sexta-feira, 26 de junho de 2009

TMZ se destaca mais uma vez na cobertura

Tiago Dória

Apenas algumas linhas de texto no blog TMZ, indicando que Michael Jackson tinha sido levado às pressas para o hospital e a sua posterior morte, foram suficientes para mobilizar a imprensa e deixar as redes sociais cheias de mensagens. O blog foi o primeiro a noticiar a morte de Michael Jackson. A fonte? Ou as fontes que passaram a informação?

O jornalista Harvey Levin (foto abaixo), editor do blog, não revela, mas diz que nesta quinta-feira ele e pelo menos cada integrante de sua equipe fizeram e receberam no mínimo 100 ligações de telefone. “Não teríamos publicado isso se não fosse verdade”, disse em entrevista ao Los Angeles Times.

A cobertura sobre a morte de Michael Jackson está sendo vista como um momento de ruptura para o TMZ, assim como em 1991 a cobertura in loco da Guerra do Golfo, no Iraque, fez a CNN ficar em outro patamar de relevância para o público e a concorrência.

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O TMZ surgiu em 2005. O nome vem de “Thirty mile zone”, região onde estão os principais estúdios de Hollywood. É um projeto resultante da junção da America Online com a Time Warner, mesma empresa que controla a emissora CNN.

Quem o coordena é Levin, experiente jornalista e produtor de televisão, que trabalhou durante muito tempo na cobertura do mundo das celebridades em Los Angeles, cidade onde o TMZ é bem influente. Muito do sucesso do TMZ é atribuído ao próprio profissionalismo de Levin. Ele é o que tem a melhor rede de fontes, que está presente em bares badalados, restaurantes, delegacias e hospitais.

O blog se destaca não apenas em ter boas fontes, mas por conseguir sustentar um asssunto por bastante tempo. Tem o costume de fazer várias “suítes” a um mesmo assunto, em questão de minutos mobiliza uma rede de colaboradores que trabalha, de forma móvel, com laptops e celulares nas ruas. Ou seja, o TMZ trabalha em rede com colaboradores.

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Outra marca é trabalhar muito com livestreaming, transmissão ao vivo de vídeo pela internet. Talvez reflexo da experiência de Levin como repórter de TV. Mais recentemente, o TMZ se destacou na cobertura da morte de outra celebridade, o ator Heath Ledger.

A morte de Michael Jackson dobrou a frequência de atualizações de mensagens do Twitter e triplicou a da rede social Facebook. Para ter uma noção melhor, 15% de todas as mensagens no serviço de microblog era sobre o artista (dificilmente um assunto chega a 5% de todas as mensagens), segundo registra o NYTimes.

O site do Los Angeles Times, principal jornal da cidade, saiu do ar por alguns minutos. Teve em uma hora mais de 2 milhões de pageviews. E o programa de troca de mensagens da AOL também ficou indisponível por alguns instantes. Não foi nenhum 11 de setembro, mas deu para perceber que muitos sites de notícias ainda não aguentam muito bem o aumento repentino da audiência. O próprio blog TMZ enfrentou dificuldades para continuar no ar.

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