quarta-feira, 26 de março de 2008

Reza braba

A Índia, não sei se vocês sabem, é um país muito religioso. Assim como o Brasil, eles acreditam em espíritos, demônios, videntes, bruxos, feiticeiros, trabalhos de vodu, macumba Feitiçaria Tântrica.

A coisa é tão séria que Uma Bharati, ex (acho que o equivalente a Governadora) do Estado de Madhya Pradesh acusou publicamente um adversário político de usar poderes tântricos para machucá-la, depois que perdeu um tio, pegou uma ziquezira na perna e bateu a cabeça na porta do carro.

Felizmente lá como cá há gente que não dá bola para essas besteiras, um deles se chama Sanal Edamaruku e é presidente da organização Rationalist International. Em um programa de TV ele enfrentou Pandit Surinder Sharma, que se diz Mega Feiticeiro Tântrico, de Gandalf pra cima. O feiticeiro mostrou uns despachos e disse que era capaz de matar, com magia, qualquer pessoa em 3 minutos.

Sanal falou: “Então me mata”.

O feiticeiro bem que tentou. Começou a invocar mantras, passaram 3, 5 minutos, nada. O tempo do programa acabou, mas continuaram no ar. O bruxo começou a respingar água, passar a mão pelo cabelo do sujeito. Então começou a apertar as têmporas, aí reclamaram. “magia não é machucar, sem mãos!”

Depois de duas horas, obviamente Sanal continuava bem vivo. O Feiticeiro então explicou que ele estava orando pedindo a proteção de algum deus muito poderoso.

“Não, eu sou ateu”.

O bruxo tentou uma nova desculpa: Tinha um feitiço MUITO poderoso que nunca falhava, mas que só poderia ser feito à noite.

“Não tem problema, fazemos outro programa hoje, mais tarde”

Sifu.

A India TV (o canal que passou essa palhaçada) anunciou durante 3 horas o programa, e quando chegou a hora, o bruxo e dois assistentes começaram a botar acender fogueiras, jogar produtos químicos -digo, substâncias mágicas- que produziam chamas coloridas, cânticos, etc.

“Em dois minutos você enlouquecerá, e um minuto depois gritará em agonia e morrerá. Não quer desistir?”

Sanal começou a rir, e começaram o feitiço. Como um bom feitiço de pai-de-santo brasileiro, ele escrevou o nome de Sanal em um papel, rasgou, jogou em um pote com óleo fervente, atirou no fogo, passou penas de pavão na cabeça de Sanal, bla bla bla bla bla.

Preciso dizer que não funcionou e o apresentador do programa declarou o fracasso da tentativa, diante de milhões de espectadores?

Céus, isso deve ter sido LINDO.

Seria tão bom ver isso acontecer aqui… imaginem uma apresentação no Fantástico onde um desses bispos evangélicos fosse usar seus “poderes divinos” para punir um blasfemador (eu me voluntario)… e para ser justo, toda semana iria um novo desafiante. Thomas Green Morton, Paulo Coelho, Pai Xoxó…

Relato Original aqui

Fonte: Blog do Cardoso

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