quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Patricinha Cultural

Maurício cultural? Não, Fialho cultural!
Ela tenta enganar. Faz pose de alternativa, mostra certo interesse por determinada área da cultura que pode ser cinema ou as músicas do Eddie. Mas não se engane, bravo guerreiro, mesmo esse interesse cultural é superficial. Aliás, tudo nela é superficial. Por trás de suas roupas cuidadosamente despojadas, de sua beleza (sim, ela é bonita.), de seu corpo escultural (é verdade: gostosa também.) e de sua sobrancelha levemente arqueada que lhe confere a expressão de pseudo-inteligência pretendida, se esconde… o vazio! Não há nada ali a não ser a quase que total ausência de elementos em toda a sua plenitude, a comovente solidão dos poucos neurônios habitantes de seu monástico cérebro.
Ela é uma típica Patricinha Cultural, espécime cada vez mais comum nesses tempos “mudernos”. À primeira vista, pode não parecer, mas elas são piores que as patricinhas originais. Chegam conversando com autoridade, sobre a obra de Caio Fernando Abreu ou sobre os CDs do Cordel do Fogo Encantado ( esta é a segunda banda pernambucana citada no texto. É que as patricinhas culturais, pelo menos as de Natal, são chegadas a uma pernambucanidade. Ah, e às vezes, sem perceber, elas dizem “Cordel do Fogo Encarnado.”), mas não demora mais do que 30 minutos para cair a máscara, descascar o verniz e você perceber a quantidade de asneiras que ela solta para todos os lados feito metralhadora descontrolada. Logo o deserto de sua medíocre existência se revela e você percebe que, apesar da beleza e formosura, estará em apuros ou ficará muito irritado se não cair fora imediatamente.
O fato mais interessante da vida de uma Patricinha Cultural é fumar maconha. Para ela, fumar e contar os episódios em que esteve aspirando a erva funciona como uma afirmação de rebeldia, um brado de inconformismo contra o sistema, uma demonstração de, tipo assim, atitude mesmo, saca? Muito foda, cara! Portanto se você estiver disposto a enfrentar mais de meia hora de conversa com uma Patricinha Cultural, prepare-se para ouvir coisas do tipo: “Eu estava indo ao cinema, para ver um filme francês, fumando um.”, ou “Eu estava ouvindo as músicas do Mundo Livre, viajando na erva, saca?”. E essa pequena ação norteia todas as outras. São incapazes, e a palavra aqui é mais que adequada, de ir tomar um copo d’água ou escovar os dentes sem levar um baseado a tira-colo, como se já não fossem débeis o suficiente para precisarem ficar se chapando por aí.
Por essas e outras, prefiro as patricinhas originais, legítimas, autênticas, verdadeiras. Elas, que não tentam disfarçar nem enganar ninguém, que não se esforçam em ser quem não são, que usam maquiagem em seus rostos e não em suas personalidades. Elas que assumem com orgulho e altivez toda a futilidade inerente a seu jeito de ser. Elas que são burras feito tricerátops, mas assumem a estupidez como uma bandeira, um símbolo de sua classe. Quer dizer, pensando melhor, fuja delas também!

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