I Wanna Live; e pela gravação de um show no Ritz que seria usado para o vídeo de I Wanna Live.
Entre 1987 e 1988 os Ramones estavam sendo reconhecidos como uma banda realmente muito importante. Animal Boy e Halfway to Sanity eram citados como álbuns do ano. Não tocavam nas rádios, não apareciam na MTV mas eram mainstream do mesmo jeito. Músicos de bandas consolidadas ou emergentes citavam os Ramones como sua maior influência. Dee Dee lançava seu primeiro registro solo, "Funky Man", um doze polegadas no qual mostrava um rap inspirado em Run DMC, L.L. Cool J, Beastie Boys e Suicidal Tendencies.
No vídeo de I Wanna Live, Joey vestia uma camiseta do grupo punk metal Corrosion of Conformity. No vídeo de I Wanna Be Sedated (que fizeram para divulgar a coletânea Ramones Mania) Dee Dee vestia outra do Motörhead. Circulavam livremente e eram respeitados nas cenas do punk rock, hardcore, hard rock, heavy metal e rap. Os Ramones eram uma banda universal e assim fizeram um show para dois mil surfistas de 64 países num campeonato mundial de surf em Porto Rico.
Foi neste clima que, em maio de 1988, foi lançado Ramonesmania, uma compilação de trinta músicas englobando todos os dez álbuns que já tinham gravado. As poucas raridades ou novidades eram Sheena is A Punk Rocker, Howling At The Moon e Needles and Pins em versões singles, uma gravação inédita de Rock and Roll High School e um respeitável cover para uma canção de 1969 de uma obscura banda chamada 1910 Fruitgum Company.
Stephen King sempre foi um grande fã dos Ramones. Certa vez, em 1984, promoveu um show em sua cidade natal no estado de Maine com Ramones e Cheap Trick. Em 1989, Dee Dee Ramone e Daniel Rey escreveram Pet Sematary, música que seria o nome e o tema de um novo filme de Stephen King (Cemitério Maldito - nome do filme no Brasil). Um pouco antes do lançamento do seu décimo primeiro álbum de estúdio, os Ramones lançaram Pet Sematary como single (no lado B, Sheena is a Punk Rocker, que também fazia parte da trilha sonora). Prevendo que a música seria um grande hit, trataram de gravar um vídeo que foi rodado em uma noite de lua cheia em um cemitério de Nova York, com participações de Debby Harry, Chris Stein, Daniel Rey, Andy Shernoff e Cheetha Chrome dos Dead Boys.
Brain Drain apareceu em maio de 1989 e recebeu a produção de Bill Laswell. Foi o primeiro álbum após a volta do baterista Marky. Das doze faixas (seis compostas por Dee Dee), a primeira de cada lado se destacava: I Believe In Miracles abrindo o disco e Pet Sematary, a primeira do lado B. Depois de três álbuns de estúdio sem covers, ressucitaram Palisades Park, de 1962. As demais faixas apresentavam parcerias com o Dictators Andy Shernoff, Johnny, Marky e Daniel Rey.
Fechando o álbum, quatro músicas de Joey Ramone, entre elas Merry Christmas, que já tinha aparecido no lado B de I Wanna Live; e Can't Get You Outta My Mind, música que já tinha sido gravada numa demo do começo da década de 1980, no álbum Pleasant Dreams.
Brain Drain foi lançado em maio de 1989; Pet Sematary já era vídeo e estava começando a tocar com frequência nas rádios comerciais e na MTV. Parecia que finalmente os Ramones teriam o merecido sucesso comercial. Mas após o término de uma turnê americana, Dee Dee resolveu sair da banda. Seu último show foi na cidade californiana de Santa Clara, no dia 5 de julho de 1989.
De 1984 até 1989, Dee Dee permaneceu praticamente longe das drogas pesadas e procurou ajuda em organizações como Alcoólicos Anônimos ou Narcóticos Anônimos, sempre com a ajuda de sua esposa Vera. Após gravar Brain Drain, em que parecia estar totalmente envolvido, parou de tomar os seus medicamentos, terminou o seu casamento de dez anos com Vera e depois abandonou os Ramones na turnê de Brain Drain.
Havia a pressão de intermináveis turnês, gravações e músicas a escrever. Realmente seu destino era a vida junkie. Mesmo quando estava praticamente "limpo", de uma forma ou de outra a sua personalidade obsessiva vinha à tona. Teve uma fase em que a sua coleção de armas ficou extremamente numerosa; teve outra fase na qual colecionava relógios e usava duas em um pulso e três em outro. Suas dezenas de tatuagens foram feitas em pouco tempo, para nunca mais se tatuar. Como não estava de corpo e alma nos Ramones, abandonou a banda. Com Dee Dee era tudo ou nada. Mas o que ele queria mesmo era liberdade, nem que isso significasse uma volta ao vício em heroína, o que culminaria com sua morte por overdose, em 2002.
Após a saida dos Ramones, Dee Dee entrou de cabeça no mundo do rap e virou Dee Dee King. Lançou várias musicas e CDs, porém com pouca aceitação do público. Mesmo fora da banda, continuou ajudando na composição das letras das musicas e algumas vezes na organização de shows.
Com a saída de Dee Dee, os Ramones remanescentes trataram de marcar uma audição para arranjar um novo baixista. Nem passou pela cabeça deles que a banda deveria encerrar as atividades. Mesmo Dee Dee sendo a alma dos Ramones e o principal compositor, eles queriam e deveriam prosseguir. Os testes para um novo baixista foram constrangedores. A maioria dos candidatos compareceram à audição para ver Johnny e Joey de perto. Depois de inúmeras audições, chegou-se à conclusão de que o primeiro candidato era o mais interessante: Christopher Joseph Ward, de 24 anos, tocava bem, tinha estilo próprio e não imitava Dee Dee. Logo recebeu o apelido de C.Jay Ramone.
A primeira apresentação, em 4 de setembro de 1989, em um programa de TV foi um desastre. O batismo de fogo foi no dia 30, na Inglaterra. Um dos principais shows que C.J. fez foi Loco Live, gravado em Barcelona, na Espanha. Neste show C.J. mostrou que era um verdadeiro Ramone, tocando e cantando com maestria incrivel. Até o final do ano C.J. fez mais quarenta shows e encerrou o ano totalmente à vontade no palco. C.J. adorava fazer backing vocals e seus vocais nos shows eram melhores e mais regulares que os de Dee Dee.
C.J. trouxe novos e bons ares aos Ramones. Sua juventude, vontade e talento fez muito bem para a banda. Até mesmo serviu para unir um pouco Joey, Marky e Johnny, afinal a banda e os fãs não suportariam a perda de mais um membro original.
Joey começou um demorado e trabalhoso, porém bem sucedido, processo de abandono das drogas. Em 1990 parecia um tornado, de tão ativo e intenso. Promovia festas, discotecava em clubes, aparecia em programas de rádio e TV, fazia jam sessions com a nata do rock nova-iorquino, conduzia painéis de discussão anti-censura, entre outras causas como aids, ecologia, direitos dos animais e desemprego.
Agora Joey era visto como um rock star essencial e de espírito elevado. Ainda arranjava tempo para gravar dois vídeos novos: Merry Christmas' e I Believe in Miracles; além de compor várias músicas novas. Mas ainda não era hora dos Ramones lançarem um álbum inédito. Trataram de compilar os dois primeiros discos em um duplo e colocar umas faixas inéditas. All The Stuff (And More!) Volume 1 trazia duas músicas ao vivo, duas em versão demo (I Can't Be e I Don't Wanna Be Learned/I Don't Wanna Be tamed) e a música que entrou no lugar de Carbona Not Glue (Babysitter) na versão britânica do Leave Home.
No ano de 1990 foi lançado "Lifestyle of the Ramones", uma compilação de todos os vídeos que a banda tinha feito, até a data.
Em 31 de maio de 1990, "All The Stuff (And More!) Volume 2" foi lançado. O disco duplo trazia na íntegra "Rocket To Russia" e "Road To Ruin" e mais 4 faixas inéditas. Eram elas: I Want You Around (versão original), Yea Yea, I Don't Want To Live This Life Anymore e S.L.U.G.
A década de 90 começou com Motörhead compondo uma música chamada R.A.M.O.N.E.S. Joey foi quem se sentiu mais honrado com o tributo prestado por Lemmy. Neste ano também foi lançado outro tributo chamado "Gabba Gabba Hey", com vários artistas norte-americanos, entre eles: Keith Morris, D.I., Chemical People, os irmãos Agnew, Jeff Dahl e duas bandas que estavam entre as prediletas de C.J. na época, L7 e Bad Religion.
Em 1991 os Ramones definitivamente eram uma banda universal. Turnê de 10 dias na Austrália, 10 na Espanha, 3 dias seguidos em Tóquio, Buenos Aires ou São Paulo começou a se tornar rotineiro. Os argentinos eram os fãs mais fanáticos da banda. Chegavam a fechar a rua do hotel e promoviam coros de "hey ho let's go" no aeroporto que davam para ser ouvidos pela banda ainda antes desta sair do avião. Em São Paulo, três apresentações cheias na extinta casa de shows Dama Xoc. Numa das noites pós-show, Joey participou de um programa de rádio e escolheu músicas de seus artistas favoritos: New York Dolls, Stooges, Motörhead, MC5, The Who, David Bowie, Jimi Hendrix, AC/DC, Buzzcocks, Blondie, Alice Cooper, Jane's Addiction e temas dos Ramones.
Em Barcelona os Ramones reservaram duas datas e gravaram Loco Live, o segundo álbum ao vivo dos Ramones. O álbum saiu em duas versões: européia e americana. A diferença entre as duas era a capa e umas 5 faixas diferentes entre as 33 presentes. Nesta época os Ramones estavam tocando em um ritmo bem acelerado. C.J. fazia backing vocals certeiros e cantava Wart Hog, Marky comandava o chimbal de forma impressionante, Johnny era perfeito na sua simplicidade e Joey, mesmo atropelando frases, mostrava por que era um vocalista soberbo.
Mondo Bizarro foi lançado no dia 1º de setembro de 1992. Com o sucesso do Nirvana e outras bandas alternativas, as portas estavam abertas para os Ramones, que desta vez esbanjavam credibilidade. Mondo Bizarro era esperado por muitos motivos, pois seria o primeiro registro de estúdio após três anos sem Dee Dee Ramone.
O disco abria com Censorshit, música que Joey compôs anos antes e já vinha tocando em algumas aparições solo. Marky colaborou com dois temas pouco inspirados. Johnny não compôs nada e apenas escolheu que música dos The Doors eles iriam tocar; fizeram uma versão caprichada de Take It As It Comes, com Joe McGinty dos Psychodelic Furs nos teclados.
Dee Dee que, não estava mais na banda, colaborou com três temas: o hit do álbum, Poison Heart, e outras faixas brilhantemente cantadas por C.J.: Main Man e Strenght To Endure. Poison Heart ganhou o primeiro clip saído de Mondo Bizarro e era uma música que Dee Dee tinha feito numa época em que ele estava tocando com Stiv Bators e Johnny Thunders. Dee Dee vendeu os direitos autorais dessa música para pagar uma fiança, pois estava preso por porte de drogas. Na verdade, Dee Dee continuou compondo para os Ramones porque precisava de dinheiro e agora os Ramones eram uma banda grande e vendia muito bem.
Produzido por Ed Stasium, Mondo Bizarro foi um enorme sucesso comercial na época de seu lançamento. Mondo Bizarro é definitivamente um álbum de Joey Ramone. Joey, que compôs 7 das 13 faixas, estava há dois anos livre das drogas e do álcool e estava levando uma vida 100% saudável, além de ter mergulhado na medicina holística, homeopatia, quiropatia e até mesmo no yoga. O começo dos anos 90 foi a época mais feliz e criativa do vocalista. Escrevia sobre diversos temas com maestria: censura, política, solidão, fidelidade de seus fãs (It's Gonna Be Alright), temas ramônicos clássicos como Heidi Is A Headcase e Cabbies on Crack; e para fechar o álbum, Touring, originalmente composta por Joey em 81 e que em Mondo Bizarro recebeu uma nova versão.
Mondo Bizarro foi sucesso de crítica e de vendas. Os Simpsons prestaram um homenagem ao quarteto(chamando-os para cantar "happy birthday" para o personagem Sr. Burns) e a gravadora pediu para que os Ramones gravassem mais algumas versões dos anos 60, para futuro lançamento de um CD, com o cover Take It As It Comes do The Doors no lado A. O projeto se arrastou. A gravadora propôs algumas faixas para a banda "fazer", então cada ramone escolheu as faixas que mais amavam e que gostariam de regravar, e em 1993 foi lançado Acid Eaters. Os Ramones sempre fizeram regravações de músicas antigas e o resultado quase sempre era animador. Desta vez, elaboraram um álbum inteiro com músicas do final dos anos 60, a época que mais influenciou Joey e Johnny Ramone.
Algumas escolhidas como Substitute, Somebody To Love e I Can't Control Myself já tinham sido regravadas por Sex Pistols, Agent Orange e Buzzcocks respectivamente. Também escolheram faixas obscuras de bandas clássicas como Out Of Time dos Rolling Stones e When I Was Young do The Animals.
Marky sugeriu a inusitada 7 And 7 Is e C.J. escolheu Have You Ever Seen The Rain? do Creedence Clearwater Revival — o baixista estava com prestígio sobrando e ficou responsabilizado por 3 belos vocais em My Back Pages do Bob Dylan, Shape Of Things To Come dos Yardbirds e Journey To The Center Of The Mind dos Amboy Dukes & Ted Nugent, faixa que abria o CD.
Apesar da qualidade indiscutível de mais este álbum, Acid Eaters foi um erro comercial. O momento pós-grunge pedia por novas canções ramônicas de punk rock simples e direto, lacuna preenchida comercialmente pelo estrondoso sucesso de bandas novas como The Offspring e Green Day.
A versão normal do álbum encerrava com Surf City dos Beach Boys, já a versão japonesa continha uma décima terceira faixa também dos Beach Boys, intitulada Surfin' Safari.
Apenas em 1994 os outros Ramones ficaram sabendo que o vocalista Joey estava com câncer. Em 95, Joey deixou claro que os Ramones teriam que parar de fazer shows. O vocalista estava ficando cada vez mais cansado e debilitado, afinal não era nada fácil fazer shows longos e intensos, coberto por jaqueta de couro e iluminação forte.
Além da saúde debilitada do vocalista, o grande problema dos Ramones eram os vários anos de tensão e pouca comunicação entre os integrantes. O fim da banda não era oficializado mas comunicaram à imprensa que um último disco seria gravado. Nesse clima, foi lançado ¡Adios Amigos!. O disco abre com um cover inusitado de Tom Waits. Na sequência, três músicas de Dee Dee, sendo que a Makin Monsters for My Friends e It's Not For Me To Know já tinham aparecido num disco solo do antigo baixista.
Joey aparece com apenas duas faixas lentas e brilhantes. Spiderman aparece como faixa escondida e I Love You de Johnny Thunders and the Heartbreakers são outros dois covers do álbum. Marky compõe Have a Nice Day, a faixa menos inspirada das 13 listadas. Metade do disco é de autoria da parceria Daniel Rey e Dee Dee, sendo que em Born To Die In Berlin o antigo baixista canta o terceiro verso em alemão, numa gravação feita por telefone. C.J. canta em 4 músicas, e estréia como compositor na banda com duas músicas: Scattergun e Got A Lot To Say.
Do lançamento de ¡Adios Amigos! até o fim da banda os Ramones ficaram um ano excursionando e fazendo os últimos shows pelas principais cidades do mundo. No dia 29 de fevereiro gravaram um show em Nova York, que deu origem ao terceiro álbum ao vivo do quarteto: "Greatest Hits Live" - lançado no meio do ano de 96 e que serviu para promover a participação dos Ramones na turnê Lollapalooza. Como o título sugere, Greatest Hits Live trazia as músicas mais famosas do grupo, mas o atrativo principal era o registro ao vivo de faixas de álbuns recentes como: I Don't Want To Grow Up, Strenght To Endure, Spiderman, Cretin Family e The Crusher. Além disso duas versões de estúdio enriqueciam o disco: um cover da sessentista Any Way You Want It e uma regravação de R.A.M.O.N.E.S. do Motörhead.
Logo após este show em NYC o Brasil recebeu pela última vez os Ramones em 6 datas emocionantes. Na sequência, o quarteto fez em Buenos Aires o que seria o último show da história do grupo. Mas um convite para participar do Lollapalooza alterou o curso da história. Neste show em Buenos Aires no estádio de River Plate os Ramones tocaram junto com Iggy Pop e Die Toten Hosen para 70 mil argentinos alucinados.
A TV Argentina transmitia ao vivo o espetáculo para todo o país. Antes de Blitzkrieg Bop Joey vai ao microfone e fala "Don't cry for me Argentina". Dee Dee que morava em Buenos Aires na época ficou de fazer uma participação mas esta acabou não acontecendo. Dee Dee chegou no hotel na hora dos autógrafos, hora de tumulto e confusão, os seguranças não reconheceram o ex-baixista que se sentiu esnobado. Finalmente a produção achou Dee Dee e o colocou dentro da van que os levariam ao local do show. Mas Dee Dee parecia perturbado e simplesmente pulou pra fora da van e sumiu.
O último show dos Ramones aconteceu no dia 06 de agosto de 1996 no Palace em Hollywood. Chamaram vários convidados como Eddie Vedder, Lemmy, Tim e Lars do Rancid, Chris Cornell do Soundgarden e Dee Dee Ramone. Dee Dee ficou encarregado de cantar Love Kills mas entrou errado na musica e esqueceu quase toda a letra. Foi o show de número 2.263 e deu origem ao álbum e ao vídeo We're Outta Here!. Os Ramones eram a epítome de NYC e fizeram o último show em Los Angeles apenas porque Johnny estava se mudando para lá e queria que assim fosse. A idéia inicial era que o último show fosse de graça no Times Square em NYC.
Após esta derradeira apresentação os Ramones ainda receberam uma proposta irrecusável para fazer seus últimos shows na América do Sul. Joey Ramone não aceitou, fato que deixou Marky e Johnny transtornados, afinal esta única semana de shows pelo Brasil e Argentina dariam muito mais lucro do que as seis semanas que fizeram no festival Lollapalooza. Joey sempre foi a alma dos Ramones e para ele, tudo já tinha realmente acabado. Joey não iria cantar por dinheiro, estava mais preocupado com seu projeto solo e sua doença(no ultimo show a voz de Joey nas ultimas musicas está cansada, não mostrando o mesmo vigor de antes)
A última vez que eles todos se reuniram (exceto Richie) foi em 99 no lançamento da compilação Hey Ho Let's Go, pela Rhino e antes disso no final de 97 no lançamento da box set We're Outta Here.
2000 em diante
Desde o fim dos Ramones, Joey lutava contra o câncer linfático e planejava seu disco solo. No final do ano 2000 o câncer deu uma trégua e o vocalista ainda fragilizado finalizava seu álbum junto com Daniel Rey. Mas em dezembro Joey escorregou no gelo da calçada à frente de seu apartamento e quebrou a bacia. A medicação do tratamento foi interrompida para que uma cirurgia fosse realizada e assim o câncer se alastrou. Num domingo de Páscoa no dia 15 de abril de 2001 Joey Ramone faleceu. A notícia abalou milhares de fãs do mundo inteiro. Os Ramones eram tudo para Joey, ele era um dos símbolos do punk e um dos vocalistas e personagens mais influentes e queridas da história do rock e da música.
Com o fim dos Ramones as boas músicas de Dee Dee não estavam sendo gravadas e em 97 surge o maravilhoso álbum Zonked!/Ain't It Fun, o melhor trabalho solo de Dee Dee Ramone. Neste álbum ele assume os vocais e a guitarra, Marky toca bateria, Daniel Rey toca a outra guitarra e produz o trabalho, Barbara arrisca no contra-baixo e canta em 3 faixas, mas o destaque positivo fica para as participações vocais de Lux Interior (The Cramps) e Joey Ramone.
Depois disso Dee Dee paradiou a si mesmo lançando trabalhos menores como Greatest and Latest, The Ramaiz(Marky, Dee Dee e C. J.) e Hop Around. No dia 05 de junho de 2002 foi encontrado morto aos 49 anos em seu apartamento por uma overdose de heroína.
Foi pequeno e simples o enterro do baixista mais influente do punk rock. Lá estavam sua mãe, sua esposa Barbara, Tommy, C.Jay, Johnny, Linda(esposa de Johnny), Danny Fields, Legs McNeil, Daniel Rey, Ed Stasium e alguns músicos que tocavam com Dee Dee na época.
Johnny resolveu curtir a vida como achava melhor. Ficou mais relaxado, menos durão. Johnny era o general dos Ramones. Uma pessoa controladora e reacionária. Sem este radicalismo do guitarrista os Ramones não teriam vida longa e seria fadada ao esquecimento ou mesmice. Johnny soube que tinha câncer de próstata em 1997 e após uma longa guerra contra sua doença faleceu no dia 15 de setembro de 2004 aos 55 anos. Morreu em Los Angeles ao lado da esposa Linda e de alguns amigos, entre eles Eddie Vedder, do Pearl Jam Alguns destes amigos participaram da última empreitada de Johnny no rock. Seu enterro foi em Los Angeles, com grande participação de músicos e amigos do guitarrista. Desde o fim dos Ramones o guitarrista se aposentou por completo mas se juntou ao vocalista Rob Zombie para produzir um tributo ao quarteto nova iorquino. "We're a happy family - A tribute to Ramones", que foi lançado em 2003 e se destacava de outros tributos ramônicos por trazer muitos artistas gigantes do mundo do rock como Metallica, Kiss e U2. Vale lembrar que o encarte desse tributo foi desenhado por Stephen King.
Depois de 3 anos nos Ramones C.Jay formou os Los Gusanos apenas para se divertir. Neste quarteto C.Jay era o guitarrista e vocalista. Em 1994 a banda lançou seu primeiro EP, com 4 maravilhosas músicas. Após o fim dos Ramones C.Jay se dedicou aos Los Gusanos que em 1998 lançou o primeiro álbum da banda. Problemas com a gravadora, várias trocas de bateristas e a saída do guitarrista Ed Lynch foram alguns dos motivos que fez com que a banda acabasse em março de 2000.
C.Jay conheceu Chessa (sobrinha de Marky Ramone) quando ela tinha 13 anos, mas apenas 4 anos depois começaram a namorar. Tempos depois moravam juntos no mesmo edificio de Marky e Marion. As coisas iam bem até Chessa engravidar. Se casaram no final dos anos 90, tiveram 2 filhos e anos depois se separaram. Na separação Chessa levou tudo que C.Jay tinha. Ele vendeu tudo por causa do divórcio. Vendeu sua Harley, algumas armas de sua coleção e equipamentos musicais. Até seu disco de ouro do Ramones Mania teve que ser vendido com seu advogado.
Depois disso C.Jay(que agora é chamado de C. Jay Ward) formou o trio Warm Jets e lançou um compacto 7 polegadas. No meio de 2001 a banda mudou de nome para Bad Chopper, chegando a tocar no Brasil em duas datas do mês de setembro do mesmo ano. No Bad Chopper C.Jay toca contrabaixo e canta músicas na linha dos Ramones e Stooges. Num dos ultimos show da banda houve uma certa discussão em torno de C. Jay. O publico presente gritava "Hey Oh, Let's Go" e isso iritou os integrantes da banda, pois o público queria ver o C. Jay Ramone e não Bad Chopper.
Em 1996 quando os Ramones acabaram Marky já estava com seu futuro trabalho engatilhado. Marky Ramone and the Intruders, álbum homônimo, foi lançado no final do mesmo ano. Junto com Skinny Bones fazendo vozes e guitarra, Marky mostrava o mesmo trabalho percussivo cativante da época dos Ramones. Algumas faixas foram compostas e cantadas por Mark Neuman, ex-Sheer Terror. As letras variavam na trilogia cerveja, garotas e ressentimentos. Entre as 13 faixas do álbum uma nova e pouco interessante versão de Anxiety (anteriormente gravada em Mondo Bizarro), um cover de Better Things dos Kinks e 3 Cheers For You, uma homenagem aos sul americanos do Brasil, Chile e Argentina. Não coincidentemente no final de 96 Marky Ramone e sua nova banda já se apresentavam no Brasil ao lado de Sex Pistols, Inocentes e Bad Religion.
Os Intruders vieram para o Brasil mais algumas vezes, mudaram de formação, lançaram um segundo e bom álbum produzido por Lars do Rancid e acabaram. Marky depois formou o Marky Ramone Group que depois se tornou Marky Ramone and the SpeedKings, projeto que lançou dois discos. No início de 2003 resolveu se juntar a Jerry Only e Dez Cadena e com eles tocar Misfits, Ramones e gravar o álbum Project 1950. Atualmente faz shows esporádicos tocando Ramones, participou do filme "Escola do Rock 2" e finaliza um livro intitulado "Faith and the Backbeat".
Em meados de 2004, Marky Ramone lançou um DVD com cenas de bastidores das turnês, gravadas com uma câmera amadora pela banda. RAW contém ainda um show gravado em 1980 na Itália e aparições na televisão, contando com aproximadamente cinco horas de material.
Em 08 de outubro de 2004, Tommy Ramone, C.J. Ramone, Elvis Ramone e Daniel Rey fizeram o show "Ramones Beat Down On Cancer" (Ramones contra o Câncer).
Em 2006, Marky Ramone gravou um CD ao vivo com a banda Tequila Baby, em que eles tocam alguns hits dos Ramones, entre eles, Rockaway Beach, Teenage Lobotomy, I Don't Care, Sheena is a Punk Rocker, Pet Sematary, The KKK Took My Baby Away, I Don't Want You, Beat on The Brat, Poison Heart, I Believe in Miracles e Blitzkrieg Bop. Marky também gravou com os Raimundos.
Atualmente Marky está no Osaka PopStar, que juntou vários icones do Punk norte-americano, como Jerry Only(The Misfits), Dez Cadena(Black Flag) e Ivan Julian(Richard Hell & The Voidoids). Sempre que pode Marky passa pela América do Sul fazendo apresentações.
Integrantes
- Joey Ramone - vocal (1974-1996): Faleceu em decorrência de um câncer linfático em 15 de abril de 2001, em Nova York. Sofria da doença havia anos, mas, com seu sistema imunológico enfraquecido devido a um pequeno acidente, o mal piorou.
- Johnny Ramone - guitarra (1974-1996): Morreu em decorrência de um câncer de próstata em 15 de setembro de 2004, em Los Angeles. Ele lutava contra a doença desde 1999.
- Dee Dee Ramone - baixo (1974-1989): Foi encontrado morto em sua casa em Hollywood em 5 de junho de 2002, devido a uma overdose de heroína.
- Elvis Ramone - bateria (1987-1987): Apresentou-se com a banda em duas ocasiões: 28 de agosto de 1987, em Providence, Rhode Island, e 29 de agosto de 1987.
- Marky Ramone - bateria (1978-1983; 1987-1996): Em 1983 Marky foi forçado a abandonar a banda por causa dos problemas com o álcool. Em 1987 ele voltou a ocupar o lugar de baterista após estar recuperado do alcoolismo.
- CJ Ramone - baixo (1989-1996): Substituiu Dee Dee Ramone
- Tommy Ramone - bateria (1974-1978): Após a gravação do terceiro disco Tommy deixou a bateria e virou produtor da banda.
- Richie Ramone - bateria (1983-1987): Substituiu Marky Ramone na bateria. Deixou a banda pois queria casar-se e alegando não receber participação nos lucros das vendas de camisetas e não suportar o autoritarismo de Johnny Ramone.
- As quatro primeiras músicas compostas pelos Ramones continham a expressão I Don't: I Don't Get Involved With You, I Don't Wanna Go Down To The Basement, I Don't Wanna Walk Around With You e I Don't Wanna Be Learned, I Don't Wanna Be Tamed.
- A maior alavanca para o sucesso tardio dos Ramones foi a inclusão da faixa Pet Sematary do disco Brain Drain na trilha sonora do filme de mesmo nome de Stephen King. Grande fã dos Ramones, o próprio King foi responsável pela indicação da banda. No Brasil o filme recebeu o título de Cemitério Maldito. Na continuação do filme, Pet Sematary II, a música tema é Poison Heart, do disco Mondo Bizarro.
- A música Carbona Not Glue (que fala sobre garotos em uma fábrica de produtos tóxicos que ficavam cheirando um material volátil como se fosse cola) foi considerada de mau gosto e proibida nos Estados Unidos logo após ser lançada na primeira edição do disco Leave Home. Após a proibição, em todas as edições seguintes a música foi substituida por uma versão de Sheena Is a Punk Rocker gravada em um estúdio de rádio. A versão original do disco contendo a música Carbona Not Glue é bastante rara, tendo sido impressas apenas 50 mil cópias.
- Mais tarde a música proibida Carbona Not Glue foi gravada em uma versão americana do disco Loco Live. A faixa não consta do encarte, estando escondida após a faixa Pet Sematary.
- Pela primeira vez os Ramones abordaram um tema sério e polêmico na música My Brain Is Hanging Upside Down (Bonzo Goes To Bitbug). Trata-se também de uma das músicas de arranjo mais complexo e melhor produção. A letra critica o ex-presidente americano Ronald Reagan por ter visitado e prestado honras a uma sepultura de herois de guerra nazistas.
- Os Ramones participaram de um episódio do desenho animado The Simpsons. No desenho a banda é contratada para tocar o parabéns-a-você no aniversário do patrão de Homer, Sr. Burns, mas acaba ofendendo-o, o que o leva a pedir a seu assecla que mande matar "os Rolling Stones".
- Quando o câncer de Joey foi diagnosticado, em 95, os médicos estimavam que ele viveria somente de três a seis meses. Ele viveu mais seis anos.
- Johnny só entrava em turnê levando um velho rádio AM, para acompanhar os jogos de seu time favorito, o New York Yankees.
- Johnny era o mais organizado da banda: tinha tudo anotado, aparições na tv, entrevista, shows, etc.
- Dee Dee colecionava tudo relacionado a guerras: capacetes, cápsulas de balas, armas etc. Filho de um oficial do exército americano, morou em Berlim e cresceu em meio aos escombros da cidade.
- A musica 'The KKK took my baby away é foi composta por Joey para provocar Johnny, que supostamente teria roubado Linda, esta que mais tarde seria esposa de Johnny e seu maior apoio na doença. Foi escolhida a entidade racista e de direita KKK porque Johnny era linha-dura, com pensamentos de direita.
- Marky é filho de pais liberais, tanto é que uma vez participou de manifestações pelos direitos civis que aconteceram nos E.U.A em 1964.
- Os Ramones têm uma grande influência, principalmente no meio musical, mas também no campo das ciências: em 1997, quatro espécies de trilobitas foram batizadas por Adrain & Edgecombe em homenagem a membros da banda: Mackenziurus johnnyi, Mackenziurus joeyi, Mackenziurus deedeei, e Mackenziurus ceejayi.
Sex Pistols
The Sex Pistols foram uma banda ícone do punk rock, formada em 1975 em Londres. É considerada uma das maiores bandas punk de todos os tempos ao lado de Ramones e The Clash.
A banda Sex Pistols surgiu numa conjuntura favorável ao nascimento da cultura punk. Malcom McLaren foi um dos maiores responsáveis pela propagação do punk-rock no Reino Unido. A história de McLaren começa a ficar interessante em 71, quando foi inaugurada a Let It Rock, uma loja de roupas para a nova geração de teddy boys - filhotes das gangues originais, surgidas nos idos de 53. Desde então, McLaren tornou-se uma celebridade entre músicos e modernos londrinos.
Em 1973, os integrantes da banda protopunk New York Dolls entram na Let It Rock. O visual da banda (uma mistura de glitter e sadomasoquismo) conquista McLaren e ele vira seu empresário. Em Nova Iorque, percebe o quanto os New York Dolls estavam ultrapassados e salta borda fora.
Apesar de renegar os Dolls, o empresário trouxe uma ideia brilhante dos Estados Unidos. Depois de perceber que o que valia no mundo do rock, em 75, era muito mais a atitude do que o som, McLaren decidiu construir uma banda segundo seus novos padrões.
Mais uma vez em Londres, reassume sua a sua loja - agora chamada SEX - e transforma-a no epicentro do terremoto que sacudiria o mundo pop, ajudado pela estilista Vivienne Westwood. Segundo o próprio McLaren, criou os Sex Pistols.
Reunir os quatro Pistols foi fácil: Steve Jones e Paul Cook (respectivamente guitarrista e baterista) viviam na SEX. Glen Matlock - baixista e empregado da loja aos sábados - foi convocado imediatamente. Faltava escolher o vocalista.
Depois de descartar o crítico Nick Kent e o cantor Richard Hell para a vaga, a banda experimenta um velho freqüentador do sítio, um adolescente de dentes podres chamado John Lydon. O teste é feito na loja, com o vocalista a cantar numa jukebox. Johnny, que nunca tinha cantado na vida antes, foi aprovado pela sua postura e comportamento anti-social. Em resumo, era perfeito para a vaga. Os ensaios começam. Agora a banda chama-se Sex Pistols e John Lydon vira Johnny Rotten (literalmente, Joãozinho Podre).
O primeiro concerto acontece em 6 de novembro de 1975, que foi um fiasco inevitável dada a pouca preparação da banda. Esse mítico show é retratado no filme 24H Party People. A personagem central do filme, Tony Wilson (patrão da editora Factory e da discoteca Hacienda - responsável pelo lançamento de bandas como os Joy Division, Happy Mondays e New Order), afirma no filme que aquele concerto foi o início do movimento que se seguiria, um movimento que ainda hoje permanece e com muito sucesso.
Paralelamente ao início dos Pistols, dezenas de bandas começam a seguir o estilo, sobretudo em Londres. A epidemia alastrou-se rapidamente. O motivo para tanta rapidez era simples: estava na hora de renegar a mesmice dos paleolíticos rockstars da época. Não por acaso, um jovem chamado Joe Strummer - sim, o vocalista do The Clash - resolveu acabar com seu velho grupo, o 101'ers, depois de dividir o palco de um pequeno festival com os Sex Pistols. O grupo The Clash foi formado em 24 horas, em 76. Depois de um encontro no mercado de rua de Portobello Road, Mick Jones (guitarra), Paul Simonon (baixo) e Strummer já começaram a ensaiar. Achar o baterista Terry Chimes foi apenas questão de tempo. Logo, os Pistols tinham com quem dividir as parcas luzes do circuito punk londrino.
O movimento crescia a cada dia e bandas não paravam de surgir - entre elas The Damned, The Stranglers, Siouxsie & The Banshees, Generation X (que contava com um vocalista endiabrado chamado Billy Idol), mas até meados de 1976 nenhum disco havia sido lançado. O primeiro compacto punk saiu em 5 de novembro do mesmo ano, "New Rose" da banda The Damned. Pouco antes, em 8 de outubro, os Pistols assinam o histórico contrato com a EMI - a gravadora dos Beatles, The Animals e The Mamas & The Papas, entre muitos outros.
Um mês depois, chega às lojas o histórico compacto "Anarchy In The U.K.", compacto esse que acertou o alvo - o caquético império britânico e os seus valores - mas não derrubou por completo o adversário. Os Pistols ainda eram apenas conhecidos apenas no gueto de onde surgiram.
Mas a televisão encarregou-se de levar o punk aos púdicos lares ingleses. No dia 1 de dezembro de 76, Siouxsie, os Pistols e outros punks são os astros de um dos programas de maior audiência da TV inglesa, levado ao ar às cinco da tarde, a famosa hora do chá, na qual famílias concentram-se frente à TV. Depois do programa, dois milhões de britânicos passam a amar ou odiar os Sex Pistols. Motivo: pela primeira vez na história, a expressão "Fuck Off" (Foda-se) é dita diante das câmeras. O protagonista da história só podia ser Johnny Rotten.
Melhor golpe de marketing seria impossível. A imprensa caiu de pau no episódio, detonando os Pistols por completo e, de quebra, levando o movimento às primeiras páginas de todos os jornais. Dez mil cópias de "Anarchy In The U.K." são vendidas diariamente. Contudo os Pistols são chutados da EMI em 6 de janeiro de 77.
Glen Matlock nunca se deu bem com Johnny Rotten, apesar de ser considerado por muitos o melhor músico do grupo. Em fevereiro de 77 as brigas encresparam - sobretudo no que se referia às suas diferenças políticas - e Matlock é enxotado. A saída do baixista motivou a entrada daquele que viria a ser o maior símbolo do punk rock em todos os tempos, Sid Vicious.
O melhor amigo de Rotten não sabia tocar, e estava o tempo todo chapado com drogas de todo o tipo. Contudo, sua performance (posando) ao vivo e sua personalidade autodestrutiva deram o toque final na fórmula do grupo. Vicious dá trabalho desde o início: num dos primeiros ensaios, passa mal e é levado as pressas para o hospital. Diagnóstico: hepatite causada pelo alto consumo de álcool e drogas, é claro.
Apesar de terem cancelado dezenas de shows, os Pistols logo assinaram um contrato com a gravadora A&M Records, e aproveitando o jubileu de prata da rainha Elisabeth II, quando completou 25 anos no poder da Inglaterra, a banda solta o compacto de "God Save The Queen". A canção trazia uma das máximas do movimento punk: "Não há futuro na Inglaterra."
Em março, foi a vez da A & M despedir o grupo. Os motivos foram exatamente os mesmos da EMI, mas desta vez os quatro Pistols e McLaren embolsaram cerca de 75 mil dólares cada um. Dois meses depois, a Virgin contratou a banda.
Enfim, o grupo achara a gravadora perfeita. Dirigida por Richard Branson - um jovem milionário excêntrico e quase tão maluco quanto os músicos que contratara-, a Virgin banca todas as brigas dos Pistols, inclusive o veto da BBC a "God Save The Queen". Numa das raras entrevistas dadas pelos Pistols na época, Johnny Rotten explica a revolta de sua banda: "A música precisa dar assistência a todo esse lixo (a sociedade britânica). A música tem que mostrar saídas para se vencer a estagnação. Ela tem que ser verdadeira mas também bem-humorada. E isso não é política."
O compacto chegou à terceira posição na parada britânica enquanto a banda preparava seu tão aguardado álbum de estréia, que acabou sendo lançado em 12 de novembro: "Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols" ("Abaixo aos idiotas, aqui estão os Sex Pistols"). Então, de repente, a Inglaterra ficou pequena para o punk rock.
Mais uma vez os pioneiros são os Pistols. A banda foi para os Estados Unidos em janeiro de 78 e encontra o país no auge da febre disco, apesar da aceitação do punk entre alguns poucos nova-iorquinos. O visto de permanência no país valia apenas dezesseis dias, o que força a banda a fazer uma miniturnê em ritmo de maratona. Ela passa por Atlanta, Dallas, Tulsa e finalmente chega ao berço do psicodelismo, San Francisco.
No dia 14 de janeiro os Pistols fazem seu último show, para uma platéia de 5500 pessoas. Quatro dias depois, no restaurante do hotel onde a banda estava hospedada, em San Francisco, Paul Cook e Steve Jones dizem a Rotten que querem acabar com a banda. Pior: McLaren pensava o mesmo. O vocalista subiu até o quarto do empresário. Lá, ouviu Mclaren confirmar a história e ainda expulsá-lo da banda, sob a acusação de ser responsável pelo fracasso de vários projectos do grupo - entre eles a famosa visita ao assaltante Ronald Biggs no Rio de Janeiro, feita por Cook e Jones pouco tempo depois.
Enquanto a banda chegava ao fim, Sid Vicious estava internado num hospital, a recuperar-se de mais uma overdose. Depois do desmantelamento dos Pistols, o baixista ainda gravou algumas canções com Cook e Jones, como a absurda versão de "My Way" e "Belsen Was A Gas", incluídas no filme e disco The Great Rock N Roll Swindle.
Vicious iniciou então uma carreira solo, acabada numa cela de cadeia. O baixista foi preso pelo assassinato de sua namorada Nancy Spungen, em 11 de outubro de 78. O fato nunca ficou totalmente esclarecido: o corpo esfaqueado foi achado no banheiro do quarto 100 do Hotel Chelsea, onde eles viviam. Boatos dizem que Sid estava completamente chapado de heroína ao seu lado.
O baixista foi preso imediatamente e só saiu da cadeia depois da Virgin ter pago uma fiança de 50 mil dólares. Em 2 de fevereiro de 79, menos de 24 horas depois de sua libertação, Vicious sofre uma overdose de heroína na casa de banho da casa de sua mãe durante uma festa. Aos 21 anos, estava morto o homem-símbolo do punk rock.
Malcom McLaren, Paul Cook e Steve Jones chegavam a Nova Iorque poucas horas depois, ironicamente com a intenção de manter Vicious longe da heroína. "Não creio que Sid morreu por causa dos problemas com os Pistols. O que eu não entendo é como as pessoas que estavam com ele na festa o deixaram consumir heroína", disse Mclaren a Melody Maker, dias depois da morte do baixista.
O engodo assumido The Great Rock N' Roll Swindle só veio para colocar um ponto final no mito Sex Pistols. Tanto o disco quanto o filme são obras erráticas, que valem apenas pelo registro de algumas das imagens - sonoras e visuais - mais importantes da história do punk. Na seqüência em que Vicious canta "My Way" e estoura os miolos da platéia de velhinhos que o assiste está resumida a história dos Pistols - um coquetel molotov que arrasou a Inglaterra e mudou para sempre a história do rock.
Em 14 de Setembro de 2007, os integrantes da formação original do Sex Pistols (Johnny Rotten, Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock) anunciam sua volta aos palcos em apresentação única. O show de dia 8 de novembro de 2007, na Brixton Academy, Londres, com o objetivo de comemorar os 30 anos do álbum "Never Mind The Bollocks" e também o realizar seu relançamento.
Frases
"Eu não preciso de um Rolls-Royce, eu não preciso de uma casa no campo, eu não tenho que morar na França. Eu não tenho heróis do rock. Eles são desnecessários. Os Stones e o The Who não significam nada para mim; eles estão estabilizados. Os Stones são mais um negócio do que uma banda." Johnny Rotten (Dezembro de 1976)
"A música precisa dar assistência a todo esse lixo (a sociedade britânica). A música tem que mostrar saídas para se vencer a estagnação. Ela tem que ser verdadeira mas também bem-humorada. E isso não é política." Johhny Rotten (explicando a revolta da sua banda)
"...Never Mind The Bollocks, todos concordam, é um dos melhores discos do século XX." Pete Townshend (Guitarista do The Who /Q Magazine - junho/96)
"Os Sex Pistols pertencem a um grupo muito seleto de artistas, que podem afirmar com convicção haverem mudado o mundo." The Independent (24/06/96)
"Não creio que Sid morreu por causa dos problemas com os Pistols. O que eu não entendo é como as pessoas que estava com ele na festa o deixaram consumir heroína." Malcom Mclaren (Melody Maker / dias depois da morte do baixista)
"Eu acho que o Clash vende tantos discos por que estão sempre na TV e nos jornais falando sobre o movimento punk... Então os jornais falam bastante de seus discos, e estes vendem." Malcom McLaren (Sounds/junho/76)
"Eu ouvi o quanto vocês gostam de Dolly Parton aqui... Vocês ainda comemoram o aniversário do Elvis Presley?" Johnny Rotten (na turnê americana de 78)
"O rock n'roll está acabado, você não entende? Os Sex Pistols acabaram com o rock, eles são a última banda de rock n'roll" Johnny Rotten
"Não há futuro para o sonho brasileiro" Johnny Rotten (1996 - mudando a letra de "God Save The Queen", no show em São Paulo)
"Eu quero ser um anarquista em São Paulo" Johnny Rotten (1996 - mudando a letra de "Anarchy In The U.K.", no show em São Paulo)
"O punk sempre foi decepcionante! E sempre será. Sempre" Johnny Rotten (1996)
"A única mensagem que temos para passar é a de que os Sex Pistols são a coisa "real". Somos a melhor banda punk... Esqueça o punk, isso não existe mais. Somos a melhor banda de rock de todos os tempos." Steve Jones (1996)
"Punks eram as aparelhagens de som que nos davam para tocar e o público bêbado e idiota." Glen Matlock (1996)
"O punk nasceu de uma maneira bem pouco musical. Eu estava andando com minha camiseta 'Eu odeio Pink Floyd' e fui convidado para ir à loja Sex de Malcom e Vivienne. Como não sabia cantar, fiz mímicas de uma música do Alice Cooper." Johnny Rotten (no livro "Rotten - No Irish, No Black, No Dogs")
"Nós inventamos o punk. Nós dizemos como as coisas são." Johnny Rotten (1996)
"Nossa atitude de quebrar tudo só vai durar até quando estivermos tão velhos quanto o Pete Townshend, fazendo rock só pelo dinheiro." Paul Cook (1976)
"Nós encontramos uma causa comum (para voltar), o dinheiro. Não preciso realmente disso, mas um pouco mais, por que não? É um assalto a luz do dia." Johnny Rotten (1996)
Toda vez que alguém diz que alguma coisa é sagrada e não deve ser tocada, eu quero tocá-la." Johnny Rotten (1996)
"O Sex Pistols nunca terminou propriamente, simplesmente fracassou." Johnny Rotten (1996)
"Pode ser porque todos somos londrinos, mas os Sex Pistols não teriam existido sem esta velha e querida cidade de Londres" Johnny Rotten (2007)
Integrantes
- Johnny Rotten (John Lydon) - Vocais (1975 – 1978, 1996 – atualmente)
- Steve Jones - Guitarra (1975 – 1978, 1996 – atualmente)
- Paul Cook - Bateria (1975 – 1978, 1996 – atualmente)
- Glen Matlock - Baixo (1975 – 1977, 1996 – atualmente)
- Sid Vicious - Baixo (1977 – 1978)
The Clash
The Clash foi um grupo de punk rock britânico que durou de 1976 até 1985. Uma das bandas mais aclamadas pela crítica da época, o The Clash foi famoso por seu alcance musical (incorporavam reggae, funk, rockabilly, e eventualmente muitos outros estilos musicais em seu repertório), por demonstrar uma sofisticação lírica e política que os distinguia da maioria de seus companheiros no movimento punk, e por suas explosivas apresentações ao vivo.
Formado originalmente por John Mellor - vulgo Joe Strummer - (vocais, guitarra rítmica), Mick Jones (vocais, guitarra), Paul Simonon (baixo e vocais), Keith Levene (guitarra guia) e Terry Chimes - creditado no primeiro LP como "Tory Crimes" - (bateria), o Clash foi formado em Londres em 1976 durante a primeira leva do punk britânico. Strummer fazia parte dos The 101ers e Jones e Simonon da lendária banda de proto-punk London SS. Por influência do empresário Bernie Rhodes, Levene e Simonon recrutaram Strummer. Estava formado o Clash.
Keith Levene foi o guitarrista da banda neste começo, mas depois de 5 shows abandonou o grupo sob circustâncias ambíguas.
Depois do lançamento do primeiro álbum do Clash, Chimes foi substituído pelo baterista Topper Headon. Inicialmente a banda foi conhecida por sua visão extremamente esquerdista e pelas roupas que eles pintavam com slogans revolucionários. O primeiro show foi em 1976 como banda de apoio dos Sex Pistols, e então eles assinaram contrato com a CBS Records. O Clash lançou seu primeiro compacto ("White Riot") e seu primeiro álbum (The Clash) em 1977, alcançando sucesso considerável no Reino Unido. Apesar disso a CBS se recusou a lançá-los nos Estados Unidos, só o fazendo dois anos depois.
The Clash foi um álbum de punk rock britânico seminal. A maioria das cançãos eram porradas de 2-3 minutos, mas as composições e melodias superiores destacaram Strummer e Jones entre a maioria de seus contemporâneos. Incluiria também a primeira evidência de sua habilidade, que se repetiria por toda a carreira da banda, de absorver um estilo musical e dar a ele uma atmosfera própria, aqui com uma versão do clássico do reggae “Police and Thieves”.
Seu álbum seguinte, Give ‘Em Enough Rope, foi o primeiro a apresentar Topper Headon em todas as faixas. Rope foi lançado em 1978, alcançando a segunda colocação na parada de sucessos britânica mas fracassando em sua tentativa de penetrar no maior mercado mundial de canção, os Estados Unidos.
Assim como a maioria das primeiras bandas punk, o Clash protestava contra a monarquia e a aristocracia no Reino Unido e ao redor do mundo. Mas ao contrário dessas primeiras bandas punks, o Clash rejeitou o sentimento dominante de niilismo e anarquismo. Ao invés disso, eles se solidariezaram com diversos movimentos de libertação da época. Sua visão política era expressada explicitamente em seus versos, como em “White Riot”, que encorajava jovens brancos a entrarem para organizações libertárias de negros.
Certa vez, em 1977, durante um show da ‘’Love Music Hate Racism’’ organizada pela Liga Anti-Nazismo, Joe Strummer vestiu uma polêmica camiseta com as palavras ‘’Brigate Rosse’’ e o emblema da facção Baader-Meinhof estampadas no centro. Ele declarou posteriormente que usou a camiseta não para apoiar os terroristas, mas para chamar atenção à sua existência. Ainda assim, ele se arrependeu depois do show, o que o levou a compor a canção “Tommy Gun”, renunciando à violência como um meio de protesto.
O The Clash também apoiava o IRA, o PLO e, posteriormente, o Sandinismo, entre outros movimentos marxistas da América Latina, além de estarem envolvidos diretamente com a polêmica Liga Anti-Nazismo e o Rock Against Racism.
‘’Give ‘Em Enough Rope’’ foi o primeiro álbum do Clash lançado nos E.U.A., e para divulgá-lo a banda organizou uma turnê norte-americana em 1979. Seu primeiro álbum só sairia ali em julho de 1979, então em versão drasticamente revisada e editada da lançada anteriormente.
O sucesso de crítica e de vendas do Clash nos Estados Unidos veio com ‘’London Calling’’, um álbum duplo lançado em 1979 (pelo preço de um simples, por exigência da banda). Além do punk, apresentava uma gama variada de estilos, incluindo o rockabilly e reggae.
A seguir veio ‘’Sandinista!”, álbum triplo pelo preço de um duplo, lançado no final de 1980. A banda continuou seus experimentos com o reggae e o dub, se expandindo em direção a outras técnicas de produção e estilos musicais, que incluíam jazz e hip-hop. O resultado confundiu os novos fãs e as vendas caíram, embora tenham se saído melhor nos E.U.A. Depois do lançamento de ‘’Sandinista!’’, o Clash entrou em sua primeira turnê mundial, visitando países da Ásia e da Oceania.
Em 1982, a banda retornou com o mais vendido de seus álbuns, ‘’Combat Rock’’, apresentando os sucessos “Rock The Casbah” e “Should I Stay Or Should I Go?”.
Os sintomas aparentemente passaram despercebidos com o sucesso de ‘’Combat Rock’’, mas depois deste álbum o Clash começou lentamente a se desintegrar. Topper Headon foi demitido devido à problemas com drogas, e o baterista original da banda, Terry Chimes, foi chamado de volta para a turnê seguinte. Depois da turnê ‘’Combat Rock’’ de 1982 ele saiu do Clash, convencido de que o grupo não duraria muito tempo com todas as brigas e desentendimentos. Em 1983, depois de uma longa busca por um novo baterista, Pete Howard foi recrutado e tocou com a formação original em alguns shows nos Estados Unidos.
Em setembro de 1983, Strummer e Simonon expulsaram Jones da banda, citando seu comportamento problemático e divergências musicais. Depois de uma série de testes, a banda contratou Nick Shepperd e Vince White, ambos com 23 anos, como seus novos guitarristas. Eles voltaram a se apresentar em janeiro de 1984, e no final do mesmo ano anunciaram que um novo disco estava a caminho.
As sessões de gravação deste novo álbum foram decepcionantes, com o empresário Bernie Rhodes recusando o talento considerável de Howard em favor de uma bateria eletrônica, alterando drasticamente os arranjos das cançãos e baseando o som da banda em sintetizadores.
Desiludidos com o álbum, Strummer levou o Clash para viajar pela Inglaterra e Escócia, tocando de graça em esquinas e bares. O grupo apresentou seus últimos shows em 1985. Enquanto isso, ‘’Cut The Crap’’ era lançado, sendo bombardeado pelas críticas e sofrendo vendas pífias.
Joe Strummer atuou em alguns filmes, gravou trilhas sonoras e tocou com algumas bandas de sucesso limitado. No final dos anos 90, ele reuniu um grupo chamado The Mescaleros, assinando com o selo punk Hellcat Records e lançando um álbum chamado ‘’Rock Art and the X-Ray Style’’. A banda passou a fazer turnês pelos Estados Unidos e Inglaterra, tocando, além de suas cançãos, sucessos do Clash e clássicos do reggae. Em dezembro de 2002, Strummer morreu subitamente, vítima de um ataque cardíaco. Ele tinha 50 anos. O álbum do Mescaleros em que ele estava trabalhando, ‘’Streetcore’’, foi lançado postumamente em 2003, sendo aclamado pela crítica.
Depois do fim do The Clash, Paul Simonon entrou para um grupo chamado Havana 3AM, que gravou somente um álbum no Japão e se separou. Posteriormente Simonon voltaria às suas raízes de artista visual, organizando várias galerias de arte. Sua relutância em voltar a tocar foi citado como a principal razão de o Clash ter sido uma das poucas bandas punks britânicas dos anos 70 que não se aproveitou da febre de nostalgia punk que assolou o final dos anos 90 para tentar relançar a carreira.
Depois de ser despedido do Clash, Topper Headon seguiu sem rumo com seu vício em heroína. Ele formou uma banda de jazz que durou pouco tempo. Até a gravação do documentário de Don Letts sobre o Clash, ‘’Westway To The World’’, Headon tinha sumido do mundo da canção. Atualmente ele está limpo e continua a tocar. Foi em um de seus shows que ele ficou sabendo da morte de Joe, e em 2003 ele anunciou que tocaria em tributo a seu antigo companheiro de banda.
Ozzy OsbourneJohn Michael Osbourne, conhecido como Ozzy Osbourne, (Birmingham, Inglaterra, 3 de dezembro de 1948) é um famoso músico, compositor e vocalista inglês.
Nascido na Inglaterra, aos vinte anos montou sua primeira banda, o Polka Tulk, que mais tarde ganhou o nome de Earth. No repertório, blues e rock com influências das bandas Cream, Blue Cheer e Vanilla Fudge, é até hoje e sempre será, idolatrado e lembrado como "O Pai do Heavy Metal".
Em 1969, após descobrir a existência de uma banda homônima, Anthony Tony Iommi (guitarra), William "Bill" Ward (bateria), John "Ozzy" Osbourne (vocais) e Terence "Geezer" Butler (baixo) decidem adotar outro nome. A idéia surgiu a partir do título de uma história do escritor Dennis Wheatley (que também inspirou a composição de Butler), nascendo então o Black Sabbath.
O nome e a temática do Black Sabbath surgiu quando todos os integrantes andavam pela "cidade natal" da banda.Quando passaram em frente a um cinema no qual estava passando um filme de terror.Ozzy e Tony pensaram "As pessoas pagam para ver isso?para sentir medo?pode ser que dê certo" e então puseram o nome do cinema na banda(Black Sabbath) e des de então compuseram musicas sobre a morte o diabo e varias outras coisas "assustadoras".
Após nove anos junto ao Black Sabbath, o oitavo álbum da banda, “Never Say Die!” (1978), veio para marcar a saída de Ozzy. Decidido a seguir carreira solo, ele forma o Blizzard of Ozz juntamente o guitarrista Randy Rhoads, o baixista Bob Daisley e o baterista Lee Kerslake. Sendo que o primeiro álbum, de mesmo nome, foi lançado na Inglaterra em fita demo, no ano de 1980 e nos EUA e no resto do mundo, no ano seguinte, pelo selo Jet Records, da CBS.
O vocal personalíssimo de Ozzy somado ao talento inovador de Randy Rhoads renderam a sétima posição na parada Inglesa e a vigésima primeira na norte-americana para os hits “Crazy Train” e “Mr. Crowley”. Impulsionados pelo sucesso nas vendas de seu debute, entre Fevereiro e Março de 1981 Ozzy e banda voltaram a estúdio para a gravação de seu segundo álbum, mas como a turnê do trabalho anterior estava pendente, o já intitulado “Diary of a Madman” acabou feito às pressas. O ensaio do solo de Rhoads na música “Little Dolls”, por exemplo, virou versão oficial, além do que nenhum dos integrantes da banda chegou a participar da mixagem final do álbum.
Para a turnê norte-americana que acabou acontecendo somente um mês e um dia após a gravação do “Blizzard of Ozz”, Tommy Aldrige (bateria) e Rudy Sarzo (baixo) substituíram Daisley e Lee Kerslake. Devido a grande vendagem do álbum - que alcançou 500.000 cópias em menos de 100 dias, Ozzy e Sharon decidiram estender a turnê, porém, muitos shows tiveram que ser cancelados, já que pouquíssimos ingressos foram vendidos e o dinheiro arrecadado não foi suficiente nem para pagar a banda.
Com o lançamento do segundo álbum, deu-se início a turnê pela Europa, só que três apresentações depois, Ozzy teve um colapso nervoso e todos retornaram aos EUA para que ele pudesse descansar. Recuperado e com uma super produção de 25 técnicos da Broadway e Las Vegas, recursos de última geração para o palco e 6.000 cópias do primeiro álbum sendo vendidos a cada semana, Ozzy voltou à ativa.
Vale destacar que foi nessa época um dos acontecimentos que mais marcou a carreira do artista. Tudo aconteceu quando um fã, durante o show, atirou um morcego ao palco e Ozzy, acreditando se tratar de um artefato de plástico, mordeu a cabeça do animal e acabou tendo que tomar várias injeções anti-rábicas. O medicamento causou-lhe choques anafiláticos, entre outros problemas de saúde. Além disso, a grande repercussão por parte da imprensa sensacionalista levou entidades de proteção aos animais a protestarem contra os shows, inclusive, alguns tiveram que ser cancelados. Mesmo com tantos incidentes, a turnê continuou e com muito sucesso.
Em meio à ascensão pungente da banda, um fato trágico estava por vir. No dia 19 de Março de 1982, durante uma parada na viagem que levaria Ozzy a Orlando (Flórida) para um show, parte da banda decidiu descansar a bordo do ônibus e o motorista, que também tinha licença para pilotar, convidou Jake Duncan e Don Airey para fazer um passeio aéreo e ao aterrissar, estendeu o convite a Randy Rhoads e Rachel Youngblood (maquiadora). Acredita-se que o piloto, ressentido pelo conturbado divórcio, tenha visto sua ex-esposa entrando no ônibus e decidiu lançar o avião contra o veículo. O ônibus onde estavam Ozzy, sua esposa e outros membros da banda não ficou muito danificado e ninguém ficou ferido, mas o avião explodiu, matando todos os passageiros.
Ozzy entrou em profunda depressão com a perda de Randy Rhoads (seu melhor amigo) e decidiu adiar seus planos para o lançamento de um álbum ao vivo com o material gravado durante os shows, optando por uma coletânea de clássicos do Black Sabbath com o guitarrista Brad Gillis (Night Ranger), que ganhou o nome de “Speak of the Devil” nos EUA e “Talk to the Devil”, na Inglaterra.
Livre dos compromissos com a Jet Records, Ozzy assinou contrato com a Epic Records e Sharon decidiu que seria interessante um pouco de publicidade. A idéia inicial era que Ozzy soltasse duas pombas durante um encontro com os executivos da gravadora só que, a despeito dos acontecimentos com o morcego, Ozzy libertou uma das pombas e arrancou a cabeça da outra a dentadas.
No final de 1983, com Jake E. Lee à frente das guitarras, Ozzy grava o “Bark at the Moon”, que apesar das críticas positivas, embarcou nos modismos da época com constantes aparições na MTV e uma turnê com o Mötley Crüe, deixando para trás o classicismo das composições de Randy Rhoads.
Muito longe dos palcos, em outubro de 1984, John M. de 19 anos comete suicídio e, de acordo com a polícia, a música “Suicide Solution” ainda tocava em seus fones de ouvido quando o corpo fora encontrado. Dois anos depois, três processos de incitação ao suicídio vieram à tona e, em janeiro de 1986, através de seu advogado Thomas Anderson, a família de John acusou Ozzy de no documentário “Don’t Blame Me”, utilizar uma técnica conhecida como “Hemisync”, que consiste em sincronizar as ondas de ambos os hemisférios cerebrais para se atingir estados alterados de consciência, tornando o ouvinte aberto às sugestões e capaz de vívidas alucinações. O processo durou praticamente um ano e foi arquivado pela Suprema Corte da Califórnia. Curiosamente, a música “Suicide Solution”, escrita após a morte de Bon Scott (vocalista do AC/DC) por hipotermia, após dormir bêbado em seu carro durante uma noite de inverno, adverte sobre os perigos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Nesse mesmo ano, Ozzy lança o álbum “The Ultimate Sin” com a substituição de Tommy Aldridge por Randy Castillo e Bob Daisley por Philip Soussan. Apesar do sucesso da música “Shot in the Dark”, o álbum é considerado medíocre pela maioria da crítica e pelo próprio vocalista. Já em 1987, motivada pelas centenas de cartas de fãs interessados em material inédito do guitarrista, a mãe de Randy Rhoads entra em contato com Ozzy que decide reunir seus arquivos e enviá-los a Max Norman – produtor de seus três primeiros álbuns. O resultado foi o lançamento do tributo a Randy Rhoads (“Tribute”).
Apesar do sucesso, eram freqüentes as discussões entre Lee e Ozzy devido ao péssimo comportamento do vocalista (cada vez mais envolvido com bebidas e drogas). Fatos que levaram a substituição do guitarrista por Zakk Wylde, pouco antes da gravação do “No Rest for the Wicked”. O álbum, por sua vez, obteve críticas excelentes e além do sucesso de “Crazy Babies” e “Breaking All the Rules”, destacou-se a música “Miracle Man”, onde Ozzy critica a hipocrisia de Jimmy Swaggart - pastor evangélico que fazia pregações contra ele em seu programa de TV, e que alguns anos depois foi descoberto freqüentando um motel com prostitutas.
No final da década de 80, foi cogitada uma reunião histórica entre Ozzy e Black Sabbath, após uma apresentação em Donington, Inglaterra (apresentação que valeu a saída do vocalista Dio), mas problemas entre Sharon e os empresários do Sabbath impediram uma reunião definitiva.
Em março de 1990, Geezer se juntou a Ozzy para o lançamento do álbum “Just Say Ozzy” que combinava canções do “No Rest for the Wicked” e sucessos do Black Sabbath. O ano seguinte foi de grandes mudanças na vida pessoal do artista, já que Ozzy começou uma árdua batalha contra o alcoolismo. Reflexos dessa iniciativa ficaram nítidos em seu álbum subseqüente, “No More Tears”, repleto de baladas (“Mama, I'm comming home” e “Time After Time”), letras auto-biográficas (“Road to Nowhere”) e discussões sobre assuntos relevantes como, por exemplo, o abuso sexual de crianças (Mr. Tinkertrain).
Os frutos dessa iniciativa se confirmaram através do Grammy de melhor música para “I Don't Want to Change the World”. Além de surpreender todos com essa nova postura, Ozzy intitulou sua turnê de “No More Tours” (“Sem mais turnês”), o que levou seus fãs a crerem que aquele seria seu último álbum. Em várias entrevistas, ele afirmava que estava cansado das viagens e gostaria de ficar mais com a família. Na época, acompanhado pelo guitarrista Zakk Wylde, o baterista Randy Castillo e o baixista Mike Inez, o "madman" chegou a cancelar shows devido à síndrome de abstinência da bebida. Isso não impediu que algumas apresentações fossem compiladas e transformadas em um álbum duplo (e seu respectivo vídeo), o “Live and Loud”.
Em Novembro de 1992, na Califórnia, durante o show que seria um dos últimos da turnê (e da carreira de Ozzy), todos os membros originais do Black Sabbath surpreenderam o público ao entrar no palco e apresentar quatro clássicos: “Black Sabbath”, “Fairies Wear Boots”, “Iron Man” e logicamente, “Paranoid”. Ao final do espetáculo, um painel de fogos de artifícios explodia na seguinte frase: "I'll be back" (Eu voltarei). Um vídeo foi gravado somente com as músicas resultantes da inusitada apresentação dos membros do Sabbath, e a turnê rendeu além de milhares de dólares, presenças ilustres como: Nicolas Cage, Rod Stewart e Vince Neil e, em 1993, Ozzy estava oficialmente aposentado.Em 1992 Ozzy Osbourne ficou nas paradas com a música Mama, I'm Coming Home.
A aposentadoria não durou muito e, mesmo levando alguns fãs a crer que tudo não havia passado de uma jogada de marketing, Ozzy decidiu reunir novamente sua banda. Em 1995 era lançado o “Ozzmosis”, produzido por Micheal Beinhorn. A princípio, Zakk Wylde (ocupado com sua banda Pride and Glory) dividiria seu posto com Steve Vai, só que devido a problemas com a gravadora, apenas a música “My Little Man” tem a participação de Vai. A turnê, por sua vez, levou o sugestivo nome de “Retirement Sucks” - alusão, ou melhor, explicação ao retorno de Ozzy. Zakk foi convidado a participar da turnê, mas por estar negociando com o Guns and Roses acabou sendo substituído por Joe Homes (ex-David Lee Roth). Geezer Buttler também não durou muito (devido a problemas familiares) e deu lugar a Mike Inez.
Além da turnê, no final de 1996, Ozzy e Sharon promoveram a primeira edição do OzzFest, onde se apresentaram (entre outros): Sepultura, Slayer, Powerman 5000, Biohazard, Fear Factory e Cellophane. No ano seguinte (1997), o OzzFest ganhou uma segunda edição com dois palcos, onde se apresentaram bandas das mais diversas vertentes do metal. No palco principal: Powerman 5000, Fear Factory, Type O Negative, Pantera, Ozzy Osbourne (Mike Bordin, Robert Trujillo e Joe Holmes), Black Sabbath (Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler) e Marilyn Manson (que foi retirado de algumas apresentações devido à pressão das autoridades). No segundo palco, bandas mais undergrounds como: Drain S.T.H., Machine Head, Coal Chamber e Neurosis.
De volta ao estúdio, Ozzy gravou uma coletânea com seus grandes sucessos (“The Ozzman Cometh: Greatest Hits”, 1997), além de três músicas inéditas, sendo uma delas “Back on Earth” em parceria com Steve Vai. Não satisfeito, ele decidiu reunir os membros originais do Black Sabbath e gravar um álbum ao vivo, o “Reunion” (lançado em 1998) e ainda fazer um dueto com o rapper Busta Rhymes re-editando o clássico "Iron Man", que ganhou o nome de “This Means War!!” e faz parte da coletânea “Extinction Level Event (The Final World Front)”. O OzzFest continuou e, na edição de 1998, participaram Ozzy, Tool, Soulfly, Coal Chamber, Limp Bizkit, Sevendust, Motorhead, Incubus, Life of Agony, Snot, Ultraspank, entre outras bandas - pois o festival ganhou uma versão européia. Em 1999, o Black Sabbath - que continuava em turnê -, ainda era a principal atração do OzzFest, mas rumores afirmavam que aqueles seriam os últimos shows da banda. Paralelamente, Ozzy lançou bonecos e apetrechos temáticos, seguindo os passos de bandas como Kiss.
As 29 apresentações (em cidades diferentes) do OzzFest 2000 foram um sucesso. Ozzy era a atração principal, seguido por ícones como Pantera, Godsmack,[System of a Down] Methods of Mayhem e P.O.D.. Em 2001, surgiu a notícia que o Black Sabbath estava prestes a gravar um novo álbum em estúdio, sucessor do “Never Say Die” de 1978, com produção de Rick Rubin. Infelizmente, a gravadora Epic cancelou os projetos de Ozzy até que ele terminasse seu novo trabalho solo. Para evitar problemas, os fãs foram "calados" pela coletânea dupla “Ozzfest: Second Stage Live” que incluía a maioria das bandas que participaram do festival em 2000, além de raridades do primeiro OzzFest, em 1996.
No final de 2001, “Down To Earth” foi lançado e pela décima quarta vez Ozzy recebeu o "disco de ouro" da R.I.A.A por atingir 500.000 cópias vendidas. Em 2002, a MTV Americana começou a apresentar "The Osbournes" - uma espécie de "reality show" gravado na casa de Ozzy, onde câmeras registraram seis meses de convivência familiar do roqueiro, sua esposa e filhos. Em 12 de abril, Ozzy recebeu uma estrela na calçada da fama em Hollywood, além de ser convidado para um jantar na Casa Branca, com o objetivo de promover seu trabalho de proteção aos animais.
Em 2007 foi lançado o album "Black Rain", muito bem aceito pela critica e fez Ozzy ser eleito o maior ícone da música.
Em 2008 Ozzy fez um show no Brasil.
Em 1982 casou-se com Sharon Osbourne, com quem teve 3 filhos: Aimee Osbourne, Kelly Osbourne, Jack Osbourne, além de ter adotado Robert Marcato. Ele ainda tem três filhos do casamento com Thelma Riley: Elliot Kingsley(1966 - adotado), Jessica(1972), e Louis(1975).Ozzy osbourne considera-se católico, apesar de ter um buda completamente de ouro em sua casa, que deu de presente para sua mulher Sharon, que se considera budista.Iron Maiden
O Iron Maiden é uma banda inglesa de heavy metal, formada em 1975 pelo baixista Steve Harris, ex-integrante das bandas Gypsy's Kiss e Smiler. Originária de Londres, foi uma das principais bandas do movimento musical que ficou conhecido como NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal). O nome "Iron Maiden" foi inspirado em um instrumento de tortura medieval[1] que aparece no filme O Homem da Máscara de Ferro. Esse também era o apelido da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, que aparece nas capas dos compactos "Women in Uniform" e "Sanctuary".
Com mais de três décadas de existência, catorze álbuns de estúdio, seis álbuns ao vivo, catorze vídeos e diversos compactos, o Iron Maiden é uma das mais importantes e bem sucedidas bandas de toda a história do heavy metal, tendo vendido cerca de 80 milhões de álbuns em todo o mundo[2][3]. Seu trabalho influenciou diversas bandas de power metal, thrash metal, speed metal e death metal. Eles são citados como influência por bandas como Hazy Hamlet, Slayer, Metallica, Slipknot, Anthrax, Angra, Helloween, Death, Megadeth, Dream Theater e Umphrey's McGee.
Em março de 2001, a banda recebeu o prêmio Ivor Novello Award em reconhecimento às realizações em um parâmetro internacional como uma das mais bem-sucedidas parcerias de composição da Inglaterra. Durante a turnê americana de 2005, foi adicionada à Calçada da Fama de Hollywood.[4] A banda também está presente nas principais listas de maiores bandas de rock de todos os tempos.[5]
O Maiden já encabeçou diversos grandes eventos, entre eles Rock in Rio, Monsters of Rock em Donington, Ozzfest ao lado do Black Sabbath, Wacken Open Air, Gods of Metal, Lollapalooza, Download Festival e os Festivais de Reading e Leeds.[6]
A banda têm diversas canções baseadas em lendas, livros, histórias e filmes, entre as quais The Wicker Man, The Prisoner, Stranger in a Strange Land - que é um romance de ficção científica de 1961, escrito por Robert A. Heinlein, Murders In The Rue Morgue, Flight of Icarus, Where Eagles Dare, Rime of the Ancient Mariner - baseada no poema de Samuel Coleridge -, To Tame a Land - da série de ficção científica Duna, de Frank Herbert - e The Trooper - canção baseada no romance The Charge of The Light Brigade. Outros temas bastante recorrentes nas músicas da banda são ocultismo, assassinato e o escuro, por exemplo, nas músicas Murders in the Rue Morgue e Innocent Exile e nas capas dos álbuns Sanctuary, Women in Uniform, Iron Maiden e Bring Your Daughter To The Slaughter.
O mascote da banda é um morto-vivo e se chama Eddie the Head. Ele aparece nas capas de todos os álbuns da banda. Eddie é desenhado por Derek Riggs, mas já teve traços de Melvyn Grant no álbum Fear of the Dark. Ele também estrelou um jogo de tiro chamado Ed Hunter, além de diversas histórias em quadrinhos.
A banda tinha originalmente uma grande máscara (Kapuki) de uma carriola que ficava embaixo das baterias nas apresentações, e que por tubos soltava sangue falso (tinta vermelha) pelo nariz, sujando todo o cabelo do baterista Doug Sampson. A máscara foi batizada de "Eddie, a Cabeça" (Eddie the Head) e acabou se transformando no mascote da banda. Acabaria ganhando um corpo somente a partir da capa dos primeiros compactos.
A história da banda se iniciou em Maio de 1975 com o baixista Steve Harris. Depois de ter suas composições rejeitadas por várias bandas nas quais participava, Steve Harris decidiu criar sua própria banda, se juntando com o guitarrista Dave Murray alguns meses depois. Trinta e tres anos depois, os dois ainda permanecem como membros do Iron Maiden.
A primeira formação da banda juntava Steve Harris a Paul Day (voz), Dave Sullivan e Terry Rance (guitarras) e Ron Matthews (bateria). Paul Day foi mais tarde substituído por Dennis Wilcock (grande admirador do KISS) que usava fogo, maquilagem e sangue falso no palco e que trouxe Dave Murray para a banda, tendo como consequência a saída da primeira dupla de guitarristas. Bob Sawyer entrou na banda como segundo guitarrista, mas como tinha ciúmes de Murray, virou Dennis Wilcock contra Dave e Dennis acabou por expulsar Dave e Bob. Ron Matthews também deixou a banda porque quis deixar de ser "rebelde". Dave Murray juntou-se ao seu amigo Adrian Smith na banda Urchin em 1977, enquanto que o Iron Maiden passava um mau bocado: Steve e Dennis chamaram Terry Wapram (guitarra), Thunderstick (Barry Graham) (bateria) e Tony Moore (teclado), mas após um concerto que foi considerado um fiasco, Steve expulsou a banda inteira e decidiu começar outra vez do zero, com Dave Murray e Doug Sampson (bateria).
Em 1978, Harris encontrou um novo vocalista: Paul Dianno. Se a banda soava punk anteriormente, agora ainda mais com a chegada de Paul Dianno, um dos poucos membros de Maiden que tiveram cabelo curto. Durante anos a banda foi pressionada pelas gravadoras para cortar seu cabelo e sacrificar o som do metal (segundo as mesmas) a favor de uma imagem mais punk. Mas com Dianno como líder, a banda pôde mixar os dois estilos e fazer um próprio, juntando o metal com o punk. Eles misturavam temas clássicos, ritmos de metal empolgantes e riffs de guitarra bem hardcore e rápidos.
O Iron Maiden foi a sensação do circuito do rock inglês de 1978. A banda tocava sem parar havia três anos ganhando um tremendo número de fãs, mas mesmo assim até essa época, eles nunca tinham gravado nada. No ano novo de 1978, a banda gravou uma das mais famosas demo tapes da história do rock, The Soundhouse Tapes. Com apenas quatro faixas, a banda vendeu todas as cinco mil cópias imediatamente, e não distribuiu a demo novamente até 1996. Cópias da versão original são vendidas hoje em dia por milhares de dólares. Duas das faixas da demo, "Prowler" e "Iron Maiden", ficaram em primeiro lugar nas paradas de metal inglesa.
Em muitas das formações antigas do Iron Maiden, Dave Murray era acompanhado de outro guitarrista, mas grande parte de 1977 e todo o ano de 1978, Murray foi o único guitarrista do Maiden. mas durante o ano de 1979 a banda teve vários segundos guitarristas sucessivos, tais como Paul Cairns, Paul Todd e Tony Parsons. No fim do ano, o baterista Doug Sampson abandonou a banda por motivos de saúde. Em Novembro de 1979, a banda assinou contrato com uma gravadora de renome, a EMI, uma parceria que durou quinze anos. Poucos antes de entrar em estúdio, Parsons foi substituído pelo guitarrista Dennis Stratton, que trouxe Clive Burr, um amigo seu, para a bateria. Inicialmente a banda queria contratar o melhor amigo de Dave Murray, Adrian Smith, mas Smith estava ocupado tocando guitarra e cantando com sua banda Urchin.
Os primeiros sucessos
Iron Maiden (1980)
Iron Maiden, o primeiro álbum da banda, foi lançado em 1980 e foi um sucesso comercial e de crítica. A banda abriu os concertos do Kiss na turnê do álbum Unmasked, e também abriu diversos concertos do Judas Priest. Depois da turnê do Kiss, Dennis Stratton foi despedido da banda por questões de criatividade e diferenças pessoais. Com a saída de Dennis, entrou na banda Adrian Smith, que trouxe uma nova melodia ao grupo. Seu estilo meio blues meio experimental era completamente o oposto da velocidade de Murray, o que deu um aspecto interessante à banda. As duas guitarras se completavam, e com eles não existia a noção de guitarra solo e guitarra base, ambos solavam e ambos tinham notoriedade na banda, dando um aspecto harmonioso de duas conduções. Esse estilo já existia em bandas como Wishbone Ash e The Allman Brothers Band, mas ganhou um nível de destaque no Iron Maiden.
Killers (1981)
Em 1981, o Maiden lançou seu segundo álbum, intitulado Killers, contendo os primeiros grandes sucessos da banda. Com o aumento de sua popularidade, eles foram introduzidos à audiência nos Estados Unidos. Killers ficou marcado como um dos álbuns mais rápidos e pesados da banda.[7]
Anos dourados
The Number Of The Beast (1982)
O Iron Maiden nunca foi conhecido por usar drogas, e eram extremamente perfeccionistas no palco e estúdio. O vocalista Paul Dianno, por outro lado, sempre mostrou um comportamento auto-destrutivo, particularmente no que diz respeito ao uso da cocaína, afetando consideravelmente suas apresentações[8]. Justamente quando a banda começava a ficar famosa nos Estados Unidos, Dianno foi expulso do Maiden. Em 1982, a banda substituiu Dianno pelo vocalista do Samson, Bruce Dickinson. Bruce entrou na banda, mas exigiu ficar com cabelo comprido e disse que só iria usar as roupas que ele gostava, já demonstrando muita atitude, traço característico de sua personalidade, o que geraria algumas polêmicas anos mais tarde.
Dickinson mostrou uma diferente interpretação das canções da banda, dando-lhes um tom mais melódico. O álbum de estréia de Dickinson nos vocais do Maiden foi em 1982, com The Number of the Beast. Esse álbum foi um sucesso de vendas e atingiu o topo das paradas em todo o mundo, trazendo canções "The Number of the Beast", "Run to the Hills", "Children of the Damned" e "Hallowed Be Thy Name". Pela primeira vez, a banda saiu em uma turnê mundial, visitando os Estados Unidos, Japão e Austrália, tocando em estádios e fazendo começar a chamada Maidenmania. Foi nessa época também que alguns grupos religiosos começaram a acusar a banda de ter um cunho satânico, afirmando que as letras do Maiden estavam repletas de cantos demoníacos, invocando o demônio e vandalizando a mente da juventude. Toda essa polêmica surgiu por causa da canção "The Number of the Beast", pois foi justamente a alusão explícita ao Número da Besta (666) que fez a trilha fazer sucesso. A canção é baseada no filme Profecia. A banda sofreu um pouco com esses rumores e foi obrigada a colocar na frente dos discos um aviso de "letras explícitas".
Nessa mesma turnê, o produtor Martin Birch se envolveu em um acidente de carro com alguns fãs. O reparo do carro foi uma bizarra coincidência, contabilizado como £666, um preço que Birch se recusou a pagar, optando pelo valor de £668.[9]
Apesar das polêmicas, o ator Patrick McGoohan não se importou em permitir que uma famosa frase sua da série, The Prisoner (O Prisioneiro), da qual era o ator principal, fosse usada no início da música de mesmo nome.
Piece Of Mind (1983)
Após o sucesso de The Number of the Beast, a banda adquiriu prestígio internacional, ganhando status de estrelas do rock. Antes de voltar ao estúdio em 1983, Clive Burr deixa a banda para se dedicar mais à família, e as baquetas são assumidas por Nicko McBrain, e com ele lançam quatro álbuns clássicos, todos esses receberam prêmios como discos de platina em todo o mundo.
Piece of Mind (1983) com uma pegada mais psicodélica, instrumentos com som mais abafado, trazendo "Flight of Icarus", "The Trooper", "Where Eagles Dare" e as progressivas composições "To Tame A Land" e "Quest For Fire".
Na época as acusações de satanismo continuaram, causando controvérsias sobre mensagens ocultas em diversas músicas da banda, normalmente descobertas rodando-se faixas dos álbuns ao contrário. No álbum Piece of Mind uma mensagem desse tipo foi colocada no início da canção "Still Life". Tocando-a ao contrário, pode-se ouvir o baterista McBrain dizer: "Hmm, Hmmm, what ho sed de t'ing wid de t'ree bonce. Don't meddle wid t'ings you don't understand", seguido por um arroto. McBrain mais tarde admitiu que o trecho eram suas impressões sobre Idi Amin Dada. Ela diz o seguinte: "What ho, said the monster with the three heads, don't meddle with things you don't understand."
No mesmo álbum, o renomado escritor Frank Herbert teve um conflito com a banda quando eles pediram permissão para compor uma canção com o nome "Dune". Herbert não só recusou a reivindicação, como proibiu que o Maiden usasse qualquer citação do livro na canção. Steve Harris ainda tentou um encontro com o escritor, mas obteve a resposta do agente de Herbert, de que o escritor não gostava de bandas de rock, especialmente de bandas de rock pesado, como o Maiden. Por causa desse empecilho judicial, a canção foi renomeada como "To Tame A Land".
Powerslave (1984)
Também sucesso de vendas, Powerslave (1984) vem logo em seguida. Destaque para "Aces High", "Two Minutes To Midnight", a faixa título "Powerslave" e o épico "Rime of the Ancient Mariner". A World Slavery Tour foi a maior turnê da história do Iron Maiden, que abrangeu o biênio 1984-1985 e com aproximadamente trezentas apresentações. Nenhuma banda tinha, até então, uma produção de palco como nesta turnê, onde se tinham sarcófagos, pirâmides, esfinges, pinturas até no chão e, é claro, um Eddie gigante, com mais de dez metros de altura. Live After Death (1985) representou o primeiro registro ao vivo da banda.
A banda tocou para grandes audiências na América do Sul, Ásia, Austrália e Estados Unidos. Curiosamente no Chile, a banda foi impedida de tocar por causa das canções, que supostamente faziam alusão ao satanismo.
Todos estes 3 álbuns continham riffs bem feitos, diversas mudanças de estilo na música, com um casamento entre letra e instrumental. O Iron Maiden quase nunca cantava sobre drogas, sexo, bebida ou mulheres. As letras das músicas da banda, diferentes das outras bandas de heavy metal, eram baseadas na literatura inglesa e em fatos históricos.
Experimentos
Somewhere In Time (1986)
Somewhere in Time (1986) com "Caught Somewhere In Time", "Stranger In A Strange Land", "Heaven Can Wait" e "Wasted Years" foi o álbum seguinte. A banda decidiu inovar, fazendo experiências utilizando guitarras sintetizadas pela primeira vez.
Seventh Son Of A Seventh Son (1988)
Em 1988, mais uma vez, a banda tentou algo diferente para o seu sétimo álbum de estúdio, Seventh Son of a Seventh Son. Este é um álbum conceitual, mostrando a história de uma criança que era possuída pelos poderes de vidência. O disco foi baseado no livro The Seventh Son de Orson Scott Card. Foi o disco mais experimental do Maiden até hoje, e é muitas vezes lembrado como o fim dos "tempos de ouro" da banda com a saída do guitarrista Adrian Smith.
Adrian saíra alegando diferenças musicais, embora também pretendesse resgatar um antigo sonho que era o de formar sua própria banda, que resultaria no projecto A.S.A.P de 1989. Uma grande turnê se formou ao longo de 1988, tendo como bandas de abertura, Guns N' Roses, Megadeth e Metallica.
Segunda fase
No Prayer For The Dying (1990)
Pode-se dizer que o grupo tenha tido duas fases, pois, pela primeira vez em sete anos, a formação da banda sofreu uma mudança, com a perda do guitarrista Adrian Smith. Smith foi substituído por Janick Gers que tinha participado no primeiro disco solo de Bruce Dickinson (Tattoed Millionaire) e em 1990 eles lançaram No Prayer for the Dying. Esse álbum voltou com um Maiden mais pesado e cru que os do "tempo de ouro", mas as letras ficaram mais fracas e simples, e a música não parecia tão desafiadora como nos álbuns passados. O vocalista Bruce Dickinson também começou com algumas mudanças no timbre de voz. Mesmo com todos esses imprevistos, o álbum foi um grande sucesso comercial e teve diversos compactos bastante tocados como "Bring Your Daughter to the Slaughter", canção composta por Bruce para o filme Nightmare on Elm Street IV (A Hora do Pesadelo IV).
Antes do lançamento de No Prayer for the Dying, Bruce Dickinson lançou oficialmente sua carreira solo e conseguiu conciliar com o Iron Maiden (Gers era o guitarrista). Ele continuou com a turnê em 1991 antes de retornar a estúdio com o Iron Maiden para lançarem Fear of the Dark.
Fear Of The Dark (1992)
Lançado em 1992, Fear Of The Dark é um dos mais bem-sucedidos álbuns da banda em termos de vendagem, impulsionado pela canção "Wasting Love", atraindo até mesmo gente que não costumava ouvir heavy metal. Outras bastante populares entre fãs foram "Fear of the Dark" (faixa-título) e "Afraid to Shoot Strangers", uma crítica à guerra.
Mesmo com o metal perdendo espaço para o grunge em 1992, o Maiden continuava a encher estádios em todo o mundo. Dickinson continuava com seu estilo de cantar. Em 1993, houve uma grande perda, quando o vocalista saiu do grupo para seguir sua carreira solo. Bruce queria explorar outras vertentes do rock, mas aceitou permanecer na banda até o final da turnê, o que resultou no lançamento de diversos álbuns ao vivo. O primeiro, A Real Live One, que trazia as canções de 1986 a 1992, foi lançado em Março de 1993. O segundo, A Real Dead One trazia as canções de 1980 a 1984 e foi lançado logo após a saída de Bruce. Ele fez sua última apresentação com a banda (até voltar em 1999) em 28 de Agosto de 1993. A apresentação foi filmada pela BBC, transmitido para todo o mundo ao vivo e lançado em vídeo com o nome de Raising Hell.
Mudança
The X Factor (1995)
Para substituir Bruce, em 1994, Steve Harris chamou Blaze Bayley, vocalista da Wolfsbane, banda que abria as apresentações do Maiden na última turnê. Blaze entrou na banda após um teste, porém sem concurso algum, como afirmam alguns boatos depreciativos. Bayley provou ser um bom vocalista, mas não agradou os fãs do Maiden, que já estavam acostumados com o vocal marcante de Dickinson. Após uma parada, a banda retornou em 1995 com o álbum de setenta minutos, The X Factor. Este disco tem a sonoridade mais distinta em toda a discografia da banda. O baixista Steve Harris passava por sérios problemas pessoais com seu divórcio e a morte de seu pai, o que resultou em canções obscuras, depressivas e lentas (o álbum contém quatro faixas sobre guerras). As canções do álbum que se destacam são "Blood on the World's Hands" e "Sign of the Cross", a última com onze minutos, cantos gregorianos e alterações bruscas de andamento. A turnê passou por locais nunca visitados pelo Maiden antes como África do Sul, Israel e outros países asiáticos.
Virtual XI (1998)
A banda gastou a maior parte do ano de 1996 viajando, voltando ao estúdio e desenvolvendo o álbum seguinte, Virtual XI. Contudo, o vocal de Bayley ainda estava bastante diferente para o gosto dos fãs do Maiden. Isso levou a grande parte do público a não comprar o álbum e Virtual XI não foi um sucesso, sendo o primeiro álbum da banda sem atingir a marca de um milhão de vendas pelo mundo, o que, junto com constantes deslizes vocais ao vivo, acabou sendo a senha para a saída de Bayley. Os conflitos passaram de musicais para pessoais.
Retorno
Em 1999, Bayley foi retirado da banda, aparentemente por consenso mútuo. Meses depois, a banda anunciou que Bruce Dickinson e o guitarrista Adrian Smith estavam retornando, o que significava que a formação clássica de 1983-1988 estava mais uma vez formada. Também Janick Gers iria continuar com os dois guitarristas clássicos: o Maiden seria a primeira banda desde o Lynyrd Skynyrd (além da famosa formação "Triple Axes" da banda americana Leather Wolf) a ter três guitarristas. Logo depois do anúncio, o grupo fez uma turnê mundial, para celebrar a reunião, que foi um grande sucesso.
Brave New World (2000)
Em 2000, um novo período começou para o Maiden, com a banda lançando o álbum Brave New World. As canções são mais longas e as letras falam sobre temas obscuros e críticas sociais. O grupo ganhou uma nova legião de fãs, apesar do estilo indefinido que a banda apresentou, numa tentativa de retornar às origens do heavy metal tradicional, e ora pendendo para algo que alguns fãs arriscam chamar de metal progressivo. Por outro lado, a expectativa criada com o retorno de Bruce e Adrian foi mal aceita pelos fãs mais antigos e conservadores da banda, que esperavam um álbum semelhante à época de ouro da banda. A turnê mundial foi estendida até Janeiro de 2001 com uma apresentação no famoso festival Rock in Rio, que reuniu um público estimado de 250 mil pessoas e rendeu um DVD de sucesso. Foi o retorno do grupo ao Brasil e também ao topo das paradas, visto a má fase da era Blaze Bayley. Agora muitos dos fãs antigos têm seus próprios conjuntos, e sua influência pode ser escutada em diversas bandas de 1990 até os dias de hoje.
Dance Of Death (2003)
Em 2003 foi lançado Dance of Death, que ganhou disco de platina em diversos países. O conjunto também conseguiu promover alguns vídeos musicais na MTV trazendo novos fãs para a banda. Tanto Brave New World quanto Dance of Death foram considerados pelo site Metal-Rules.com como os melhores álbuns de Metal de 2000 e 2003, respectivamente.
Em 2005, o Maiden anunciou uma turnê em comemoração aos 25 anos do lançamento do primeiro álbum e o trigésimo aniversário da primeira formação. A banda foi para a turnê mundial para divulgar seu novo DVD, intitulado The Early Days, em que o grupo celebra as músicas do período de 1976-1983. Também foi lançado um álbum ao vivo em 2005 intitulado Death on the Road, sendo que essa mesma apresentação foi lançada em DVD em 2006, DVD este que conta ainda com um disco extra com um documentário de noventa minutos mostrando os bastidores das gravações do álbum e da turnê mundial do Dance of Death, uma volta aos espetáculos teatrais e as mega produções dos anos 1980. A turnê foi um grande sucesso: o Maiden tocou pra mais de três milhões de pessoas em 24 países.
A Matter Of Life And Death (2006)
Em 2006 a banda lança o décimo quarto álbum de estúdio, A Matter of Life and Death, com canções mais longas que o habitual do Iron Maiden. O álbum traz algumas características progressivas, que a banda já vinha apresentando nos últimos álbuns, porém agora nesse álbum com maior intensidade, junto com um som mais pesado que o mostrado anteriormente pela banda. Este álbum vem sendo considerado pela crítica especializada como um dos melhores álbuns já feito pela banda, sendo considerado pela revista Classic Rock o álbum do ano de 2006, e obtendo uma classificação de cinco estrelas (classificação máxima) da revista Kerrang!, que neste mesmo ano elegeu o Iron Maiden como banda mais importante nos 25 anos de existência da revista. Em 2007, a banda faz uma turnê batizada de A Matter of the Beast Tour, comemorando os 25 anos de lançamento do The Number of the Beast. Neste ano ainda tocam como atração principal mais uma vez no Donnington Download Festival. Em agosto de 2007 a banda anuncia a próxima turnê que se chamará Somewhere Back in Time Tour 2008, que vai ser uma volta ao passado, onde a banda executará apenas canções dos anos 1980 (para os fãs novos também haverá uma canção dos anos noventa).
Em fevereiro de 2008, eles iniciam a Somewhere Back in Time World Tour na India, e a bordo do Ed Force One (Boeing 757 oficial da banda pilotado por Bruce Dickinson), eles vão passar por muitos países (incluindo o Brasil) até agosto de 2008 tocando pra mais de 3 milhões de pessoas em estádios e arenas.
15º álbum de estúdio (2009(?))
Durante a turnê Somewhere Back In Time em 2008, Bruce Dickinson tem anunciado nos concertos que ainda no mesmo ano começariam os preparativos para o novo álbum. Espera-se que seja lançado em 2009.
Formação atual
- Steve Harris - baixo (1975 - presente) - Formação original
- Bruce Dickinson - vocal (1981 - 1993, 1999 - presente)
- Dave Murray - guitarra (1976 - presente)
- Adrian Smith - guitarra (1980 - 1990, 1999 - presente)
- Janick Gers - guitarra (1990 - presente)
- Nicko McBrain - bateria (1982 - presente)
Van Halen
A família Van Halen era uma família de músicos. O pai de Edward e Alex tocava clarinete, e os dois aprenderam a tocar piano (clássico) desde cedo. Mais tarde, resolveram trocar o instrumento por uma guitarra e uma bateria. O curioso é que Eddie tocava bateria e Alex guitarra. Com o tempo Alex se interessou pela bateria, e logo estava tocando melhor que o irmão, que decidiu tocar guitarra. Isso tudo se deu no final dos anos 60 e início dos 70. Os irmãos faziam covers em algumas bandas, quando Eddie, que fazia os vocais nas bandas em que tocava na época, conheceu, em 1972, David Lee Roth, que havia se mudado para a Califórnia e até então fazia parte da banda The Red Ball Jets, e o convidou para ser o vocalista, e desde então começaram a tocar juntos.
Foi numa noite, enquanto dividiam um show com uma banda chamada Snake, que eles conheceram Michael Anthony (vocalista e baixista da banda em questão). Michael foi convidado a tocar com eles, e mais tarde pediram que se juntasse à banda, que se chamava então, Mammoth. Nessa época, descobriram que havia outra banda nos E.U.A. com esse mesmo nome, o que motivou a decisão de trocá-lo. Alguns nomes foram sugeridos, mas acabaram optando pelo sobrenome dos irmãos Van Halen. Sendo assim, a banda Van Halen ficou constituída por David Lee Roth (vocal), Edward Lodewijk Van Halen (guitarra e teclado), Alex Arthur Van Halen (bateria) e Michael Anthony (baixo). A banda começou tocando covers e em pouco tempo se tornou muito conhecida nos bares de Los Angeles.
Ascenção
Em 76, quando tocavam num bar em Los Angeles, Gene Simmons (Kiss) os descobriu e decidiu fazer uma demo com a banda (cujo equipamento era todo emprestado). A demo, que continha a primeira versão de Runnin' With The Devil, não deu muito certo, não sendo aceita pelas gravadoras. No ano seguinte, um produtor da Warner conheceu a banda no mesmo bar em que Gene os encontrou e os contratou. Em 1978 saiu o primeiro álbum: Van Halen.
O sucesso veio não só do público, mas também da crítica, especialmente pela faixa Eruption - um solo de guitarra que elevaria Eddie Van Halen ao mais alto patamar da história da guitarra - e também pelo single "Jump" (do sexto disco, 1984, homônimo do ano de lançamento), colocando definitivamente o nome do Van Halen na história do rock.
Em 1983, Eddie Van Halen participou com um solo de guitarra da canção "Beat It", do álbum Thriller do cantor Michael jackson.
A banda lançou mais 5 álbuns nos cinco anos seguintes, mantendo a formação original. Em Janeiro de 1983 a banda se apresentou no Brasil (e também na Argentina, no Uruguai e na Venezuela), para a sorte de quem foi, pois a banda não voltou desde então.
A formação original durou até 1984, quando, por motivos de desentendimento, David Lee Roth deixou-a.
Em meados de 1985 Frank Zappa recomendou um novo vocalista, Sammy Hagar, para o Van Halen. Logo no primeiro encontro no estúdio, foi composta Summer Nights, indicando que Sammy seria o substituto perfeito. Em 1986, lançaram o 5150, um disco que não decepcionou os fãs que estavam empolgados com o sucesso de 1984, e que também se tornou o número 1 da parada norte-americana, com sucessos como Dreams e Why Can't This Be Love?. Os fãs preocupados podiam agora dormir tranqüilos, pois o Van Halen estava de volta, com força total, novo vocalista, nova era.
Mais 4 LP's e muito sucesso, e nova preocupação para os fãs. Sammy diz que foi despedido da banda, apesar de Eddie insistir que Sammy saiu amigavelmente e por vontade própria. Não se sabe ao certo, o fato é que David Lee Roth voltou para gravar duas músicas, Can't Get This Stuff No More e Me Wise Magic, que seriam incluídas no Best Of Vol. 1, de 96. Dizem que isso provocou ciúmes em Sammy. Cogitou-se a idéia de uma volta à formação original, o que não aconteceu.
Ray Danniels, empresário da banda, sugeriu Gary Cherone (ex-Extreme) para a vaga de vocalista. Foi marcado um encontro no qual a banda o aceitou de imediato. No início de 1998, saiu o Van Halen III que foi um fracasso, sendo o único disco da banda que ficou abaixo da casa de 1 milhão de cópias vendidas, com apenas 500 mil. Eddie chegou a tocar bateria em algumas músicas, como se isso fosse necessário, e até mesmo a cantar em uma delas. Cherone não ficou muito tempo no novo emprego, deixando a banda logo após a turnê de divulgação do disco.
Eddie passa então por um momento turbulento, separa-se após anos de casamento e também tem diagnosticado um câncer na língua. O grupo fica em suspenso e Michael Anthony acompanha Sammy Hagar em sua turnê solo.
Em 1996 é lançada a coletânea "Greatest Hits - Volume I", com duas músicas inéditas gravadas com David Lee Roth nos vocais. Mais uma confusão: David diz ao vivo na MTV que estava de volta à banda, inclusive haviam aparecido juntos em uma cerimônia de premiação, mas a banda nega e volta às férias.
Em 26 de abril de 2001, Eddie anunciou no site oficial da banda que fora examinado por três oncologistas e três neurocirurgiões, que afirmaram que ele estaria "mais saudável do que nunca e vencendo o câncer".
Em 2004, Sammy Hagar volta a banda e grava a coletânea "The Best of Both Worlds" com 3 músicas inéditas, faz uma turnê pelos Estados Unidos e sai da banda novamente deixando os fãs a ver navios. Há muitos rumores sobre uma volta da banda com David Lee Roth nos vocais, mas enquanto isso não se concretiza a banda continua inativa.
Em 2005, depois de uma nota publicada pelo baixista Michael Anthony, no site oficial, voltou a se questionar sobre o futuro da banda.
Em 2006 Sammy e o baixista Michael Anthony saem do grupo, e após isso o filho de Eddie faz os primeiros ensaios no baixo. Novamente é cogitado retorno de Dave. Eddie grava solo, pela primeira vez, duas músicas (instrumentais) para um filme adulto "Sacred Sin: Catherine e Rise". Ainda no mesmo ano, o site oficial da banda deixa de existir.
Em recente entrevista à revista "Guitar World Magazine", Eddie Van Halen declarou aquilo que milhares de fãs do grupo esperavam: ele e seus companheiros estão prontos para seguir em frente. E, de preferência, com David Lee Roth.
"Eu converso com Dave e falo: 'Cara, mexa-se, venha para cá e cante! Vamos lá'" - disse o líder do Van Halen. "Do jeito que a situação se encontra, a decisão depende de Dave. O que ele decidir disso tudo cabe somente a ele, mas nós já estamos prontos para seguir".
Em agosto de 2007 a banda Van Halen convoca uma coletiva e anuncia o tão esperado retorno, agora com a formação: David Lee Roth, Eddie Van Halen, Alex Van Halen e Wolfgang Van Halen, filho de Eddie que entrou no lugar de Michael Anthony para tocar baixo.[1]
Integrantes
Membros atuais
- Eddie Van Halen - Guitarra, Teclado, Violão, Piano, Cítara elétrica e Vocal de apoio.
- Alex Van Halen - bateria
- Wolfgang Van Halen - baixo
- David Lee Roth - Vocal, Violão, Viola e Gaita - De volta em 2007.
Membros antigos
Twisted Sisters
O Twisted Sister é uma banda de hard rock estado-unidense formada em 1972 em Long Island. Adotou um estilo glam rock, em que a aparência e a apresentação ao vivo era tão importante quanto a música. O visual andrógeno com direito a batom, pó-de-arroz, sombra, rouge e roupas espalhafatosas eram uma das marcas registradas dos integrantes.
A cena de um moleque estourando o tímpano dos pais ao tocar rock and roll no volume mais alto do som ficou clássica com o Kiss, mas seus seguidores do Twisted Sister também merecem a analogia: o rock dos anos 70, misturado ao glam e ao grotesco, fez dos filhos de Alice Cooper e Kiss um outro clássico.
Jay Jay French (guitarra), Eddie "Fingers" Ojeda (guitarra) e Kenneth Harrison Neil juntaram-se em 75 e, embora French tenha criado o Twisted Sister em 72 para fazer cover do glam rock, a banda completou-se em 1976 com a chegada do vocalista Dee Snider, um garoto apaixonado por Led Zeppelin, AC/DC e hard rock em geral, e do baterista Tony Petri.
Em 79, Mark "Animal" Mendoza assumiu o baixo. Mas foi só em 1982 que eles conseguiram um contrato para o primeiro álbum, Under the Blade (com o baterista A. J. Pero), que conquistou os fãs do underground.
You Can't Stop Rock 'n' Roll, de 83, transformou-se em um clássico. Adicionando heavy metal ao seu som, o Twisted Sister consagrou-se na história do rock com o álbum Stay Hungry (84), que continha os hits "I Wanna Rock" e "We're Not Gonna Take It" que, de tão tocados nas rádios e na MTV, saturaram a imagem do grupo.
A banda tornou-se um símbolo para os adolescentes nos anos 80. A banda chegou a ter tanta importãncia nos estados unidos que Dee Snider chegou a ser garoto propaganda do governo americano nos anos 80 numa campanha para encorajar jovens a ingressarem no exército.
Devido a paixão desenfreada de alguns fãs mais afoitos, Dee chegou a fazer um seguro milionário de seus longos cabelos louros (seu cabelo ia abaixo da cintura) e alguns fãs tentavam arrancar mexas durante os shows da banda. Os shows eram eletrizantes e embora Snider medisse apenas 1,64m, suas botas enormes e sua postura de palco faziam-lhe parecer um gigante.
Dee também tem paixão por cinema, e investiu sua própria imagem e dinheiro num filme chamado "Mórbido Silêncio", que foi lançado em esquema independente na época. O filme teve o roteiro escrito pelo próprio Snider e tornou-se cult. Robert Englund, o Freddy Krueger de A Hora do Pesadelo fez parte do elenco. Eles ainda lançaram Come Out and Play (85) e Love is for Suckers, de 87, mas nunca mais alcançaram o sucesso de antes, colocando um fim na banda logo depois.
Em 1999, eles se reuniram para lançar material ao vivo do grupo e, em 2004, rearranjaram seus clássicos do Stay Hungry e os lançaram no álbum Still Hungry. Recentemente saiu um tributo a banda com importantes nomes do hard rock atual. Entre os fãs confessos da banda há nomes como Sebastian Bach, ex-Skid Row, Bret Michaels, do Poison e até Gene Simmons do KISS já teceu comentários elogiosos ao som do Twisted.
Integrantes- Dee Snider - vocal
- Mark Animal Mendoza - baixo
- AJ Pero - bateria
- Eddie Ojeda - guitarra
- Jay Jay French - guitarra
Metallica
Metallica é uma banda estadunidense de heavy metal formada em 1981 em Los Angeles, Califórnia. Fundada quando o baterista Lars Ulrich postou um anúncio em um jornal de Los Angeles, a formação original do Metallica consistia de Ulrich na bateria, guitarrista e vocalista James Hetfield, guitarrista Dave Mustaine e baixista Ron McGovney. Estes dois últimos foram mais tarde substituídos da banda, em favor de Kirk Hammett e Cliff Burton, respectivamente. Em setembro de 1986, ônibus de turnê da banda perdeu o controle e capotou, o que resultou em Burton sendo esmagado sob o ônibus e morrendo. Jason Newsted o substituiu menos de dois meses depois. Newsted deixou a banda em 2001 e foi substituído por Robert Trujillo, em 2003.
Os primeiros lançamentos do Metallica incluíam andamentos rápidos, instrumentais e musicalidade agressiva que os tornou como um dos "Big Four" do subgênero thrash metal juntamente com Slayer, Megadeth a Anthrax. A banda ganhou uma crescente base de fãs na comunidade de música underground, e alguns críticos dizem que o lançamento de 1986 Master of Puppets é um dos álbuns de thrash metal mais influentes e "pesados". A banda alcançou um substancial sucesso comercial com o seu álbum auto-intitulado de 1991, que estreou em primeiro lugar na Billboard 200. Alguns críticos e fãs acreditavam que o estilo musical da banda mudou de sentido apelando para o público mainstream. Com o lançamento de Load em 1996, Metallica distanciou-se de seus lançamentos anteriores, sendo descrito como "uma abordagem quase rock alternativo", e a banda enfrentou acusações de "tornar-se comercial".
Em 2000, Metallica foi um entre os vários artistas que apresentaram uma ação judicial contra a Napster por compartilhar materiais protegidos por direitos de autor livremente sem o consentimento dos membros da banda. A resolução foi tomada, e Napster se tornou um serviço de uso pago. Apesar de atingir o primeiro lugar na Billboard 200, o lançamento de St. Anger em 2003 desapontou alguns críticos e fãs com a exclusão de solos de guitarra, bem como o "aço-auscultação" da caixa. Um filme intitulado Some Kind of Monster foi lançado em 2004, documentando o processo de gravação de St. Anger.
Metallica já lançou oito álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo, dois extended plays, vinte e dois videoclipes, quarenta e dois singles e esta finalizando o trabalho em seu nono álbum de estúdio, Death Magnetic. A banda tornou-se um dos mais influentes e bem sucedidos comercialmente grupos de heavy metal. Com 90 milhões de registros vendidos em todo o mundo, incluindo 57 milhões nos Estados Unidos, a banda já ganhou sete Grammy Awards, e teve quatro álbuns em primeiro lugar na Billboard 200[1]. O álbum de 1991, Metallica, já vendeu mais de 15 milhões de cópias, o que o torna o 25º álbum mais vendido nos Estados Unidos[2].
Metallica foi formado em Los Angeles, Califórnia, no início de 1981 quando o baterista Lars Ulrich colocou um anúncio num jornal de Los Angeles—The Recycler—que dizia "Baterista à procura de outros músicos de metal para jam com Tygers of Pan Tang, Diamond Head e Iron Maiden".[3] Os guitarristas James Hetfield e Hugh Tanner de Leather Charm responderam ao anúncio. Embora ele não tinha formado uma banda, Ulrich perguntou para o fundador da Metal Blade Records Brian Slagel se ele podia gravar uma canção para próxima compilação da gravadora, intitulada Metal Massacre. Slagel aceitou, e Ulrich recrutou Hetfield para cantar e tocar guitarra.[3]
Ulrich conversou com seu amigo Ron Quintana, que estava criando nomes para um fanzine. Quintana tinha proposto os nomes Metal Mania e Metallica. Ulrich utilizou Metallica para o nome de sua banda. Um segundo anúncio foi colocado no The Recycler para a posição de guitarrista solo. Dave Mustaine respondeu, e depois de verem seu equipamento caro de guitarra, Ulrich e Hetfield recrutaram ele. No início de 1982, Metallica gravou a primeira canção de sua autoria, "Hit the Lights", para a compilação Metal Massacre I. Hetfield tocou baixo na canção e Lloyd Grant foi creditado com um solo de guitarra.[3] Lançado em 14 de Junho de 1982, a primeira prensagem de Metal Massacre I listou incorretamente a banda como "Mettallica". Apesar de indignado pelo erro, Metallica conseguiu criar suficiente "buzz" com a canção e a banda tocou seu primeiro show ao vivo em 14 de Março de 1982, na Radio City em Anaheim, Califórnia com o novo baixista Ron McGovney.[4] Metallica gravou sua primeira demo, intitulada Power Metal, um nome inspirado pelos primeiros cartões de visita de Quintana no início de 1982. No Outono de 1982, Ulrich e Hetfield assistiram a um show na casa noturna Whisky a Go Go, que apresentou o baixista Cliff Burton em uma banda chamada Trauma. Os dois ficaram impressionados por Burton utilizar um pedal wah-wah, e pediu-lhe para se juntar ao Metallica. Hetfield e Mustaine queriam McGovney fora da banda, como eles achavam que ele "não contribuiu em nada, apenas seguiu."[5] Embora Burton inicialmente recusou a oferta, no final daquele ano ele aceitou com a condição da banda mover-se para San Francisco. A primeira apresentação ao vivo do Metallica com Burton foi na casa noturna The Stone em Março de 1983, e a primeira gravação com Burton foi a demo Megaforce, de 1983.[5]
Metallica estava pronto para gravar seu álbum de estréia, mas quando a Metal Blade estava incapaz de cobrir o custo adicional, a banda começou a olhar para outras opções. O promotor de concertos Johnny "Z" Zazula, que tinha ouvido a demo No Life 'til Leather, de 1982, ofereceu para mediar um acordo de gravação com Metallica e as gravadoras de Nova Iorque. Depois de receber nenhum interesse de várias gravadoras, Zazula emprestou o dinheiro para cobrir o orçamento da gravação e assinou com Metallica para a sua própria gravadora, Megaforce Records. Os membros da banda decidiram expulsar Mustaine, devido as drogas e o abuso de álcool, e seu comportamento violento. O guitarrista Kirk Hammett do Exodus voou para substituir Mustaine na mesma tarde. O primeiro show do Metallica com Hammett foi em 16 de Abril de 1983, na casa noturna The Showplace em Dover, Nova Jérsei.[5]
Mustaine manifestou o seu desagrado por Hammett, em entrevistas. Ele disse: "Hammett roubou meu trabalho, mas pelo menos eu comecei a balançar sua namorada antes de ele tomar o meu trabalho — como eu gosto, Kirk?" Mustaine foi "passado para trás" porque ele acredita que Hammett se tornou popular por tocar músicas que Mustaine escreveu.
Kill 'em All e Ride the Lightning (1983–1984)
Em 1983 a banda viajou para Rochester para gravar seu primeiro álbum, Metal Up Your Ass. Entretanto, devido a conflitos com a gravadora pelo título, o nome do álbum acabou sendo alterado para Kill 'Em All. O álbum não foi um sucesso financeiro de início, mas ajudou a banda a construir uma base de fãs cada vez maior na cena underground. Apesar da animosidade, Dave Mustaine, que se tornou famoso com sua banda Megadeth, ainda teve créditos de co-escritas em canções como "Jump in the Fire", "Phantom Lord", "Metal Militia" e a notável "The Four Horsemen" (originalmente intitulada "The Mechanix" e referenciada de tal maneiras nas primeiras demos). Outra canção famosa era "Seek & Destroy". O relançamento do álbum em 1989 incluiu canções favoritas entre fãs, como "Am I Evil?", do Diamond Head, e "Blitzkrieg" da banda de mesmo nome. Atualmente, considera-se Kill 'Em All como um dos maiores clássicos do thrash metal.
No ano seguinte a banda lançou Ride the Lightning, um álbum que incluía a canção mais lenta e introspectiva "Fade to Black", diferenciando o Metallica de outras bandas thrash. Ainda que alguns considerassem a banda como "vendida", outros fãs consideram Ride the Lightning como valioso. Outras canções notáveis incluem "For Whom the Bell Tolls", "Creeping Death" e "The Call of Ktulu", esta última uma canção instrumental de nove minutos. Dave Mustaine ainda teve créditos reconhecidos para "Ride the Lightning" e "The Call of Ktulu".
Master of Puppets (1984–1986)
Quando o álbum atraiu a atenção de grandes gravadoras, a banda assinou contrato com a Elektra Records e mais tarde, assinou com o selo Vertigo, distribuido pela PolyGram (atual Universal Music), para distribuição de seus álbuns na Europa e no restante do mundo. Seu primeiro lançamento da nova gravadora foi Master of Puppets de 1986, que marcou um início da banda na grande media. Apesar de não ter sido lançado compacto algum, faixas como "Master of Puppets" e "Welcome Home (Sanitarium)" eram tocadas nas rádios. Fãs que procuravam uma alternativa às bandas de hair metal da época encontravam opções em canções mais "furiosas" com "Battery" e "Damage, Inc.". A banda recebeu ainda mais exposição quando foram convidados a abrir um concerto para Ozzy Osbourne, e Master of Puppets subiu para o 29º lugar na parada de álbuns da Billboard.[6] Alguns críticos consideram esse um dos maiores álbuns de heavy metal de todos os tempos[7].
Morte de Cliff Burton (1986–1987)
Em 27 de setembro de 1986, durante a parte européia da turnê Damage Inc., Cliff Burton faleceu perto de Ljungby, Suécia (em uma viagem entre Estocolmo e Copenhague) quando o ônibus da turnê deslizou na rodovia congelada e tombou[8][9]. A morte de Burton resultou em questionamentos sobre o futuro da banda. Por fim os três membros remanescentes decidiram continuar o trabalho, e com o apoio da família de Burton começaram a busca por um substituto. A canção "To Live is to Die" foi gravada posteriormente em homenagem a Burton. Na música podem ser ouvidas frases na voz de Burton: "Quando um homem conta uma mentira ele mata alguma parte do mundo. Estas são as pálidas mortes com que homens desperdiçam suas vidas. Isso tudo eu não posso mais suportar, presenciar. O reino da salvação não pode me levar para casa". O corpo de Cliff foi cremado e as cinzas lançadas em Maxwell Ranch. Na cerimónia, foi tocada a música "Orion" (um instrumental) do álbum "Master of Puppets". O Metallica tocou esta música em um medley em 1992 em San Diego na Califórnia junto com outras músicas, entre elas "My Friend of Misery" e "Incitações" a "(Anesthesia) Pulling Teeth" do álbum Kill 'Em All por várias distorções de baixo entre um solo e outro.
A partir das audições para a escolha de um novo baixista estava Les Claypool (da banda Primus), um amigo de infância de Hammett. A banda gostou do baixista, mas considerava seu estilo muito diferente do estilo do Metallica. O convite foi feito a Jason Newsted. Jason reuniu-se à banda oficialmente em 28 de outubro de 1986, três semanas após o funeral de Burton. A turnê foi terminada nos primeiros meses do ano seguinte. Em julho de 1987 gravaram The $5.98 E.P.: Garage Days Re-Revisited para testar um novo estúdio que eles haviam construído e para testar o talento de Newsted.
...And Justice for All (1988–1990)
...And Justice for All foi lançado em 1988, o primeiro de estúdio desde a morte de Burton. Ele teve grande sucesso comercial, atingindo a sexta posição da Billboard 200, o primeiro álbum da banda a estar entre os dez primeiros. Apesar de críticas, em 1989 a banda recebeu sua primeira indicação ao Grammy pelo álbum, para a categoria Melhor Desempenho de Hard Rock/Metal Vocal Ou Instrumento. Entretanto, o prêmio foi ganho pela banda Jethro Tull pelo seu álbum Crest of a Knave. O resultado gerou muita controvérsia, pois a banda realmente esperava ganhar o prêmio e já estava na saída dos fundos do palco esperando ser chamada, logo após ter apresentado a canção "One". Os integrantes do Jethro Tull (por muitos a banda não é considerada nem mesmo de hard rock e metal) não haviam nem mesmo ido à cerimônia, assumindo que sua chance de ganhar o prêmio era ínfima.
Seguido do lançamento de ...And Justice for All, O Metallica assumiu a grande media da música com seu primeiro vídeo musical para a canção "One". A banda apresentou a canção em um depósito abandonado, e o vídeo foi remixado com cenas de uma versão do filme Johnny Got His Gun. Ao invés de organizar um acordo de licença para apresentar cenas do filme, a banda simplesmente comprou os direitos da obra. O vídeo foi enviado à MTV, com uma versão alternativa somente com a banda tocando, caso a emissora não aceitasse a versão original. Apesar de sua duração longa, a MTV aceitou o vídeo[10].
Metallica (1990–1993)
Em 1991, o Metallica lançou o álbum homônimo Metallica (popularmente conhecido como The Black Album ou O Álbum Preto), que inclui canções como "Nothing Else Matters", "Enter Sandman", "Sad But True," "The Unforgiven" "Holier Than Thou", "Wherever I May Roam" e "Of Wolf And Man". A gravação foi co-produzida com Bob Rock, que já havia trabalhado com bandas de hard rock como The Cult, Bon Jovi e Mötley Crüe. O álbum possui uma capa toda preta com uma imagem pálida de uma cobra em um dos cantos, com o nome da banda no canto oposto. As sessões de gravação tornaram-se um processo longo e árduo, durando mais de um ano devido a conflitos entre os integrantes e argumentos com Rock sobre a direção do álbum, escopo e som. O custo de gravação superou um milhão de dólares. Entretanto, apesar da batalha para seu término, o álbum tornou-se o lançamento mais bem sucedido da banda, atingindo o topo da Billboard[11].
O primeiro single de Metallica foi "Enter Sandman", mostrando um estilo de música mais lento que trabalhos anteriores da banda. Devido ao novo estilo do som, mais alegações sobre uma "banda vendida" foram direcionados ao Metallica através da década de 1990. Em 1992, durante uma turnê muito bem sucedida financeiramente com o Guns N' Roses, Hetfield sofreu severas queimaduras de segundo e terceiro grau devido a pirotecnia durante a abertura de "Fade to Black", impedindo-o de tocar guitarra por uma período da turnê. O roadie da banda e guitarrista do Metal Church John Marshall preencheu a posição da guitarra de Hetfield durante esse período.
Load, ReLoad e Garage Inc. (1994–1999)
Após quase três anos de suporte ao álbum, incluindo uma apresentação no Woodstock 1994, a banda entrou em estúdio para escrever e gravar seu sexto álbum, Load. Interromperam esse período em meados de 1995 e apresentaram-se em três concertos ao ar livre, a chamada Escape from The studio Tour 1995, com bandas como Slayer, Skid Row, Slash's Snakepit, Therapy? e Corrosion of Conformity. Load foi lançado em 1996, e durante sua produção inicial a intenção era um álbum duplo. Entretanto, foi decidido que seria melhor lançar somente metade das canções primeiro, continuar o trabalho nas canções remanescente, e lançá-las no ano seguinte. Essa continuação do trabalho resultou no álbum seguinte da banda, ReLoad, de 1997.
Esses dois álbuns representaram uma significativa mudança musical para o Metallica. as melodias rápidas de heavy metal com composições sobrepostas de guitarra foram substituídas por melodias de blues e guitarra havaiana. Suas vendas foram inferiores às vendas dos três álbuns anteriores.
Em 1998 foi lançada a compilação Garage Inc., que consistia em um álbum duplo. O primeiro CD contém gravações inéditas de covers de bandas como Killing Joke, The Misfits, Thin Lizzy, Mercyful Fate, Black Sabbath, Nick Cave e Bob Seger. O segundo CD contém gravações antigas de covers, incluindo o EP The $5.98 E.P.: Garage Days Re-Revisited.
Em 7 de março de 1999 a banda foi indicada à calçada da fama de San Francisco. O então prefeito da cidade Willie Brown, proclamou aquele como sendo o "Dia Oficial do Metallica" em San Francisco. Um mês depois em 21 e 22 de abril, a banda gravou duas apresentações com a San Francisco Symphony Orchestra, na época conduzidas por Michael Kamen. Kamen, que já havia trabalhado com Bob Rock em "Nothing Else Matters", havia entrado em contato com a banda oito anos antes, logo após o lançamento do Álbum Preto, com idéias sobre a junção da música do Metallica com uma orquestra sinfônica. Kamen e sua equipe compuseram material de orquestra adicional para um número de canções da banda, e os concertos apresentaram uma seleção de canções datadas até a época de Ride the Lightning. A banda também escreveu duas novas canções com Kamen para o evento, "No Leaf Cover" e "Minus Human". A gravação de áudio e o vídeo do concerto foram lançadas em novembro de 1999 com o nome S&M, em CD, VHS, VCD e DVD.
Controvérsia do Napster (2000-2001)
Em 2000, os integrantes do Metallica descobriram que uma versão demo de sua canção "I Disappear", que era suposta para ser lançada junto da trilha sonora do filme Mission: Impossible II, estava tocando nas rádios. Após descobrir a fonte de distribuição, a banda encontrou o arquivo na rede peer-to-peer de compartilhamento de arquivos do Napster, e também descobriram que todo seu catálogo foi livremente disponibilizado. Foi iniciada uma ação judicial contra o Napster com Metallica deixando a ação judicial na United States District Court for the Central District of California, alegando que a Napster violou três áreas da lei: violação de direitos autorais, utilização ilegal de interface dispositivo de áudio digital, e Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act.
Ações legais também foram iniciadas contra a Universidade de Yale, Universidade do Sul da Califórnia e Universidade de Indiana, por não bloquearem o Napster em seus campi. No ano seguinte, ambas as partes concordaram em um acordo fora dos tribunais que levou ao bloqueio de contas de utilizadores do Napster, e a banda não iniciou ações legais contra indivíduos por violação de direitos autorais.
Com a controvérsia sobre a validade ou não de compartilhadores de arquivo, páginas web publicavam paródias dos membros da banda. Como retaliação, Ulrich apareceu no MTV Video Music Awards de 2000, em um vídeo com o apresentador daquele ano Marlon Wayans, no qual arruinava a idéia de usar o Napster para compartilhar música. Marlon interpretava um estudante universitário sentado em seu dormitório, ouvindo a canção "I Disappear" do Metallica. Ulrich, interpretando a si próprio, aparece e pede uma explicação. Após receber a desculpa de Wayan de que usando o Napster estava somente compartilhando, Lars replicou que a idéia de Marlon sobre compartilhar era simplesmente emprestar coisas que não eram suas sem pedir. Ele chamou então a equipe de turnê da banda, que proseguiu confiscando todos os pertences de Wayan, deixando-o quase nu em um quarto vazio. O criador do Napster Shawn Fanning respondeu posteriormente à cerimônia ao apresentar um prêmio vestindo uma camiseta do Metallica com os dizeres "Eu emprestei esta camisa de um amigo. Talvez, se eu gostar dela, irei comprar uma própria"[12].
A ridicularização do público foi grande já que a banda iniciou sua carreira na cena underground com a troca de bootlegs de suas apresentações[13]. A defesa da banda era que o Napster estava permitindo acesso livre a todo o seu catálogo e não somente os bootlegs ao vivo.
Saída de Newsted, St. Anger (2001–2005)
Com planos de volta aos estúdios em 2001, Newsted deixou a banda em janeiro alegando que danos físicos após vários anos tocando com o grupo. Entretanto, entrevistas posteriores com Newsted e os integrantes remanescentes revelaram que o desejo de Newsted de lançar um CD e entrar em turnê com seu projeto paralelo Echobrain, e a resistência intensa de Hetfield à idéia, foi a causa primordial da saída do músico[14]. Jason também alegou que não havia espaço para ele compôr porque James Hetfield "impôs" essa barreira.
Em julho de 2001, Hetfield entrou em reabilitação devido a alcoolismo e outras adicções, e por quase um ano a banda entrou em hiato. Com a volta do vocalista, a banda voltou lentamente como um trio para a escrita e gravação do próximo álbum. A tarefa de baixo nas sessões de gravação havia sido feita pelo produtor e conhecido da banda Bob Rock. A gravação do álbum foi documentada para o filme Some Kind of Monster.
No início de 2003, seguido da gravação do álbum, o Metallica iniciou audições para a escolha de substituto permanente para Newsted. Robert Trujillo, anteriormente do Suicidal Tendencies e da banda de Ozzy Osbourne, foi escolhido como novo baixista. Jason Newsted acabou reunindo-se com a banda de thrash metal Voivod em 2002. Acabou também substituindo Robert Trujillo na banda de Ozzy durante a turnê Ozzfest de 2003.
Em junho de 2003 foi lançado o oitavo álbum de estúdio do Metallica, St. Anger, estreando na primeira posição das paradas musicais. Intencionalmente seco e bruto, foi seguido de críticas do fãs. Apesar disso, o álbum ganhou o Grammy Award de 2004 para Melhor Desempenho de Metal.
Após turnês extensas divulgando o álbum na Summer Sanitarium Tour 2003 e na Madly in Anger with the World, a banda entrou em hiato dos concertos e passou a maior parte de 2005 com amigos e família.
Death Magnetic (2006–atualmente)
Em 16 de fevereiro de 2006 a banda anunciou em sua página oficial que após um relacionamento de mais de quinze anos, o produtor musical de longa data Bob Rock não estaria mais gravando o próximo álbum de estúdio do Metallica. O grupo está atualmente gravando um álbum de estúdio com o produtor Rick Rubin[15], que já trabalhou com outras bandas proeminentes de rock e metal como Slayer, System of a Down, Slipknot, Red Hot Chili Peppers, Rage Against the Machine e atualmente Linkin Park.
A banda esteve em Portugal a 28 de junho de 2007, na sua Sick of the Studio tour, proporcionando um grande concerto no festival Superbock Superock, juntamente com Joe Satriani e Mastodon, onde tocaram temas poucos habituais nos seus concertos, como a instrumental "Orion" e "...And Justice for All", canção que a banda já não tocava ao vivo há dezoito anos. A 5 de junho de 2008, a banda actuou no Rock in Rio Lisboa, onde tocaram clássicos como One (com uma excelente pirotecnia) Nothing Else Matters ou Seek and Destroy. No final do concerto Hetfield prometeu que voltaria em 2009 a Portugal, apresentando trabalhos do seu novo album, que será editado em Setembro de 2008, denominado de Death Magnetic, álbum que deve seguir o estilo adotado pela banda nos anos 80. Segundo a própria banda, o que se ouvia na época era algo muito mais puro, com método simples e direto.
Membros
Formação atual
- Lars Ulrich - bateria (1982 - presente)
- Robert Trujillo - baixo (2003- presente); ex-Ozzy Osbourne, Suicidal Tendencies, Black Label Society e Infectious Grooves
- Kirk Hammett - guitarra (1983 - presente)
- James Hetfield - vocal e guitarra (1982 - presente)
Ex-integrantes
- Ron McGovney - baixo (1982)
- Cliff Burton - baixo (1982 - 1986) (morto num acidente durante a turnê)
- Jason Newsted - baixo (1987 - 2001); ex-Flotsam and Jetsam (1986), ex-Voivod; atualmente no Supernova
- Dave Mustaine - guitarra (1982 - 1983); atualmente líder do Megadeth (1984 - presente)
- Lloyd Grant - guitarra 1982 (saiu da banda antes de gravarem a primeira demo)
Dire Straits
Dire Straits foi uma banda de rock britânica formada em 1977 por Mark Knopfler (guitarra e vocais), seu irmão David Knopfler (guitarra), John Illsley (baixo) e Pick Withers (bateria). Embora formada em uma época em que o punk rock reinava absoluto, decidiram lidar com as convenções do rock clássico, firmando-se em uma sonoridade mais leve, que agradou ao público cansado do som superproduzido do rock dos anos 70. Não tardou para que a banda se tornasse conhecida mundialmente, ganhando o status de disco de platina logo em seu primeiro álbum.
Entre suas canções mais conhecidas estão "Sultans of Swing", "Once Upon a Time in The West", "Romeo and Juliet", "Private Investigations", "So Far Away", "Money for Nothing", "Walk of Life", "Your Latest Trick" e "Brothers in Arms".
Apesar do grande sucesso, a banda terminou sem estardalhaços em 1995, quando Mark Knopfler expressou o desejo de não mais fazer turnês em larga escala, passando imediatamente a se dedicar integralmente à sua carreira solo.
O Dire Straits gravou e lançou seu primeiro e auto-intitulado álbum em 1978, inicialmente no Reino Unido, para depois se espalhar pelo resto da Europa e então Estados Unidos. O single Sultans of Swing se alcançou as paradas britâncias. O segundo álbum Communiqué foi lançado no ano seguinte. As formações da banda mudaram durante os anos, restando somente Mark Knopfler e John Illsley como remanescentes da formação inicial.
Aumentando a complexidade
Em 1980 a banda lançou seu terceiro álbum, Making Movies, marcando o início de arranjos mais complexos e produções que continuariam parecidas até o final do grupo, nos anos 1990. Contendo Romeo and Juliet, que se tornou um dos maiores hits da banda, o álbum também marcou a saida de David Knopfler enquanto sua produção ainda estava em progresso. O músico foi substituido por Sid McGinnis. Making Movies ainda contava com o tecladista Roy Bittan e foi produzido por Jimmy Iovine.
O tecladista Alan Clark e o guitarrista Hal Lindes se uniram à banda no quarto álbum, Love Over Gold, lançado em 1982 e primeiro álbum da banda produzido por Mark Knopfler. Logo após o lançamento do álbum o baterista Pick Withers deixou a banda para uma nova carreira no jazz. Seu substituto foi Terry Williams, anteriormente no Rockpile.
Em 1983 foi lançado um EP contendo a canção Twisting by the Pool, sendo seguido pelo álbum ao vivo duplo Alchemy: Dire Straits Live, no ano seguinte.
Era Brothers in Arms
O álbum Brother in Arms foi lançado em 1985 e se tornou o mais vendido do Reino Unido naquele ano, alcançando sucesso também internacionalmente. Foi origem de vários singles de sucesso, como o topo de paradas nos Estados Unidos Money for Nothing, que foi também o primeiro vídeoclipe apresentado na MTV do Reino Unido. Houve mudanças na formação da banda, com a adição do segundo tecladista Guy Fletcher e a saída de Hal Lindes durante as gravações, tendo sido substituido por Jack Sonni. Apesar disso Hal permanenceu como membro oficial da banda até o lançamento do álbum. Além disso, Terry Williams tornou-se baterista. O sucesso comercial do disco foi ajudado pelo fato de ter sido um dos primeiros álbuns completamente gravado e produzido no então novo formato CD, levando aos admiradores da nova tecnologia a venerarem o álbum.
A turnê mundial da banda de 1985-1986 foi de sucesso fenomenal. Após tocar várias vezes no Wembley Arena, a banda também participou em 13 de julho de 1985 no Live Aid, tocando Money for Nothing com a participação nos vocais de Sting. A turnê terminou no Entertainment Centre em Sydney. O sucesso do disco e a participação no Live Aid tornaram o Dire Straits a banda que mais vendeu em meados da década de 1980.
Era pós-Brothers in Arms
Em 1986, após o final da turnê de suporte ao álbum Brothers in Arms, a banda estendeu-se fora da mídia e Mark Knopfler concentrou-se em projetos solo, além de trilhas sonoras. O grupo reuniu-se novamente para o concerto de aniversário de 70 anos de Nelson Mandela em 1988, que contou com outras grandes participações como o Bee Gees, Phil Collins, Eric Clapton entre outros. No mesmo ano Terry Williams deixou a banda.
Após Knopfler ter trabalhado e participado de turnê com o Notting Hillbillies, o Dire Straits reuniu-se em 1990. O resultado foi o último álbum de estúdio da banda, On Every Street (1991), com sucesso e críticas moderadas. A turnê mundial de 1991-1993 não foi tão bem sucedida quanto a anterior. Em 1993 foi lançado o álbum ao vivo On the Night, documentando a turnê.
Final da banda
Seguindo o lançamento de Live at the BBC, uma coleção de gravações ao vivo de seus anos anteriores, a banda terminou sem alardes em 1995, após Knopfler expressar não querer mais grandes turnês, partindo para um trabalho em tempo integral em material solo e trilhas sonoras de filmes, enquanto os outros integrantes partiram para carreiras distintas.
Integrantes
Membros fundadores
- Mark Knopfler - vocal e guitarra (1977-1995)
- John Illsley - baixo e back vocal (1977-1995)
Membros da última formação
- Alan Clark - teclado (1980-1995)
- Guy Fletcher - teclado e back vocal (1984-1995)
Membros antigos
- David Knopfler - guitarra, teclado e back vocal (1977-1980)
- Pick Withers - bateria, percussão e back vocal (1977-1982)
- Hal Lindes - guitarra e back vocal (1980-1984)
- Terry Williams - bateria e percussão (1982-1988)
- Jack Sonni - guitarra e back vocal (1984-1988)
- Chris White - saxofone, flauta e back vocal (1984-1995)
Membros auxiliares em turnê
- Mel Collins - saxofone (1983-1984)
- Tommy Mandel - teclado (1983-1984)
- Joop de Korte - percussão (1983-1984)
- Eric Clapton - guitarra e back vocal (1988)
- Chris Whitten- bateria e percussão (1991-1995)
- Phil Palmer - guitarra e back vocal (1991-1995)
- Paul Franklin - pedal steel guitar (1991-1995)
- Danny Cummings - percussão (1991-1995)
Músicos convidados de estúdio
- Boby Bear - teclado (1979)
- Roy Bittan - teclado (1980)
- Sting - back vocal (1985)
- Omar Hakim - bateria e percussão (1985)
- Jeff Porcaro - bateria e percussão (1990)
Bon Jovi
Bon Jovi é uma banda dos Estados Unidos de Hard Rock, fundada no ano de 1984 em Nova Jersey que vendeu mais de 150 milhões de discos mundiais desde sua formação. [1] Fez shows nas maiores cidades de Ásia, Europa, Austrália, Canadá e América do Sul, além de um grande número de cidades dos EUA. Foi bastante influente, pioneira do estilo "MTV Unplugged. [2]
FormaçãoO líder e vocalista Jon Bon Jovi (John Francis Bongiovi) começou a tocar violao e guitarra aos 7 anos, aprendendo músicas de Elton John. Com a mesma idade, Jon Bon Jovi fundou sua primeira banda, chamada Raze. Aos 16 anos, ele conheceu David Bryan (David Bryan Rashbaum) no colégio "Sayreville War Memorial High School". Os dois fundaram uma banda de R&B cover chamada Atlantic City Expressway.[3] Tocaram em clubes de New Jersey mesmo sendo menores de idade. Ainda na adolescência, Jon Bon Jovi tocou na banda "Jon bongiovi and the Wild Ones" a qual mantinha formação semelhante à formação que gravou o primeiro àlbum da banda, exceto pelo guitarrista. [4]
Durante o verão de 1980, fora da escola e em empregos temporários — incluindo trabalho em uma loja de sapatos — Jon Bon Jovi conseguiu finalmente um emprego na PowerStation Studios, uma gravadora de Manhattan, da qual o co-dono era seu primo Tony Bongiovi (que trabalhou com bandas como Aerosmith, Ramones e Talking Heads). Jon fez várias demonstrações de músicas (incluindo uma produzida por Billy Squier) e as enviou para muitas outras gravadoras, mas não obteve sucesso.
Aos 13 anos, Jon Bon Jovi teve sua primeira experiência com gravação. A música gravada foi "R2-D2 We Wish You a Merry Christmas", de Meco Monardo e Daniel Oriolo, em um disco de Natal de Star Wars, Christmas in the Stars, produzido por Tony Bongiovi.
Em 1976, a rádio local WAPP 103.5FM "The Apple" fez um concurso, junto à St. John's University, para eleger a melhor banda desconhecida. Jon Bon Jovi tocou com músicos de estúdio a música "Runaway" (que foi escrita em 1983). Depois de vencer o concurso, a música se tornou um sucesso imediato no verão de 1983. Os músicos de estúdio que ajudaram Jon a gravar "Runaway" são conhecidos como "The All Star Review", com Tim Pierce na guitarra, Roy Bittan nos teclados, Frankie LaRocka na bateria e Hugh McDonald no baixo.
Diante do sucesso do single, Jon precisava de uma banda. Os futuros membros do grupo tinham se cruzado no passado, mas a formação atual não se juntou até março de 1983. Jon ligou para David Bryan, que chamou Alec John Such e Tico Torres. [5] Conseguiram um contrato com a gravadora Polygram em 21 de janeiro de 1984, lançaram o primeiro disco e Runaway voltou a fazer sucesso. O nome Bon Jovi surgiu de uma brincadeira que os integrantes da banda fizeram com o nome de Jonh.[4]
Vários guitarristas passaram pela banda (incluindo Dave "the Snake" Sabo, futuro membro do Skid Row), até que Richie Sambora se juntou definitivamente ao grupo. Antes de entrar na banda, Sambora excursionou com Joe Cocker, tocou com o grupo Mercy e também foi chamado para um teste para o Kiss. Ele também tocou no álbum Lessons com a banda "Message", que foi lançado em CD pela Long Island Records em 1995. O Message originalmente assinara com a Swan Song (do Led Zeppelin), porém o álbum nunca foi lançado. [6]
Tico Torres também era um músico experiente. Ele gravou com Miles Davis e tocou ao vivo com "The Marvelettes" e Chuck Berry. [6]
David Bryan era um recruta natural. Ele saiu da banda que ele e Jon fundaram no colégio, passou pela Juilliard School, famosa escola de música e, depois, retornou a parceria com Jon. [6]
Anos 80
Bon Jovi agora era uma banda. Durante um show de abertura para a banda Scandal, o grupo chamou a atenção do executivo de gravadora Derek Shulman, que os assinou com a PolyGram.
Com a ajuda do novo empresário, Doc McGhee, o álbum de estréia da banda, Bon Jovi, foi lançado em 21 de janeiro de 1984. [7] O álbum chegou à ouro nos Estados Unidos (mais de 500,000 cópias vendidas) e também foi lançado no Reino Unido. A banda abriu para ZZ Top no Madison Square Garden (antes do álbum ser lançado), e para os Scorpions e os Kiss na Europa, além de shows no Japão.
O ligeiro sucesso do primeiro álbum animou os produtores para um segundo. Em 1984 é lançado 7800° Fahrenheit [8], mas a recepção foi fraca. A revista britânica Kerrang!, que foi bastante positiva em relação ao álbum de estréia, chamou este de "uma fraca imitação do Bon Jovi que nós conhecemos e aprendemos a gostar". O próprio Jon Bon Jovi posteriormente disse que o álbum poderia e deveria ser melhor.[9]
Para o álbum seguinte, a banda começou a escrever as canções com o compositor Desmond Child (que foi indicado à banda por Gene Simmons). Slippery When Wet, lançado em 1986 [10], foi produzido por Bruce Fairbarn e gravado em Vancouver, Canadá. O álbum levou a banda ao "status" de astros mundiais, com sucessos como "You Give Love a Bad Name", "Livin' on a Prayer", e "Wanted Dead or Alive". Jon Bon Jovi diz que o álbum recebeu seu nome ("escorregadio quando molhado") por causa dos sinais de estrada, mas David Bryan diz o seguinte sobre o nome do álbum: "durante a gravação do disco nós freqüentemente iamos a um clube de streaptease onde belas garotas passavam água e sabão umas nas outras. Elas ficavam escorregadias por causa disso, e você não podia segurar mesmo que você quisesse muito. 'Escorregadio quando molhado!!' um de nós gritou e o resto de nós automaticamente já sabia: esse tinha que ser o título do novo álbum! Inicialmente nós iamos pôr uma foto de uns belos peitos, uns realmente grandes, na capa; mas quando o PMRC (uma comissão de moral sobre o comando de Tipper Gore, esposa do senador e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore) descobriu, estávamos com problemas. Então decidimos pôr uma capa bem decente."
Curiosamente, sabe-se que, na época, Jon Bon Jovi não queria incluir "Livin' On A Prayer" [11] (que se tornaria um dos maiores sucessos da banda em todos os tempos) no álbum, e que o mesmo só recebeu a canção graças ao esforço de Sambora em convencer o vocalista sobre o potencial da canção. Apesar disso, muitos fãs lamentam até hoje o fato da música "Edge Of A Broken Heart" não ter entrado no álbum. Atualmente, o Jon Bon Jovi demonstrou concordar com tal opinião, reconhecendo que a canção poderia ter sido um tremendo sucesso. [11]
Nos EUA, o álbum vendeu mais de 12 milhões de cópias [12] desde o lançamento no mundo inteiro. Na turnê que se seguiu, Jon Bon Jovi começou a ter dificuldades vocais. As notas extremamente altas e constantes danificaram sua voz permanentemente. Com a ajuda de um técnico vocal, Bon Jovi continuou a turnê. Ele tendeu a cantar em tons ligeiramente mais baixos desde então.
O próximo álbum, New Jersey (chamado originalmente de "Sons Of Beaches" e planejado como um álbum duplo) foi lançado em 1988 [13], novamente produzido por Bruce Fairbarn. O álbum foi gravado logo após o fim da turnê do Slippery When Wet, pois a banda queria provar que não era apenas um sucesso temporário. O resultado é um dos álbuns favoritos dos fãs, com sucessos como "Bad Medicine", "Lay Your Hands on Me", Born To Be My Baby e "I'll Be There For You", que permanecem nos repertórios até hoje. No entanto, o álbum levou a banda direto da exaustiva turnê anterior para uma mais ainda. A constante vida na estrada quase destruiu a forte relação entre Jon Bon Jovi e Richie Sambora.
Anos 90
No começo da década de 1990, a banda estava saturado de trabalho. As brigas entre os membros se tornaram constantes e a banda resolveu "dar um tempo". No mesmo ano, Jon lança o seu primeiro álbum solo, intitulado de Blaze of Glory, trilha sonora do filme "Young Guns II" (Jovens Demais Para Morrer 2) que incluiu os hits "Blaze Of Glory" (seu clipe até hoje é um dos mais exibidos em toda história da MTV),Miracle e Santa Fe. Richie também lançou um disco-solo, Stranger In This Town, mais baseado em suas raízes blues, o qual não chamou tanta atenção da mídia. As vendas foram baixas e a turnê promocional, bastante curta. O show mais lembrado foi em San Diego (EUA), em 1991, capturado no próprio soundboard e gravado em alguns CD's bootleg ao redor do mundo.
Em 1992, a banda se reúne para gravar Keep the Faith [14], o 5º álbum de estúdio (cujo nome original era "Revenge"). Contendo letras mais políticas do que românticas, o álbum trás uma mensagem crítica da sociedade. Neste álbum a banda assume também um novo visual, mudando os cabelos, entrando de fato na década de 90. O disco vendeu milhões de cópias pelo mundo e foi considerado um sucesso.
Em 1994, a banda lança a coletânea Cross Road [15], uma das coletâneas mais vendidas e populares do mundo, contém duas músicas inéditas: "Always" que originalmente foi feita para a trilha sonora do filme "O Sangue de Romeo" que curiosamente fez muito mais sucesso que o filme, e "Someday I'll Be Saturday Night", que teve que ser retirada das paradas da MTV brasileira para dar chance a outros clipes. Nesse ano, Alec John Such deixa a posição de baixista da banda, sob rumores conflitantes de alcoolismo, drogas, acidentes de moto etc. O baixista Hugh McDonald assume seu lugar.
Em 1995, o álbum These Days [16], marcado por um clima mais soturno, mais socialmente crítico do que Keep The Faith e letras visivelmente mais complicadas e maduras, emplacado com o hit-balada "This Ain't a Love Song" e a faixa título "These Days". Nessa época, a banda gravou 3 shows consecutivos e lotados no estádio "Wembley", em Londres, além de fazer uma turnê por quase todo o mundo, passando por países como o Brasil, África do Sul e a Índia, tendo todos os ingressos para seus shows vendidos. Foram longas e exaustivas turnês que marcaram a presença da banda no cenário musical pós-grunge dos anos 90.
A partir daí, o Bon Jovi resolveu dar mais uma parada com a banda para que, mais uma vez, seus integrantes pudessem se dedicar a seus projetos pessoais.
Em 1997, Jon lança o segundo álbum solo, Destination Anywhere, um álbum voltado ao pop rock, acompanhado de um curta-metragem que teve a colaboração de Mark Pellington como diretor e roteirista, baseado nas letras do álbum o curta que leva o mesmo título do disco conta com a participação dos atores: Kevin Bacon, Demi Moore, Annabela Sciorra e Whoopie Goldberg. Em suas turnês, veio até o Brasil para a divulgação. O hit "Janie, Don't Take Your Love To Town" não saía das rádios naquele ano.
No ano seguinte (1998), Richie faz o mesmo, com o álbum Undiscovered Soul, mostrando uma amadurecimento musical, tendo no CD participação de Steve Tyler do Aerosmith na gaita de "If God was a woman". Algumas músicas chegaram a tocar nas rádios brasileiras, como "Hard times come easy" e "In it for love", mas não teve tanta repercussão com o público americano. Richie chegou a fazer shows de divulgação do CD em Osaka no Japão, e assim como a tour do primeiro CD solo, foi lançado em alguns CD's bootleg.
Anos 2000
Em 2000, depois da segunda separação, a banda se reúne e lança o álbum Crush [17], um sucesso comercial com o single "It's My Life", considerado um dos maiores hits da história da banda, além de outros sucessos como "Just Older", "Say It Isn't So", "Next 100 Years", "One Wild Night" e uma balada romântica "Thank You for Loving Me".
Em 2001, atendendo aos pedidos dos fãs que clamavam por um álbum ao vivo, a banda lança One Wild Night Live 1985-2001 [18], contendo uma coleção de sucessos em algumas de suas melhores apresentações ao longo dos anos da banda na estrada.
No ano seguinte, em 2002, a banda lança o álbum Bounce [19] - inspirado, em parte, nos atentados de 11 de setembro - com os hits "Everyday" e "Misunderstood". Foi um álbum que já mostravava uma mudança no Bon Jovi, pois continha músicas modernas, bem agrupadas, e com um som mais pesado, à pedido do próprio guitarrista da banda, Richie Sambora.
Em 2003, lançaram o This Left Feels Right [20], uma coleção de regravações de seus grandes sucessos em versões acústicas. A idéia inicial era de lançar um CD de um show ao vivo, feito no Japão, com quase 3 horas de duração. Porém, decidiram de última hora fazer uma regravação de todos os seus sucessos, apesar de não ter sido muito aceito pelos fãs.
No final de 2004, lançaram um Box Set: 100,000,000 Bon Jovi Fans Can´t be Wrong [21], comemorando os 20 anos de existência da banda, que coincidiram com um número superior a 100 milhões de cópias vendidas de seus álbuns em todo o mundo. Atualmente, a banda já vendeu no total de todos os seus álbuns (incluindo o último Lost Highway) mais de 120 milhões de cópias.
Em setembro de 2005 foi lançado o álbum Have a Nice Day [22]. A turnê teve início em novembro na cidade de Chicago e o 1º single para promoção foi a faixa-título do álbum. O álbum vendeu 4,5 milhões de unidades em todo o mundo (até outubro de 2006). A faixa "Who Says You Can't Go Home" foi lançada em um dueto com Jeniffer Nettles da banda americana de Country Sugarland, e entrou para a história sendo a primeira música de uma banda de rock a ficar em primeiro lugar nas paradas de rádios de música Country.
A turnê de divulgação do álbum foi um sucesso tremendo, ganhou prêmio BillBoard de Melhor Turnê, Melhor Show(o último da turnê no Giants Stadium, em New Jersey. Mas como a turnê só passou pelo Hemisfério Norte, existiram boatos, que com o sucesso da primeira turnê, o Bon Jovi faria uma segunda turnê, passando pelos países do Hemisfério Sul como Brasil, Austrália, África do Sul e Argentina. Infelizmente não passou de especulação.
Em 2007, a banda lança Lost Highway [23], um álbum voltado para o Country, apostando no que deu certo em 2005 (A música Who Says You Can't Go Home estourou nas paradas Country). 4 Singles já foram lançados: A balada (You Want to) Make a Memory, a faixa-título Lost Highway, além de outra balada, Till We Ain't Strangers Anymore, com a participação de LeAnn Rimes, cantora de música Country, e, por último, o novo single: Whole Lot Of Leavin', lançado em Maio de 2008.
A banda começou a Lost Highway World Tour, em outubro de 2007, fazendo 10 shows em New Jersey, nos Estados Unidos, a banda passará por diversos países como Japão, Austrália, Nova Zelândia, Portugal, Inglaterra, Espanha, México, entre outros.
A turnê acaba em Julho de 2008, onde a banda fará um show gratuito no Madison Square Garden, em Nova York. Foi a melhor turnê de todos os tempos da banda em questão de repertório, reunindo clássicos sempre presentes nos repertórios como Livin' on a Prayer, You Give Love a Bad Name, Bad Medicine e Keep The Faith, com os novos sucessos da banda, como It's My Life, Have A Nice Day e Lost Highway. E não parava por aí, a banda resgatou diversos clássicos que não eram tocados há anos, como This Ain't A Love Song e Lie To Me (Essas, por exemplo, não eram tocadas desde 1996), além da clássica Always.
Formação
Formação Atual
- Jon Bon Jovi - Vocais/Guitarra
- Richie Sambora - Guitarra principal/Vocais
- Tico Torres - Bateria
- David Bryan - Teclado/Vocais
- Hugh McDonald - Baixo/Vocais (Apesar de não ser classificado como um membro "oficial", Hugh tocou baixo em todos os álbuns do Bon Jovi a partir de "These Days" e participou de faixas dos anteriores. Os membros da banda disseram concordar em nunca substituir Alec)
Ex-Integrantes
- Alec John Such - Baixo/Vocais
- O aparelho de distorção utilizado por Richie Sambora em algumas músicas chama-se Talk Box. É o mesmo tipo de distorção utilizada por Peter Frampton
- Em 29 de abril de 1989, Jon casou-se com a namorada dos tempos de escola, Dorothea Hurley, e tem 4 filhos; Stephanie de 14 anos, Jesse James de 12, Jacob de 5 e Romeo de 3.
- Richie Sambora teve um rápido relacionamento com a cantora e atriz Cher.[38]
- Jon ama desenhos animados, principalmente o do Tio Patinhas.[39]
- A música preferida de Tico Torres é "Wanted Dead Or Alive". Segundo ele, essa música descreve perfeitamente a história verdadeira da banda.[40]
- Jon Bon Jovi fumou maconha uma vez na vida. Segundo ele, foi uma experiência terrível num período terrível de sua vida.
The Smiths
The Smiths é uma banda inglesa, surgida na cidade de Manchester e bastante popular na década de 1980. A sua música já recebeu diversas classificações ao longo dos anos, seja como alternativa, pop, indie ou até mesmo o abrangente (e genérico) rótulo de Rock Inglês. O grupo existiu formalmente entre 1982 e 1987, alcançando o sucesso no seu país em 1984. O nome é uma curiosidade: Smith é o sobrenome mais popular na Inglaterra (equivale ao Silva ou Ferreira em Português). O objectivo era mostrar que a banda era formada de pessoas comuns. Entre seus principais sucessos destacam-se as canções The Boy With The Thorn In His Side, How Soon Is Now, This Charming Man, Ask, Heaven Knows I'm Miserable Now, Bigmouth Strikes Again, Panic.
Steven Patrick Morrissey após ter deixado a escola, sentiu-se "perdido", ficando em casa a ler e a escrever para passar o tempo. Para além de alguns artigos que escrevia para um jornal local, formou o clube de fãs dos The New York Dolls em Inglaterra. Tentou a sua sorte numa banda que não deu em nada, os "Nosebleeds" (o guitarrista desta banda viria a tocar nos The Cult).Até que certo dia em 1982, na sua terra natal, Manchester, Johnny Marr (John Maher) um guitarrista sem grande sucesso noutras bandas mas com grande talento sugeriu a Morrissey, escrever letras para as músicas que andava a compor.
No inicio, apenas pretendiam fazer músicas para vender a outros artistas, mas pouco tempo depois decidem avançar para formar uma banda. Andy Rourke no baixo e Mike Joyce na bateria, foram posteriormente chamados para se juntarem à banda.
Morrissey escolhe o nome mais banal possível, The Smiths, em contraste com os nomes complicados e pomposos que as bandas escolhiam na altura (Orchestral Manoeuvres in the Dark, Depeche Mode, Classix Nouveaux, A Flock of Seagulls...). As roupas que usavam em palco, simples e comuns, uma vez mais em contraste com as bandas "New Romantics" da altura que cultivavam o "choque" visual (esta atitude faz lembrar os The Cure da atitude "no image" no inicio da sua carreira e o Robert também nunca quis um nome pomposo e complicado). Pessoas comuns a fazerem música era o que eles pretendiam demonstrar com esta envolvente. Os Smiths pretendiam também voltar a dar à guitarra o estatuto de instrumento privilegiado, rompendo com o panorama musical desta altura.
Depois de alguns ensaios e concertos assinam pela "Rough Trade", uma pequena editora independente na primavera de 1983. O primeiro single da banda foi "Hand In Glove"; ele tornou-se sensação nas tabelas independentes mas é com o segundo single "This Charming Man" deste mesmo ano que a banda consegue obter um verdadeiro "hit" tornando-se o maior sucesso de vendas de sempre da "Rough Trade". "What Difference Does It Make" é outro single que também contribuiu para uma onda crescente de fãs ajudada pelas críticas fantásticas que a imprensa lhes dedicava.
A banda gera alguma controvérsia por alegadamente duas das suas canções que eram passadas na "BBC Radio", "Reel Around The Fountain" e "Handsome Devil" serem aparentemente condescendentes em relação à pedofilia. Acusações estas que Morrissey refutou categoricamente. Outra música que gerou algumas "más-linguas" foi a "Suffer Little Children" originalmente denominada "Over The Moors" e é acerca dos assassinatos perpetrados por dois homicidas patológicos em Manchester. Apesar de ser uma homenagem sentida às vitimas que eram da sua idade quando se deu a tragédia e que o afetou profundamente, pensou-se que seria uma maneira evidente de chamar a atenção, pois foi um dos crimes mais mediáticos de todos os tempos no Reino Unido.
The Smiths
Com todos estes antecedentes e já com uma vasta legião de fãs, os Smiths gravam o seu primeiro LP. Em 1984 sai o primeiro álbum, com o mesmo nome que o grupo, The Smiths, que atinge o nº 2 do Top do Reino Unido e é bastante aclamado pela crítica. Este álbum é particularmente importante porque vinha contrapor a tendência do synth pop. Além dos singles anteriormente editados, este álbum conta com as excelentes "Still Ill" e "Pretty Girls Make Graves".
Ainda em 1984 lançam dois singles que não tinham sido incluídos no álbum de estreia, "Heaven Knows I'm Miserable Now" que foi o primeiro single da banda a atingir o top 10 britânico, e "William, It Was Really Nothing" que julga-se ser escrita acerca do seu amigo, Billy Mackenzie, vocalista dos "The Associates". O compacto tinha como B-Side uma das músicas mais elogiadas dos Smiths, "How Soon Is Now".
Meat Is Murder
Meat Is Murder é o segundo álbum da banda e entra directamente para nº 1 em 1985. É um álbum politizado e que marca o início de uma série de entrevistas politizadas de Morrissey, nas quais curiosamente critica as mesmas pessoas que Robert Smith: Margaret Thatcher e a sua administração, a familia real, o Live Aid e pessoas como Madonna e George Michael.
Este álbum foi precedido da edição do anterior b-side "How Soon Is Now" como single que ajudou em grande parte ao "Meat Is Murder" a conseguir o primeiro lugar nas paradas.
Mais três singles foram editados, "Shakespeare's Sister", "That Joke Isn't Funny Anymore" e "The Boy With The Thorn In His Side".
The Queen Is Dead
Em julho de 1986 os Smiths lançam o disco que muitos consideram ser sua obra-prima: The Queen Is Dead. Para a "Spin" foi mesmo considerado o melhor álbum de todos os tempos e para a "Melody Maker", "NME" entre outras publicações, este álbum entrou no top 10.
Destaque para os singles "Bigmouth Strikes Again", "The Boy With The Thorn in His Side" e "There Is A Light That Never Goes Out", além de "I Know It's Over", uma das mais melancólicas letras de Morrissey.
É nesta altura, entretanto, que começam a surgir os problemas. Divergências com a "Rough Trade" que fizeram com que o lançamento do álbum tivesse sido adiado; Johnny Marr estava exausto e andava a beber demais e certas pessoas começavam a fazer-lhe crer que não precisava de Morrissey; Rourke foi demitido da banda por problemas com heroína, mas acabou por regressar, apesar de ter sido momentaneamente substituído por Craig Gannon. Após o regresso de Rourke, Gannon fez segunda guitarra até ao fim da tour.
Em meio ao ambiente tumultado que tomava conta da banda, são lançados dois compactos, "Panic" e "Ask", canções mais animadas do que a banda costumava fazer. Ambos são bem-sucedidos nas vendas, atingindo 11º e 14º lugares, respectivamente.
Strangeways, Here We Come
1987 é o ano da fatalidade, do confronto final de egos entre Johnny Marr e Morrissey, duas pessoas brilhantes mas com visões diferentes quanto ao rumo a seguir e assim chega ao fim uma das colaborações mais frutuosas da história da música e procedem ao desmantelamento da banda. Mas antes ainda editam o single "Sheila Take A Bow" (o qual foi #10 nas paradas) e Strangeways, Here We Come que incluí belas canções como "Last Night I've Dreamt That Somebody Loved Me", "I Started Something I Couldn't Finish", "Death Of A Disco Dancer", "Girlfriend In A Coma", entre outras. O álbum alcança o nº 2 do top do Reino Unido.
Membros
- Andrew Rourke nasceu em Manchester no dia 17 de Janeiro de 1964. Andy assumiu o baixo dos Smiths em 1982 e foi o último membro da formação original a entrar para a banda.
- Steven Patrick Morrissey (mais conhecido pelo seu último nome) nasceu em Manchester, no dia 22 de Maio de 1959. Morrissey assumiu os vocais da banda. Com suas letras melancólicas e sensíveis, e incomparável voz, tornou-se um ícone do rock e um dos maiores cantores das últimas décadas.
- John Maher (conhecido como Johnny Marr) nasceu em Manchester, no dia 31 de Outubro de 1963. Marr era o guitarrista dos Smiths e contribuiu decisivamente para tornar a banda uma das mais aclamadas dos anos oitenta. É considerado um dos guitarristas mais influentes do seu tempo.
- Mike Joyce nasceu em Manchester, no dia 1 de Junho de 1963. Joyce era baterista dos Smiths, mas sempre viveu a sombra do excêntrico Morrissey e do inventivo Marr.
Formação principal (1982–1987)
- Morrissey – vocais, letras
- Johnny Marr – guitarras, teclados, baixo
- Andy Rourke – baixo
- Mike Joyce – bateria
Outros membros
- Dale Hibbert – baixo (1982)
- Craig Gannon – guitarra de ritmo (1986)
The Cure
Os The Cure são uma banda de rock inglesa formada em 1976 em Crawley, Inglaterra. Robert Smith é o líder da banda e único elemento constante desde a sua formação, além de se manter responsável sozinho por sua direcção musical, sendo produtor, cantor, compositor e multi-instrumentista.
Aclamados no final dos anos 80 e princípio da década seguinte, com diversos álbuns que alcançaram grande exposição e popularidade, passaram a ser negligenciados pela imprensa na segunda metade dos anos 90. Com a chegada do novo século, a banda foi reconhecida mundialmente como uma das mais influentes do rock alternativo. Várias canções dos The Cure tornaram-se sucesso nas rádios, com indicações e ganhos em prémios, e o grupo havia vendido até 2004 mais de 30 milhões de cópias no mundo todo,[2] com 1.1 milhão de vendas certificadas somente no Reino Unido,[3] sendo uma das bandas alternativas de maior sucesso da história.[2]
Formação e Three Imaginary Boys (1973 - 1979)A primeira encarnação do que viria a tornar-se os The Cure chamava-se The Obelisk e era composto por estudantes da Notre Dame Middle School de Crawley, Sussex. O grupo fez seu debute público em abril de 1973 e contava com Robert Smith no piano, Michael Dempsey e Marc Ceccagno na guitarra, Laurence "Lol" Tolhurst na percusssão e Alan Hill no baixo.[4] Em Janeiro de 1976, após deixar os Obelisk, Marc Ceccagno forma os Malice com Robert Smith, agora também na guitarra, e Michael Dempsey, que passou a baixista, juntamente com outros dois companheiros de turma da St. Wilfrid's Catholic Comprehensive School.[5] Ceccagno abandonou pouco depois o projecto para formar uma banda de Jazz-rock fusion chamada Amulet.[6][5] Pouco tempo depois, Lol Tolhurst, dos Obelisk, e Porl Thompson, já bastante conhecido na região pelas suas aptidões,[7] entram para os Malice na bateria e guitarra solo, respectivamente.[5] Após várias tentativas para conseguirem um novo vocalista, Peter O'Toole assumiu a posição.[6] Neste periodo faziam releituras de David Bowie, Alex Harvey, Jimi Hendrix, entre outros e começaram também a escrever o seu próprio material.[5]
Em Janeiro de 1977, após alguns concertos pouco satisfatórios e por estarem crescentemente a serem influenciados pelo surgimento do punk rock, os Malice passaram a ser conhecidos como Easy Cure,[8] nome retirado de uma canção de Lol Tulhurst.[9] No mesmo ano, ganharam um concurso de talentos promovido pelo selo alemão Hansa Records e receberam um contrato de gravação. Apesar da banda ter gravado faixas para a editora, nenhuma foi lançada.[10] Em Setembro do mesmo ano, Peter O'Toole abandonou o grupo e Smith assumiu o papel de vocalista.[5][11] Seguindo desavenças em Março de 1978 sobre a direcção que a banda deveria tomar - tendo o grupo rapidamente percebido que ganharam o concurso não pelo seu valor, mas pela sua imagem[6], o contrato com a Hansa foi desfeito.[12] Smith mais tarde lembrou "Nós éramos muito jovens. Eles simplesmente pensaram que nos podiam transformar num grupo adolescente. Na verdade eles queriam que nós fizessemos releituras e nós sempre recusávamos".[10]
Robert Smith deixa de achar piada ao nome da banda e muda-o para The Cure, pois soava-lhe demasiado "West Coast".[13] Entretanto Robert Smith começa também a não gostar dos solos de Porl, pois pretendia um som cada vez mais minimalista, daí que em pouco tempo Porl Thompson também abandonaria o projecto.[12]
...Todos os grupos que gostavamos tinham o the antes do nome da banda, mas The Easy Cure soava estúpido, então mudamos o nome para The Cure. Chateou alguns dos nossos antigos fãs mas...bom, aí está...eu pensei que The Cure era mais aquilo'.[14] | — Robert Smith, Ten Imaginary Years, 1988 |
Nesta altura os The Cure passam a ser um trio composto apenas por Robert na voz e guitarra, Michael Dempsey no baixo e Lol Tolhurst na bateria. Enviam as suas demos a todas as maiores editoras, mas não obtêm qualquer resposta, excepto do A&R da Polydor, Chris Parry. .[6]Após uma longa conversa, com vários copos à mistura, assinam um contrato com Parry mas não pela Polydor, mas pela sua própria editora que acabara de criar, a Fiction Records, tornando os The Cure a primeira banda a assinar por esta editora.[15]
O primeiro single da banda, "Killing an Arab" é lançado no Natal de 1978, single esse que é bem recebido pela crítica inglesa sem no entando deixar de criar polémica junto de pessoas menos informadas que pensaram que a música teria conteúdo racista.[16] O primeiro álbum, Three Imaginary Boys, só sai em Junho de 1979, e foi igualmente recebido com muito boas críticas, ao ponto de apelidarem os The Cure de "os novos Pink Floyd" (do período de Syd Barrett).
No entanto o som que caracteriza o álbum, ainda com algumas influências punk, músicas rápidas e directas, já não são a imagem do Robert Smith desta altura mas sim de um Robert do passado, do periodo Easy Cure.[17] A capa original deste álbum tem a particularidade de não ter imagem alguma da banda mas sim três objectos comuns a representar a banda (candeeiro, aspirador e um frigorífico) e não ter o nome das músicas, apenas umas imagens relacionadas com cada uma delas, criando um certo mistério em torno da banda.[18] Mas o que Chris Parry queria demonstrar com esta atitude era que a banda valia pela sua música e não pela sua imagem. Nesta altura eles queriam demonstrar que eram apenas simples pessoas a fazer música, sem qualquer tipo de imagem.[19]
O meu problema com os Cure era, aqui estava uma banda sem imagem mas com uma música forte, então eu pensei "vamos fazê-lo completamente sem uma imagem" em vez de ir pelo típico, sangue, macabro e violento que estava em voga para as capas de álbuns desta altura. Eu pensei, "vamos fazê-lo completamente desapaixonados, vamos escolher as três coisas mais mundanas que possamos encontrar."[20] | — Chris Parry, Ten Imaginary Years, 1988 |
Eu nem gostei do álbum. Nem sequer pensei que soasse a The Cure de todo. Muitas pessoas disseram que gostavam da sua diversidade mas essa é exactamente a razão que eu não gostei do álbum. Soa como uma compilação ou algo parecido...[21] | — Robert Smith, Ten Imaginary Years, 1988 |
Começam a tournée de promoção ao álbum e pouco depois são convidados para serem a banda de suporte para a banda Siouxsie & The Banshees..[6] Após uma invulgar deserção no seio desta banda em plena tournée, Robert Smith oferece-se para o lugar de guitarrista até ao fim desta e passaria a fazer os dois sets, tanto pelos Cure como pelos Banshees.[22]
Editam o single "Boys Don't Cry" em Junho que não obtém o sucesso esperado.[23]
O terceiro single dos The Cure, "Jumping Someone Else's Train" foi lançado no começo de Outubro de 1979.[23] Pouco após, Dempsey foi expulso da banda pela sua fria recepção ao material que Smith havia escrito para o álbum seguinte.[24] Dempsey juntou-se aos Associates, enquanto o baixista Simon Gallup e o teclista Matthieu Hartley da banda de post-punk/new wave de Horley, The Magspies, se juntaram aos The Cure.[25] Os The Associates seriam a banda de abertura para os The Cure inicialmente e The Passions na turnée inglesa Future Pastimes entre Novembro e Dezembro, com a nova formação dos Cure já a tocar algumas canções do projectado segundo álbum.[26] Enquanto isso, uma banda paralela formada por Smith, Tolhurst, Dempsey, Gallup, Hartley e Thompson, com vozes de apoio de família e amigos, e com o carteiro local, Frankie Bell, a vocalista, lançaram um single de 7 polegadas em Dezembro sob o nome presumido de Cult Hero.[27]
Período obscuro (1980 - 1982)
Após a gravação deste primeiro álbum, Robert inicia pouco depois a gravação do periodo mais "negro" dos The Cure; a trilogia, Seventeen Seconds, Faith e Pornography. Este período é considerado por uma parte consideravel de fãs como a melhor fase da banda, na qual foram produzidas canções belas e soturnas como "A Forest", "Play For Today", "Primary", "All Cats Are Grey", "Faith", "Charlotte Sometimes", "One Hundred Years", "The Figurehead" ou "A Strange Day". À ilusão do Seventeen Seconds, segue-se a letargia do desespero em Faith. Todo esse desespero e emoções contidas transformam-se em raiva, ódio e num desespero ainda mais exacerbado em Pornography, tornando este álbum um marco para a música alternativa.
Tomamos conta da Fiction e recusamos deixar entrar alguém...Não conseguia lembrar-me do que tinha feito ou onde tinha estado. Eu perdi verdadeiramente contacto com o que era realidade por um par de meses.[28] | — Robert Smith, acerca das gravações de Pornography, Ten Imaginary Years, 1988 |
Robert Smith, que estava insatisfeito por não ter o controlo sobre certos aspectos, nesta altura passou a tomar as rédeas de todo o processo criativo e co-produziu Seventeen Seconds juntamente com Mike Hedges.[29] A Forest foi o primeiro single dos Cure a entrar no top de singles do Reino Unido, e foi a primeira música que se pôde ouvir deste novo período.[30] Bastante diferente do que tinha sido feito anteriormente, é no entanto, a essência deste novo período e mesmo de toda a carreira.
Após a tournée de 1980, Matthieu Hartley deixa a banda. Hartley afirmou, "apercebi-me que a banda estava a ir numa direcção suicida, música sombria - do tipo que não me interessava de maneira nenhuma".[31]
Em 1981, satisfeitos com o ambiente reproduzido por Mike Hedges, gravam novamente com este produtor, desta vez o album Faith, que consegue levar mais adiante o ambiente depressivo presente no álbum anterior.[32]
Na Picture Tour de 1981 os concertos assemelhavam-se a cerimónias religiosas, com uma atmosfera altamente depressiva ao ponto da audiência não aguentar e provocar graves tumultos.[33] Nesta turnê, antes dos concertos, em vez de uma banda de suporte, apresentavam o filme Carnage Visors de Ric Gallup (irmão de Simon Gallup), um filme animado que criava a atmosfera pretendida para o início do concerto.[34] Robert Smith vivia tão obsorvido neste ambiente depressivo, que em certas ocasiões chegava a terminar os concertos em lágrimas; já para o fim da tournée recusava-se a tocar músicas do primeiro álbum.[35]
Eu não me apercebi do efeito que teria na banda. Eu pensei que poderiamos juntar as músicas quando tocassemos ao vivo e as outras canções iriam criar um equilibrio, mas acabou por afectar todos. Aquelas canções tiveram um efeito negativo em nós - quanto mais as tocavamos, mais deprimidos e desolados ficavamos.[36] | — Robert Smith, acerca do álbum Faith, Ten Imaginary Years, 1988 |
Em 1982 editam um dos álbuns mais importantes da banda, Pornography, que é o pico deste período mais sombrio da banda. Um álbum gravado no limite da lucidez já muito perto da insanidade, provocada por vários excessos, sendo o mais evidente o consumo desmesurado de todo o tipo de drogas.[37] Este comportamento por parte de todos os membros da banda, torna-os demasiado frios e distantes e iria criar problemas entre eles em pouco tempo.[38] Este álbum inicia com a linha, "It doesn't matter if we all die" ("Não interessa se todos morrermos"), que define exactamente o pensamento da banda nesta altura. O desespero e o ódio presente no álbum pode ser abreviado pela concisão dessas primeiras palavras que ouvimos neste álbum.
Apesar das preocupações legítimas quanto a este álbum não ter um som comercial, é o primeiro álbum da banda a atingir o top 10 no top do Reino Unido, atingindo o oitavo posto.[39]
Nesta altura começam também a alterar a sua postura de não-imagem e encetam uma mudança no seu visual na digressão do álbum Pornography. Pintam os olhos com batom (que com o suor dava uma sensação de estarem a sangrar dos olhos) e começam a deixar crescer o cabelo duma forma desgrenhada.[40]
Vivia-se um ambiente de "cortar à faca" dentro da banda e os concertos eram feitos quase sem qualquer diálogo entre os membros. Este período, que levou os membros da banda ao limite das suas capacidades físicas e psíquicas, culminou em cenas de pancadaria entre Simon Gallup e Robert Smith em plena tournée de 1982.[41] Os The Cure como eram conhecidos até então tinham acabado. No fim da tournée a banda tinha acabado, apesar de oficialmente, o fim nunca ter sido confirmado.[42] Simon Gallup estava fora da banda..[6]
Na tournée do Faith, comecei a ler livros sobre insanidade, psiquiatria, asilos, bom, saúde mental em geral. Eu pensei no tipo de existência que as pessoas devem ter quando estão internadas, a maneira como são tratados e eu pensei, se eu estivesse sozinho, aquilo podia acontecer-me. Em vez de cantar para uma audiência, eu poderia encontrar-me a cantar para uma parede. [43] | — Robert Smith, sobre o que o inspirou para gravar Pornography, Ten Imaginary Years, 1988 |
Período de indefinições (1983 - 1984)
Em 1983, Robert Smith fazia também parte integrante da banda Siouxsie & The Banshees e é neste periodo com esta banda que Robert adopta a sua imagem de marca, inspirada na Siouxsie Sioux, pretendendo de alguma forma integrar-se estéticamente nesta banda de rock gótico; lábios esborratados de batom, olhos pintados e o cabelo levantado de uma forma despenteada.[44] Fez tanto sucesso que a sua imagem tornou-se um ícone.
O Robert nesta altura sentia-se perfeitamente confortável em ser somente guitarrista ao contrário do papel que tinha que desempenhar nos Cure, daí que temendo perder Robert Smith definitivamente para os Banshees, Chris Parry (dono da Fiction Records) incita-o a gravar algo diferente e mais comercial.[45]
...Eu queria tocar com eles, porque eu estava farto de ser o vocalista e líder da banda durante tantos anos. Eu queria ser só o guitarrista, para ver se seria diferente numa outra banda, eu queria ver se as minhas experiências eram diferentes das deles.[46] | — Robert Smith, acerca dos seus motivos para entrar nos Banshees , Ten Imaginary Years, 1988 |
Antevendo um descontentamento e desilusão dos fãs, o Robert sugere gravar com um nome diferente que não The Cure, mas Chris Parry consegue convencê-lo dos beneficios.[47] Por outro lado, Robert nesta altura estava com intenções de terminar com os Cure ou no mínimo, com todo o misticismo à sua volta, daí que não foi muito difícil convence-lo a gravar algo completamente antagónico ao que os Cure representavam até esta altura. Assim ainda no fim de 1982, surge o single Let's Go To Bed e mais tarde já em 1983, The Walk (#12/UK) e The Lovecats (#7/UK). Como Lol Tolhurst já não conseguia evoluir mais na bateria, passou para os teclados. Andy Anderson, seria o baterista nestas gravações e futuramente seria o novo baterista da banda enquanto que o produtor e baixista, Phil Thornalley seria o novo baixista.[48]
Nesta altura, numa altura de indefinição quanto ao futuro dos Cure, Robert Smith inicia um projecto paralelo com o baixista dos Banshees, Steve Severin de nome The Glove. Apenas editam um álbum que foi bastante marcante para os dois, Blue Sunshine. Andy Anderson seria o baterista dos The Glove.[45]
Em 1984 os The Cure editam The Top, já com Porl Thompson, que já tinha estado ligado aos Easy Cure.[49] Este é um álbum na globalidade psicadélico, também influênciado pela passagem do Robert pelos Banshees e também pela digressão que estes fizeram por Israel.[50] É bastante diferente de tudo já alguma vez feito e deveras estranho, mas que com o tempo se torna cada vez mais apelativo e cativante. Um álbum que de tão estranho, foi recebido friamente e em parte Robert concorda com as críticas pois segundo ele, na altura, os The Cure eram ele e umas quantas pessoas e não verdadeiramente uma banda, de maneira que álbum foi quase completamente feito por ele. Robert Smith tocou neste álbum todos os instrumentos, com a excepção da bateria e saxofone.[51] The Caterpillar (#14/UK) é o único single deste álbum. Da tour de 1984 seria editado um vídeo gravado no Japão denominado de Live In Japan.
Sucesso Comercial (1985 - 1993)
Em 1985, após uma longa conversa num bar, Simon Gallup regressa aos Cure e Andy Anderson entretanto já tinha sido substituido por Boris Williams na tournée do The Top.[52] The Head On The Door é lançado e desta vez conseguem verdadeiramente atingir o mainstream. Os singles "In Between Days" e "Close To Me" são músicas que ainda hoje se ouvem em qualquer lugar. Para além desses clássicos este álbum possui outras preciosidades que marcam a história da banda como a "Sinking", "Push", "The Baby Screams", "A Night Like This", entre outras. Foi um álbum que marcou a banda e os deu a conhecer ao mundo, pois até aqui tinham sido uma banda apenas conhecida em certos circuitos alternativos. Uma particularidade deste álbum é que a música "The Blood" teria sido escrita após Robert Smith ter bebido uma garrafa de vinho do Porto, Lágrima de Cristo.[53] Tentaram fazer uma música inspirada no fado, mas como os resultados não foram satisfatórios, decidiram-se por um som inspirado em flamenco.
Em 1986 é quando o sucesso se torna num fenómeno de popularidade assim que os The Cure lançam a compilação Standing on a Beach / Staring at the Sea. "Boys Don't Cry", que, em 1980, quando foi lançada, não teve o sucesso esperado, em 1986 torna-se um hino da banda. Neste mesmo ano, Robert Smith chocou o mundo da música quando apareceu de cabelo cortado; a MTV dedicou vários blocos noticiosos acerca do assunto. Acerca do assunto, Robert afirma: "É muito mau quando as pessoas te reconhecem pelo teu corte de cabelo e não pela música. Eu estava farto de ver tantas pessoas que se pareciam comigo."[54] Da tour de 1986 seria editado o vídeo In Orange.
Eu não sei porque razão as pessoas gostam mais de nós agora do que gostavam há cinco anos atrás. Talvez estejamos a fazer música mais acessível. Talvez estejamos a fazer música melhor. Talvez seja apenas porque nos acham engraçados.[55] | — Robert Smith, acerca do súbito entusiasmo mundial em torno dos Cure, Ten Imaginary Years, 1988 |
Em 1987 gravam no sul de França um disco duplo, Kiss Me Kiss Me Kiss Me, um projecto arrojado, com músicas pop belas contrastando com músicas cheias de raiva, relembrando o periodo mais negro da banda. "Why Can't I Be You?", "Catch", "Hot Hot Hot!!!" e "Just Like Heaven" são algumas músicas do lado pop, que contrastam com "The Kiss", "Torture" ou "If Only Tonight We Could Sleep", "The Snakepit" entre outras. Actuam pela primeira vez num país lusófono - o Brasil, com oito concertos: três no Ibirapuera em São Paulo, dois no Gigantinho em Porto Alegre, dois no Maracanãzinho no Rio de Janeiro e um no Mineirinho em Belo Horizonte.[56] Lol Tolhurst, estava com cada vez mais dificuldades para actuar ao vivo devido aos seus problemas de alcoolismo levando Robert Smith a optar por convidar Roger O'Donnell dos The Psychedelic Furs para o assistir.[57]
Em 1989, surge o album que é considerado de uma forma mais ou menos consensual o melhor álbum da banda, Disintegration. Gravado numa fase particularmente difícil para o Robert, que na altura vivia a angústia da passagem para os trinta anos e da consciencialização de que o passado não volta, conseguiu canalizar todo o seu desespero para as suas letras e música.[58] Nunca o triste e belo estiveram tão perto da perfeição e foi considerado o álbum do ano para a Melody Maker. Com este disco e especialmente com os singles alcançam bastante atenção mundial. "Fascination Street", "Pictures Of You", e principalmente, "Lullaby" e "Lovesong" atingem óptimas posições nos "tops". Laurence Tolhurst, é afastado da banda devido aos seus problemas com o álcool e fraca contribuição para a banda, após um últimato do resto da banda a Robert Smith; Roger O'Donnell que já tinha sido contratado em 1987, assegura a função totalmente. [59] Após uma tournée mundial que pela primeira vez passa por Portugal, no Estádio de Alvalade em Lisboa,[60] Robert despede-se com um "goodbye and I'll never see you again" ("adeus e eu nunca mais vos verei novamente"). Também afirmou à imprensa que esta seria a última tournée que faria.[61] No entanto as suas ameaças não se viriam a confirmar.
Chegou a um ponto ao qual eu não conseguia lidar com isso, então eu decidi que esta seria a minha última tour. Eu simplesmente já não conseguia lidar com o tipo de atenção que me despendiam.[62] | — Robert Smith em declarações à Sounds em Outubro de 1989, The Cure - A Visual Documentary, 1993 |
Em 1990, "Lullaby" recebe um Brit Award para a categoria de "melhor videoclipe".[61] Neste mesmo ano O'Donnell opta por deixar a banda e é substituído por um roadie, Perry Bamonte, que nunca tinha tocado teclados na vida.[63] Ainda em 1990, Robert Smith surpreende todo o mundo com um álbum de remixes de algumas das suas mais conhecidas músicas. Mixed Up é o nome do álbum, o qual choca tanto a crítica mundial como os seus próprios fãs. Deste album serão extraídos os singles, "Never Enough" e "Close To Me" versão remix.
Em 1991, os leitores do jornal de música britânico Sounds elegem os The Cure como a "melhor banda ao vivo". Ganham também o prémio para "melhor vídeo promocional" ("Never Enough"), enquanto Robert ganha o prémio de "melhor músico" e "melhor voz masculina".[64] Ainda em 1991, vencem outro Brit Award; desta vez são distinguidos como a "melhor banda britânica".[65]
Em 1992 sai um novo disco de originais, Wish, que tinha a difícil missão de superar o admirável Disintegration. Por isso mesmo para muitos foi uma decepção mas esquecendo o facto de ser praticamente impossível superar tal álbum, Wish não deixa de ser notável. "A Letter To Elise", "High" e especialmente "Friday I'm In Love" foram os singles que mais uma vez atingiram os "tops" mundiais. O álbum atingiu o top de albuns mais vendidos no Reino Unido e foi segundo nos Estados Unidos.[66] Ignorando a parte comercial, este álbum possui igualmente temas incontornáveis como "Open", "From the Edge of the Deep Green Sea", "To Wish Impossible Things", entre outras. Foi o álbum de originais dos Cure que mais vendeu.
Os The Cure tinham atingido o auge da sua fama. Seguiu-se mais uma gigantesca tournée mundial, da qual seriam editados dois álbuns; Show (com o lado mais comercial) e Paris (priorizando as canções mais intimistas). Aqui terminava mais uma fase dos The Cure. Boris Williams e Porl Thompson estavam de partida.[67]
Declínio comercial (1994 - 1999)
Após a debandada, Robert Smith estava também a lidar com o processo que Lol Tolhurst lhe moveu em 1991, contra a sua pessoa e a Fiction Records, por direitos sobre o nome da banda e mais direitos financeiros que julgava ter.[68] Apesar de ter perdido o caso, Lol Tolhurst causa danos na banda, que neste periodo praticamente deixou de existir.
Em 1995, Robert consegue juntar alguns elementos e começa a pensar mais seriamente num novo álbum. Roger O'Donnell tinha sido convidado de novo para os teclados, Perry deixa os teclados e passa para a guitarra a tempo inteiro e Simon continua no baixo. Como solução para a falta de baterista, decidem colocar um anúncio na NME. Jason Cooper consegue o lugar. [69] Fazem uma pequena tournée por festivais europeus, incluindo o Super Bock Super Rock em Lisboa.[70]
Em 1996 sai o novo álbum, Wild Mood Swings, após o Wish de 1992, um período demasiado longo para um mundo demasiado activo e sedento de novas direcções que praticamente já os tinha esquecido e vivia absorvido pela moda do britpop. No entanto o álbum fica bastante longe das expectativas criadas mesmo pelos próprios fãs. Um álbum bastante heterogéneo e com umas sonoridades completamente atípicas até então. Pela primeira vez um álbum de originais dos Cure tinha vendido menos que o seu antecessor.[71] Seguiu-se uma nova tournée mundial, que mesmo apesar do fracasso comercial do álbum, enchia os recintos por todo o mundo. Apresentam-se novamente em terras tupiniquins no Pacaembu em São Paulo e na última edição do Hollywood Rock Festival no Rio de Janeiro,[56] motivados por um abaixo-assinado de fãs brasileiros.[72] Iniciava-se uma longa travessia no deserto, preenchida por alguns festivais de verão, algumas colaborações e uma nova compilação de singles em 1997 entitulada Galore, que não teve o sucesso esperado.
Ainda em 1998 passam pela terceira vez em Portugal, inseridos uma vez mais no contexto de uma pequena tournée por alguns festivais europeus; agora regressavam para um concerto no Festival do Sudoeste, em Portugal,[73] e para o primeiro concerto na Galiza, na Praia de Riazor, na Corunha.[56]
Ressurgimento (2000 - presente)
Em 2000 os The Cure regressam para, segundo Robert Smith, completar a trilogia iniciada com os álbuns Pornography e Disintegration que agora seria completada com Bloodflowers e logo após a tournée de suporte para o álbum, acabaria com os Cure.[74] Mais uma vez a sua "ameaça" não seria concretizada. O disco, apesar de não estar ao nível dos outros dois, reanima sem dúvida os The Cure, reavivando o entusiasmo pela banda, mesmo sem qualquer single editado. O album foi nomeado para um Grammy Award na categoria de melhor álbum de rock alternativo.[74] Seguiu-se uma nova turnê mundial, que foi vista por mais de um milhão de pessoas e uma certa aclamação geral pela banda. Este seria o último álbum de originais que gravariam pela Fiction Records.
Em 2002 realizaram uma nova tournée europeia por festivais do velho continente, incluindo novamente o Festival do Sudoeste em Portugal[75] e em novembro do mesmo ano, realizaram os notórios concertos da trilogia (Pornography, Disintegration e Bloodflowers) nas cidades de Bruxelas e Berlim. Em cada uma destas três noites a banda apresentou ao vivo as três obras completas perante uma audiência em delírio. As duas últimas noites podem ser revistas parcialmente no DVD Trilogy entretanto editado pela banda.
Apesar de já algumas bandas o terem referido no passado, é por esta altura que começam mais frequentemente a referir Smith e os Cure como uma das suas principais influências. Smashing Pumpkins, Placebo, Interpol, Mogwai, Deftones, Bloc Party, Dinosaur Jr., Blink-182, Jane's Addiction, My Chemical Romance, Hot Hot Heat são algumas das bandas que podemos referir, já não referindo uma interminável lista de bandas góticas que foram e são obviamente muito influênciadas pelos The Cure. A banda é considerada uma das bandas que mais influênciou o rock alternativo moderno..[76] E com isto a banda recebe um prémio da revista inglesa Q, "The Most Inspiring Band" perante uma plateia que recebeu Robert Smith de pé.[77]
Em 2004 lançam um novo álbum com o simples título de The Cure, gravado pela Geffen Records e produzido por Ross Robinson. Aclamado pela imprensa internacional e pelos fãs e segundo alguma imprensa, o melhor álbum desde o Disintegration.[78] A MTV promove uma homenagem aos The Cure, MTV Icon, com a presença de bandas que nos apresentam covers da banda ou de alguns músicos em representação das suas bandas que falam acerca do quão importantes foram os The Cure para as suas bandas e para eles próprios. Estiveram presentes: Razorlight, AFI, Red Hot Chili Peppers, Audioslave, Air, Good Charlotte, The Rapture, The Killers, Marilyn Manson, Metallica, Interpol, Deftones, Blink-182, Placebo, etc.
...No último verão, senti-me completamente à deriva pela primeira vez na minha vida. Senti-me desassociado de tudo o que sempre me ancorou. Senti que não encaixava na minha casa e na minha família. Simplesmente já não me sentia confortável e as primeiras duas canções (Lost e Labyrinth) reflectem isso [79] | — Robert Smith, sobre The Cure, Uncut, 2004 |
Entram para o Rock Walk of Fame, e passam a figurar ao lado das maiores lendas de música rock mundial.[74] Fazem uma pequena tournée européia que passa pelo Festival de Vilar de Mouros, em Portugal[80] e Festival Xacobeo, em Santiago de Compostela, Galiza.[81] Após esta, Perry e Roger saem da banda sem grandes revelações dos motivos e Porl Thompson regressa. A re-estreia deu-se no palco de Paris do Live 8.
Em 2005 fazem uma nova tournée com a "nova banda" por alguns dos maiores festivais Europeus e que em 2006 seria editado em DVD com o nome Festival 2005. Durante o período entre 2005 e 2007 Robert Smith tem adiado sucessivamente a apresentação do próximo álbum da banda alegando falta de inspiração, inclusive adiando uma tournée que passaria pelos Estados Unidos e Canadá a fim de terminar o álbum o mais rápido possível. Em Julho de 2007 teve início uma digressão mundial que começou na Ásia e passou pela Oceânia (Austrália e Nova Zelândia) mas foi abruptamente adiada quando se preparava para chegar aos Estados Unidos pelos motivos acima referidos. Em 2008 esta tournée passou pela Europa, incluindo um concerto no Pavilhão Atlântico em Portugal,[82] seguindo posteriormente para a América do Norte.
Características musicais
A música dos The Cure tem sido categorizada como rock gótico, subgénero do rock alternativo, como uma das principais bandas, no entanto, Robert Smith disse em 2006 que "é patético quando o 'gótico' ainda se cola ao nome The Cure", uma vez que acha o sub-género "incrivelmente estúpido e monótono. Verdadeiramente lastimoso".[83] Ainda assim, Smith afirma que "não somos categorizáveis. Suponho que fossemos pós-punk quando aparecemos, mas na totalidade é impossível. Eu só toco 'música Cure', seja lá o que isso for."[84]
Apesar de serem vistos como produtores de música obscura e sombria, os Cure também obtiveram sucesso com algumas músicas alegres. A Spin Magazine, escreveu que "Os Cure sempre foram uma banda do tipo: ou Robert Smith está a afincadamente dedicado numa tristeza gótica ou está a lamber um pegajoso algodão-doce dos seus dedos manchados de batom".[85]
O estilo musical primário dos Cure tem sido listado como "linhas de baixo melódicas e dominantes; vozes lamuriosas e sufocantes; e uma obsessão lírica com o existencial, quase um desespero literário".[86] A maior parte das músicas dos Cure começam com as partes de baixo e de bateria de Smith e Gallup. Ambos gravam demos em casa e depois em estúdio para aperfeiçorem suas ideias. Smith afirmou em 1992, "Eu penso que quando as pessoas falam comigo acerca do som dos Cure, referem-se ao baixo de 6 cordas, guitarra acústica, e à minha voz, mais o som de cordas do Solina".[87] Por cima desta base é acrescentado "grandes camadas de guitarras e sintetizadores"[1] Os teclados sempre foram um componente no som da banda desde o Seventeen Seconds, e a sua importância aumentou com o uso proeminente no Disintegration.[88]
Legado
Influência
Os The Cure têm servido como uma influência principal em diversos artistas que emergiram durante os trinta anos de carreira da banda, incluindo Jane's Addiction,[89] The Smashing Pumpkins,[90] e Dinosaur Jr.[91] Smith notou que ele vê as bandas influenciadas pelos Cure, Interpol e My Chemical Romance, com afecto, adicionando que "também acho a obsessão com Simon [Gallup] de Carlos D. [baixista do Interpol] fofa".[92] Além disso, o grupo foi uma das primeiras bandas alternativas a ter um sucesso comercial nas paradas numa era antes do rock alternativo ter chegado ao mainstream. Em 1992, a NME afirmou que The Cure se tornaram durante os anos 80 "uma máquina de sucessos gótica (19 até hoje), um fenómeno internacional e, sim, a banda alternativa mais bem sucedida que já vagou desconsoladamente pela Terra".[93]
The Cure na cultura popular
Várias referências foram feitas aos The Cure e à sua música na cultura popular. Diversos filmes usaram títulos de canções dos Cure como títulos de filme, incluindo Boys Don't Cry (1999) e Just Like Heaven (2005). A série de TV One Tree Hill tem feito várias referências ao grupo: vários episódios têm nomes de canções como "To Wish Impossible Things", "From The Edge of the Deep Green Sea", "The Same Deep Water as You" e "Pictures of You". A música "Apart" teve um papel proeminente em um dos últimos episódios da 1ª temporada. Adicionalmente, na 3ª temporada, Peyton e Elie entram em uma discussão quanto a qual é o melhor álbum dos Cure: Disintegration ou Wish.
Em algumas situações, a imagem obscura dos Cure tem sido parodiada. No segundo ano de The Mighty Boosh, The Moon canta o refrão de "The Lovecats". Noutro ponto desta série, um poderoso spray para cabelo, o Goth Juice, é dito ser "O mais poderoso spray de cabelo conhecido pelo homem; feito das lágrimas de Robert Smith". The Mary Whitehouse Experience mostrava frequentemente breves clipes das estrelas do show cantando músicas cómicas e rimas de enfermaria como os The Cure em um estilo deprimente. Robert Smith apareceu no episódio final da primeira série de The Mary Whitehouse Experience, dando um soco no personagem Ray (interpretado por Robert Newman) enquanto murmurando a frase de impacto de Ray "Oh no what a personal disaster" ("Oh não, que desastre pessoal").
Robert Smith deu voz a si próprio na primeira temporada da série animada South Park[94] a pedido de um dos criadores, Trey Parker, um fã dos Cure.[95] Smith apareceu no episódio "Mecha-Streisand", aonde lutou contra a gigante metálica Barbra Streisand. Assim que se afasta triunfante pela montanha acima no fim do episódio, o personagem Kyle Broflovski grita "O Disintegration é o melhor album de sempre".
R.E.M.
Através da década de 1980 a banda trabalhou sem descanso, lançando álbuns anualmente por sete anos consecutivos, do seu EP de estréia de 1982 Chronic Town até o álbum de 1988 Green. Seu estilo punk rock e art rock inspirado da década de 1970 o permitiu estabelecer-se como elemento central da cena do rock alternativo da década de 1980.
Em 1979, Michael Stipe (vocalista), estudante de artes, conhece Peter Buck (guitarra), um jovem que trabalhava numa loja de discos. Tornaram-se muito amigos e passaram a dividir um apartamento. Em uma das festas que freqüentavam conheceram os também amigos Mike Mills (baixo) e Bill Berry (bateria). A afinidade entre os quatro foi imediata e logo começaram a tocar juntos.
No dia 5 de abril de 1980, a banda fez seu primeiro show para a festa de aniversário de um amigo, numa igreja abandonada na cidade de Athens, no estado da Georgia, EUA, onde Stipe e Buck moravam. A partir daí, começaram a tocar em bares, restaurantes e festas no sudeste dos EUA.
No ano de 1981, o R.E.M. lançou pelo selo independente Hibtone os singles “Radio Free Europe” e “Sitting Still”. Em 1982, o R.E.M. assina contrato com o selo I.R.S., onde lançam o EP Chronic Town, que teve uma ótima aceitação pelas rádios universitárias da época. Um ano depois sai o primeiro álbum do R.E.M., Murmur, que ganhou o status de álbum do ano batendo bandas já consagradas como U2, que tinha lançado o álbum War e também Michael Jackson com Thriller, o disco mais vendido da história. A aceitação do R.E.M. foi tão grande, que pela primeira vez fizeram um show fora dos EUA.
Entusiasmados com o sucesso do primeiro álbum, em 1984, com apenas onze dias de estúdio, eles gravam o segundo, Reckoning, e saem em turnê novamente. 1985 é o ano de lançamento de Fables Of The Reconstruction, o terceiro álbum e o maior sucesso até então, com destaque para a música "Feeling Gravity´s Pull". No entanto, durante a produção desse disco, a banda quase acabou devido a divergências internas e a discussões sobre o tipo de som que o álbum teria.
Em 1986, o R.E.M. lança o quarto disco, Life's Rich Pageant, outro grande sucesso alternativo. A banda conseguiu seu primeiro disco de ouro e o hit “Fall On Me” figurou no Top 10 dos EUA, fato inédito para o grupo. No ano seguinte, a I.R.S. lança um álbum intitulado de Dead Letter Office, contendo Lados B e as faixas do Chronic Town. No mesmo ano a banda lança seu quinto álbum de trabalho, Document, com sons barulhentos e letras politicamente corretas. A música “The One I Love” leva o R.E.M. ao estrelato, figura no TOP 5 dos EUA e o álbum leva disco de platina.
Dois anos se passam e em 1988 ocorrem vários fatos que marcaram a banda, sendo três de muita importância: o lançamento do álbum Green, o sexto da carreira, com hits como “Stand” e “Pop Song 89”; o R.E.M. é eleito pela revista Rolling Stone a melhor banda de Rock and roll dos Estados Unidos e eles assinam contrato com a milionária gravadora Warner Bros.. A Green World Tour (Turnê do álbum Green) dura onze meses.
Depois da correria com a turnê, os integrantes, exaustos, decidiram fazer uma pausa para cuidar cada de um de sua vida. Bill Berry foi pescar na sua fazenda, Mike Mills dedicou-se a projetos paralelos, Stipe foi cuidar de sua produtora de vídeo (C-Hundred Film Corporation) e Peter Buck continuou a fazer nada como sempre. Mas logo se juntaram e começaram a produzir um novo álbum, entre 1989 e 1991.
Após três anos sem lançar nada e, principalmente, sem a pressão da gravadora, o quarteto lança o sétimo álbum, Out Of Time, o mais bem sucedido da carreira do grupo. Os hits “Losing My Religion” e “Shiny Happy People”, deram a banda três Grammy Awards e seis MTV Video Music Awards. Neste mesmo ano de 1991, a convite da MTV a banda gravou um Acústico, com várias músicas de sucesso e outras desconhecidas até então. Esse acústico não chegou a ser lançado em álbum mas mostrou a versatilidade dos músicos. Ficou provado, definitivamente, que eles eram excelentes músicos. Para muitos no Brasil era a primeira vez em que se ouvia falar no R.E.M. (fora do circuito underground) e o sucesso da banda foi uma das primeiras revitalizações do rock nos anos 90, antes da revolução de Seattle.
Vale lembrar que o R.E.M. foi uma espécie de alavanca da onda grunge. Sem R.E.M. não sabemos se a revolução de Seattle teria feito tanto sucesso.
Em 1992 a crítica duvidava que a banda iria conseguir manter a qualidade das músicas nos álbuns seguintes até que o oitavo álbum, Automatic For The People, foi lançado. O disco possui hits consagrados como “Man On The Moon” (dedicado ao humorista Andy Kauffman), “Everybody Hurts” (para muitos a canção mais triste do mundo), “Drive”, “Find The River”, entre outros.
O nono álbum surge em 1994, cheio de sons pesados e guitarras distorcidas. Monster é dedicado ao ator e amigo River Phoenix, que morrera naquele ano e uma faixa, “Let Me In”, ao músico, cantor e amigo Kurt Cobain, que também se fora.
A banda inicia a maior turnê feita até hoje por eles, a Monster World Tour, que causou varios transtornos ao grupo. Michael Stipe teve de ser operado para a retirada de uma hérnia, Mike Mills entrou no centro cirúrgico por problemas estomacais, e o mais grave, durante um show, Bill Berry desmaiou sobre a bateria devido a um aneurisma cerebral e teve de ser operado às pressas.
Em 1996, o R.E.M. renova com a Warner Bros. por US$ 80 milhões, um dos maiores contratos da indústria fonográfica. Lançam seu décimo álbum, que pela primeira vez não foi gravado inteiramente em estúdio. New adventures in Hi-Fi contém, em sua maior parte, músicas inéditas gravadas em passagens de sons da turnê anterior. Destaque para “Leave”, “E-bow The Letter” e “The Wake-Up Bomb”.
No primeiro dia de gravação do álbum seguinte, em 30 de outubro de 1997, Bill Berry, junto com a banda, dá uma entrevista dizendo que amigavelmente deixava o grupo. Ele declarou que queria apenas viver com sua família numa fazenda, para descansar, pois tocava bateria desde os 9 anos de idade e queria fazer outra coisa além daquilo, que perdera o encanto. Os outros três integrantes resolvem continuar com a banda, sem substituir Berry.
O Décimo primeiro álbum, Up, é lançado em 1998. Apesar do título, é um trabalho bem depressivo. Michael Stipe diz que é o álbum onde conseguiu expressar profunda tristeza em suas letras, uma delas em especial, “Sad Professor”. Ainda sobre a saída de Bill Berry, Stipe diz que ele fez o que queria, e que não houve nenhuma pressão para que ficasse ou que saísse. Eles respeitaram a decisão do amigo, que já não gostava mais da fama, de ser fotografado ou de sair em turnê. A banda, inicialmente, decidiu não fazer turnê, mas após algum tempo realizou alguns shows pela Europa, com alguns bateristas se revezando em sua banda de apoio.
No ano seguinte, 1999, Bill Berry andou retomando as baquetas para um concerto beneficente que reuniu diversos artistas em favor de uma fundação que cuida de doentes da Síndrome de Pierrete, mas nada que o reconduzisse ao R.E.M. novamente. Stipe meteu-se na produção de um filme sobre o glam rock, chamado Velvet Goldmine, que contaria a história das principais figuras do gênero: David Bowie, Iggy Pop, Lou Reed, Marc Bolan. A banda cedeu sua música “Man On the Moon” para o filme biográfico do comediante Andy Kauffman, que falecera aos 35 anos de um câncer raro no pulmão. A canção havia sido feita em sua homenagem em 1992. O R.E.M. apareceu no último Saturday Night Live de 1999 como banda convidada, rendendo a Stipe uma participação como fada madrinha do personagem Mango (de Chris Kattan).
Em 2001, depois que a ferida aberta pela saída de Berry já estava cicatrizada, o R.E.M. lança seu décimo segundo álbum, intitulado Reveal. O álbum possui belos arranjos de teclados eletrônicos com letras inspiradíssimas, reforçando o talento de Stipe, considerado um dos melhores letristas de sua geração. O primeiro single e grande hit do álbum é “Imitation Of Life”, onde o R.E.M. faz uma volta ao passado e recorda um pouco a onda pop vivida em 1991 com “Shine Happy People”. Outros destaques ficam por conta de “The Lifting”, “All The Way To Reno”, “She Just Wants To Be” e “I´ll Take The Rain”, onde eles continuaram mostrando que são mestres na arte de vídeo-clips.
No mesmo ano, a banda faz seu primeiro show no Brasil, na terceira edição do Rock in Rio. O grupo foi um dos destaques e Michael Stipe foi eleito a personalidade mais popular e simpática do festival. Logo após o lançamento de Reveal, a MTV americana convidou a banda para gravar um novo acústico. O agora trio, mais experiente do que antes, faz uma excelente apresentação. Michael Stipe mais uma vez deu um show nos vocais, onde mostrou ter muita facilidade para fazer o que deseja com sua voz e para modificar as músicas do jeito que mais lhe agrada. Até agora a banda não se pronunciou se irá lançar em cd o acústico.
Em 2004 foi lançado o álbum intitulado Around the sun. Com letras politizadas, refletindo a tensão que os EUA viviam por conta das eleições presidenciais, e sonoridade mais acústica (a despeito de alguns elementos eletrônicos), Around The Sun foi o álbum que teve a repercussão menos positiva, tanto entre os fãs quanto entre a crítica.
Futuro
O novo trabalho de originais será editado a 1 de Abril de 2008 com o nome Accelerate
O disco foi gravado em Vancouver e Dublin com o produtor Jacknife Lee.
Integrantes
Formação atual
- Peter Buck - guitarra (desde 1980)
- Mike Mills - baixo (desde 1980)
- Michael Stipe - vocal (desde 1980)
Ex-membros
- Bill Berry - bateria (1980-1997)
Continua na 2ª parte...
Inspirado no:
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