sexta-feira, 10 de julho de 2009

JÁ VI ESSE FILME

Mocota Master

Quando a torcida merengue verá novamente essa cena?

Veremos isso no fim da próxima temporada?

O principal assunto do momento no mundo do futebol é sem sombra de dúvidas as contratações dos craques Kaká e Cristiano Ronaldo por parte do Real Madrid. O clube merengue gastou cerca de 161 milhões de euros – aproximadamente R$ 430 milhões – pelos dois jogadores. Os dois craques já se apresentaram a torcida em grande estilo e quebrando recordes – somente em suas apresentações, Kaká e Cristiano Ronaldo levaram cerca de 135 mil torcedores ao estádio do Real Madrid! Sendo que o segundo bateu o recorde, que antes pertencia a Maradona, de maior apresentação da história do futebol mundial – e o atual presidente do clube, o megalomaníaco Florentino Pérez, já anunciou que pretende montar uma segunda geração de galácticos.

Kaká e o Patrão Florentino

Kaká e o Patrão Florentino

Um dos principais questionamentos em torno dessas astronômicas contratações é de onde, em plena crise econômica mundial, o Real Madrid teria conseguido toda essa grana para fazer as duas aquisições. Como questões econômicas não são o meu forte, prefiro analisar essas contratações sob outro prisma e deixar essa polemica dos dividendos para os mais entendidos.

No segundo semestre de 2003, o Real Madrid – então sob a primeira gestão de Florentino Pérez – contratava o popstar da bola David Beckham pela bagatela de 25 milhões de euros e formava ali a sua primeira geração de galácticos – além de Beckham, o Real contava ainda com os brasileiros Roberto Carlos e Ronaldo, o português Luis Figo, o Frances Zinedine Zidane e o espanhol e ídolo da torcida merengue Raul Gonzáles. Como não podia ser diferente, amantes do futebol ao redor do mundo voltaram as suas atenções para o time espanhol e não esperavam a hora de ver em campo um time que tinha tudo para entrar na história do futebol mundial. A história não foi bem assim…

Real Madrid 03/04: Ronaldo, Zidane, Beckham, Raul e Roberto Carlos

Real Madrid 03/04: Ronaldo, Zidane, Beckham, Raul e Roberto Carlos

A primeira era galáctica do Real Madrid durou duas temporadas – 2003/2004 e 2004/2005 – e pode ser considerada como um retumbante fracasso. Na maioria das partidas os craques não conseguiam se entender em campo, o setor defensivo do time durante essas temporadas sempre foi uma dor de cabeça e a diretoria do time ignorou esses problemas e seguiu fazendo faraônicas e desnecessárias contratações. O resultado disso tudo foi a conquista de apenas um título – a inexpressiva Supercopa da Espanha em 2003 –, campanhas pífias na Liga dos Campeões da Europa – eliminação nas quartas de final para Monaco na edição 2003/2004 e queda nas oitavas de final para a Juventus em 2004/2005 – e campanhas igualmente lamentáveis no futebol espanhol – quarta colocação(2004/2005) e vice campeonato(2004/2005) na Liga Espanhola e vice campeonato(2003/2004) e eliminação nas oitavas de final na Copa do Rei(2004/2005).

Barça de Ronaldinho botou o Real no Bolso

Barça de Ronaldinho botou o Real no Bolso

Como se esses fatos já não bastassem para marcar um vexame histórico, o Real Madrid ainda teve que engolir o papel de coadjuvante no próprio país para o seu arqui rival Barcelona. Contando com um Ronaldinho Gaúcho jogando o melhor futebol da década, um Samuel Eto’o em plena forma e uma jóia pronta para brilhar chamada Lionel Messi – além dos talentosos e habilidosos Xavi e Iniesta -, o clube catalão encantou o mundo com o seu belo futebol e conquistou o campeonato espanhol na temporada 2004/2005 e a Supercopa da Espanha em 2005.

Se analisarmos bem o fato, concluiremos que o retrospecto do Barcelona nessas duas temporadas também não foi satisfatório. Porém, tem que se levar em consideração que em nenhum momento dessas duas temporadas, o clube catalão fez gastos exorbitantes com contratações ou prometeu mundos e fundos aos seus torcedores. Além disso, diferentemente do Real Madrid, o Barcelona sempre soube progredir aprendendo com os seus erros. A principal prova disso foi a conquista da Liga dos Campeões da Europa da temporada 2005/2006 por parte dos catalães após uma inesperada e precoce eliminação no mesmo torneio na temporada anterior.

Voltando aos dias de hoje, Florentino Pérez voltou ao poder no Real Madrid, já fez duas contratações faraônicas – outras ainda podem estar por vir – e novamente enche o mundo do futebol de expectativas. Enquanto isso, o Barcelona detém o título de atual campeão europeu, conta com Messi – que tem tudo para ser eleito o melhor jogador do mundo nessa temporada – em seu elenco, apresenta no campo o futebol mais bonito do mundo e, longe dos holofotes, se prepara para a próxima temporada fazendo contratações necessárias ao time e apostando nos talentos de suas divisões de base – lugar de onde Messi saiu.

Não sou vidente e nem tenho bola de cristal, mas acho que o filme das temporadas de 2003/2004 e 2004/2005 tem tudo para se repetir…

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