sexta-feira, 26 de junho de 2009

A imbecilidade por trás do politicamente correto

Eden Wiedemann

Na minha adolescência tive dois amigos, irmãos, chamados Leonardo e Leandro. Eles são, de acordo com a norma do politicamente correto, afro americanos. Eles são, segundo a definição de Leo, negrões azulados.

Dois irmãos que encaram de forma distinta sua natureza étnica. Leo conta divertidas piadas de preto, segundo ele corta o cabelo com lixa elétrica, diz que vai pra praia pegar brilho e que quando passa hidratante fica fosco. Leandro não gosta de ser chamado de “de cor”, acha o sistema de cotas uma maravilha, e parte pra briga quando contam piadas de preto. Leo acha o sistema de cotas uma imbecilidade – acredita que devia ser voltado a classe social e não a cor, deixa recado dizendo na caixa de mensagens dizendo “é o negão, porra” e saiu no carnaval de Olinda fantasiado de Rei Africano. Leandro vibrou por Obama ser negro. Leo vibrou por Obama ser inteligente. Leandro sempre usou cabelo curtíssimo, com uma fina linha raspada simulando o cabelo dividido de lado. Leo já usou dread e blackpower. Leandro gosta de loira. Leo gosta de MULHER. Leandro é, apenas de apenas um ano mais velho, continua na faculdade e vive de mesada. Leo é um médico de sucesso que deve ganhar algo em torno de R$ 15.000,00 mês.

Enquanto Leo chega nas meninas com uma cantada como “depois de experimentar o negão aqui até moreno vai parecer ruim para você” Leandro alega que tudo de ruim que acontece na sua vida é obra “do racismo” brasileiro.

Antes que eu continue peço que assistam o vídeo abaixo que foi postado por Marcel lá no Byte que eu gosto.

Impressionante, não?

Enquanto Leandro alega que foi reprovado naquela entrevista de emprego por ser negro, enquanto ele alega que a menina não dá bola pra ele por causa de sua raça, enquanto ele culpa sua pele por suas mazelas, Leo, livre desse tipo de imbecilidade que impregna o “politicamente correto” vive feliz e realizado.

Eu não nego que haja racismo. Não nego que seja mais difícil ser negro que branco (e ainda mais difícil ser negro e pobre). Não podemos negar nada disso. Mas, sinceramente, concordo com o vídeo acima. Acho que boa parte da própria população negra é “programada” para se tornarem Leandros e não Leonardos. O racismo segue, mas de uma forma distinta. Que acha de usar uma camisa escrito 100% branco? Ou que tal uma dizendo 100% Jardins? Que tal montar um grupo musical chamado Orgulho Branco? Risco de cadeia, meu chapa. Algum amante do politicamente correto pode acreditar que você é racista…

Sinceramente, fico com Leo, meu amigo Negão, quase azul marinho, cujo o sorriso, inteligência e auto-confiança podem quebrar qualquer tipo de paradigma racial. Prefiro ele a um babaca fiscalizador que vê agressão em todo canto, incapaz de desenvolver um mínimo senso de humor.

Enquanto houverem imbecis, de qualquer cor, o racismo existirá. Contudo a solução passa bem longe de estimulá-los a se tornarem “politicamente corretos”, ainda mais por medo de cadeia. Acredito, no meu modesto ponto de vista, que a solução está no ensino básico, dando oportunidade a cada pessoa a ter orgulho de sua cor e descendência. Acreditar em si mesmo é fundamental para se ter sucesso.

Em terra de moreninhos, cafés-com-leite, chocolate, queimadinho, bronzeados, escurinhos e afins vai ser complicado fazer com que o preconceito termine.

É Leo, ensina pra gente teu segredo…

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